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Soares avisa Sócrates: «É preciso menos arrogância»
Ex-Presidente da República considera que sociedade revela mal-estar
O ex-Presidente da República falou do Governo português e da situação mundial numa entrevista ao Diário Económico. Nas suas respostas foi possível verificar alguma preocupação com o mal-estar na sociedade portuguesa e com a falta de estratégia europeia.
O ex-Presidente da República considerou que este é o momento para dar ouvidos à sociedade portuguesa que tem revelado um grande mal-estar. O objectivo de reequilibrar as contas públicas nos dois anos de governação PS foram conseguidos, apesar de ter custado muitos sacrifícios a toda a população. Agora «chegou a hora de tranquilizar as pessoas».
Para Soares, o Governo tem de saber «ouvir» e estabelecer o diálogo com as oposições para dar razão aos eleitores para ainda acreditar nas suas medidas. «As pessoas não protestam só porque os sindicatos as empurram. Vêm para a rua porque sentem os seus postos de trabalho em causa ou porque a saúde, educação, justiça e reformas os preocupam».
Sobre as eleições na Câmara de Lisboa, considerou que António Costa «tem tudo» para conseguir governar bem, mesmo sem maioria, e dentro de dois anos voltar a ser eleito. O seu único erro terá sido «querer agradar a toda a gente».
Na Europa a integração comunitária demora
Mário Soares considerou indispensável um diálogo entre o islamismo, o cristianismo e o judaísmo para criar alguma harmonia ente as civilizações. A União Europeia poderia ter um papel fundamental nesta reunião, mas para isso seria preciso que tomasse «decisões com autonomia estratégica em relação aos EUA», afirmou. Enquanto o Ocidente ganha cada vez mais descrédito, o Brasil, a China, a Índia e a Rússia tornam-se mais efectivos.
«Agora os EUA, que sentem a Rússia forte e rica ¿por causa do petróleo e do gás ¿ resolveram, unilateralmente instalar mísseis, dirigidos contra a Rússia, na Polónia e República Checa», acrescentou relembrando os acontecimentos da actualidade.
Considerou que a União Europeia deve antecipar-se à crescente rivalidade entre estes dois países, estabelecendo um diálogo «leal e correcto» com a Rússia.
Soares reconheceu que há na Europa uma falta de integração comunitária no que toca à política, à economia e ao social. Se a União «não for protagonista global, entrará em decadência», vaticinou.
Para Mário Soares a UE precisa de indicar um caminho claro para que os cidadãos a queiram seguir. Em vez de se estar sempre a olhar para o mercado, disse reprovando o «Tratado Reformador» de Angela Merkel por não relevar os símbolos da União.
«Jacques Delors escreveu que a Europa andou sempre dois passos à frente e um atrás. Agora o passo atrás foi muito maior do que os dois adiante».
Soares garante que há democracia na Venezuela
Criticado por manter uma relação amigável com Hugo Chávez, Mário Soares considerou que não se pode tratar a Venezuela como os EUA têm tratado Cuba.
Em resposta à atitude do venezuelano de ter encerrado um canal televisivo, o ex-Presidente considerou que a situação de ataque constante a Chavéz vinda do canal, impôs que a sua licença não fosse renovada. Mas considerando que o mesmo foi eleito democraticamente e que reconhece a oposição não deveria ter sido remetido ao ostracismo como foi.
Ex-Presidente da República considera que sociedade revela mal-estar
O ex-Presidente da República falou do Governo português e da situação mundial numa entrevista ao Diário Económico. Nas suas respostas foi possível verificar alguma preocupação com o mal-estar na sociedade portuguesa e com a falta de estratégia europeia.
O ex-Presidente da República considerou que este é o momento para dar ouvidos à sociedade portuguesa que tem revelado um grande mal-estar. O objectivo de reequilibrar as contas públicas nos dois anos de governação PS foram conseguidos, apesar de ter custado muitos sacrifícios a toda a população. Agora «chegou a hora de tranquilizar as pessoas».
Para Soares, o Governo tem de saber «ouvir» e estabelecer o diálogo com as oposições para dar razão aos eleitores para ainda acreditar nas suas medidas. «As pessoas não protestam só porque os sindicatos as empurram. Vêm para a rua porque sentem os seus postos de trabalho em causa ou porque a saúde, educação, justiça e reformas os preocupam».
Sobre as eleições na Câmara de Lisboa, considerou que António Costa «tem tudo» para conseguir governar bem, mesmo sem maioria, e dentro de dois anos voltar a ser eleito. O seu único erro terá sido «querer agradar a toda a gente».
Na Europa a integração comunitária demora
Mário Soares considerou indispensável um diálogo entre o islamismo, o cristianismo e o judaísmo para criar alguma harmonia ente as civilizações. A União Europeia poderia ter um papel fundamental nesta reunião, mas para isso seria preciso que tomasse «decisões com autonomia estratégica em relação aos EUA», afirmou. Enquanto o Ocidente ganha cada vez mais descrédito, o Brasil, a China, a Índia e a Rússia tornam-se mais efectivos.
«Agora os EUA, que sentem a Rússia forte e rica ¿por causa do petróleo e do gás ¿ resolveram, unilateralmente instalar mísseis, dirigidos contra a Rússia, na Polónia e República Checa», acrescentou relembrando os acontecimentos da actualidade.
Considerou que a União Europeia deve antecipar-se à crescente rivalidade entre estes dois países, estabelecendo um diálogo «leal e correcto» com a Rússia.
Soares reconheceu que há na Europa uma falta de integração comunitária no que toca à política, à economia e ao social. Se a União «não for protagonista global, entrará em decadência», vaticinou.
Para Mário Soares a UE precisa de indicar um caminho claro para que os cidadãos a queiram seguir. Em vez de se estar sempre a olhar para o mercado, disse reprovando o «Tratado Reformador» de Angela Merkel por não relevar os símbolos da União.
«Jacques Delors escreveu que a Europa andou sempre dois passos à frente e um atrás. Agora o passo atrás foi muito maior do que os dois adiante».
Soares garante que há democracia na Venezuela
Criticado por manter uma relação amigável com Hugo Chávez, Mário Soares considerou que não se pode tratar a Venezuela como os EUA têm tratado Cuba.
Em resposta à atitude do venezuelano de ter encerrado um canal televisivo, o ex-Presidente considerou que a situação de ataque constante a Chavéz vinda do canal, impôs que a sua licença não fosse renovada. Mas considerando que o mesmo foi eleito democraticamente e que reconhece a oposição não deveria ter sido remetido ao ostracismo como foi.
4 comentários:
Pois é! Depois das considerações de Manuel Alegre estes comentários de Mário Soares dizem tudo. E é tempo de os socialistas deixarem de meter a cabeça na areia, como a avestruz, e como se no partido se vivesse o melhor dos mundos, não criticando, não fazendo barulho, praticamente como se este nosso partido tivesse deixado de existir. Aconselho a leitura da entrevista de António Arnaut à revista Visão, a semana passada. Menos arrogância, aconselha Soares. Porque só quem se recusa a ver mais do que o próprio umbigo não se dá conta do profundo mal-estar em que vive a sociedade e o Porto, em particular. Citando os dirigentes do PS/Porto há um tsunami sim, mas de crise profunda. A ver vamos como reage o partido.
Meu caro Rui Damião:
Como diz o ditado "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". É o que vai acontecer no Porto.
O PS adormeceu e está num sono profundo. Fogem ao debate e ao confronto democrático.
Os alertas começam a ser mais que muitos para o PS e para o governo de Sócrates.
Os partidos são aquilo que os militantes quiserem.
Se o PS Porto não consegue fugir do umbigo, a sociiedade civil que tem os votos pode fazê-lo acordar.
Não há lugares eternos, nem amigos no governo para os garanntir.
Arnaut com a sua frontalidade falou e o PS calou. O SNS não vai por bom caminho. E quem sofre sao sempre os que mais precisam.
Como socilistas não podemos permitir certas coisas.
Como cidadãos temos obrigaçao de
falar alto e bom som.
Mário Soares virá aoPorto a convite da Federação, a não ser que cancelem o convite.
Pelo que já vi hoje Soares vai provocar um terramoto no PS.
Os comentadores aproveitam bem.
Mas Soares costuma ter rrazão antes de tempo.
O PS está morto.
Há, na entrevista, alguns avisos. E vindo de quem vem, é um aviso sério. Há, de facto, um sentimento difuso de desconforto na sociedade a que é necessário prestar atenção. Os nossos governantes e os nossos políticos (estes não se ouvem em parte nenhuma, mesmo para contrariar tal sentimento)pecisam de 'ouvir' um pouco o ruído que começa a instalar-se. E as coisas podem tornar-se mais ruidosas com a previsível menor atenção para o interior do país, dada a presidência da UE.
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