Obama: O discurso de vitória
05.11.2008 - 20h24
Boa noite, Chicago. Se ainda houver alguém que duvida que a América é o lugar onde todas as coisas são possíveis, que questiona se o sonho dos nossos fundadores ainda está vivo, que ainda duvida do poder da nossa democracia, teve esta noite a sua resposta.É a resposta dada pelas filas de voto que se estendiam em torno de escolas e igrejas em números que esta nação jamais vira, por pessoas que esperaram três e quatro horas, muitas pela primeira vez na sua vida, porque acreditavam que desta vez tinha de ser diferente, que as suas vozes poderiam fazer essa diferença.É a resposta dada por jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, nativos americanos, homossexuais, heterossexuais, pessoas com deficiências e pessoas saudáveis. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo, a de que nunca fomos apenas um conjunto de indivíduos ou um conjunto de Estados vermelhos e azuis.Somos e sempre seremos os Estados Unidos da América.É a resposta que levou aqueles, a quem foi dito durante tanto tempo e por tantos para serem cínicos, temerosos e hesitantes quanto àquilo que podemos alcançar, a porem as suas mãos no arco da História e a dobrá-lo uma vez mais em direcção à esperança num novo dia.Há muito que isto se anunciava mas esta noite, devido àquilo que fizemos neste dia, nesta eleição, neste momento definidor, a mudança chegou à América.Há pouco recebi um telefonema extraordinariamente amável do Senador McCain.O Senador McCain lutou longa e arduamente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e arduamente pelo país que ama. Fez sacrifícios pela América que muitos de nós não conseguimos sequer imaginar. Estamos hoje melhor devido aos serviços prestados por este líder corajoso e altruísta.Felicito-o e felicito a governadora Palin por tudo aquilo que alcançaram. Espero vir a trabalhar com eles para renovar a promessa desta nação nos próximos meses.Quero agradecer ao meu parceiro neste percurso, um homem que fez campanha com o seu coração e falou pelos homens e mulheres que cresceram com ele nas ruas de Scranton e viajaram com ele no comboio para Delaware, o vice-presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.E eu não estaria aqui hoje sem o inabalável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, a pedra angular da nossa família, o amor da minha vida, a próxima Primeira Dama do país, Michelle Obama.Sasha e Malia, amo-vos mais do que poderão imaginar. E merecem o novo cachorro que virá connosco para a nova Casa Branca.E embora ela já não esteja entre nós, sei que a minha avó está a observar-me, juntamente com a família que fez de mim aquilo que sou. Tenho saudades deles esta noite. Reconheço que a minha dívida para com eles não tem limites.Para a minha irmã Maya, a minha irmã Alma, todos os meus outros irmãos e irmãs, desejo agradecer-vos todo o apoio que me deram. Estou-vos muito grato.E ao meu director de campanha, David Plouffe, o discreto herói desta campanha, que, na minha opinião, concebeu a melhor campanha política da história dos Estados Unidos da América.E ao meu director de estratégia, David Axelrod, que me tem acompanhado em todas as fases do meu percurso.Para a melhor equipa alguma vez reunida na história da política: tornaram isto possível e estou-vos eternamente gratos por aquilo que sacrificaram para o conseguir.Mas acima de tudo nunca esquecerei a quem pertence verdadeiramente esta vitória. Ela pertence-vos a vós. Pertence-vos a vós.Nunca fui o candidato mais provável para este cargo. Não começámos com muito dinheiro nem muitos apoios. A nossa campanha não foi delineada nos salões de Washington. Começou nos pátios de Des Moines, em salas de estar de Concord e nos alpendres de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que, das suas magras economias, retiraram 5 e 10 e 20 dólares para a causa.Foi sendo fortalecida pelos jovens que rejeitavam o mito da apatia da sua geração e deixaram as suas casas e famílias em troca de empregos que ofereciam pouco dinheiro e ainda menos sono.Foi sendo fortalecida por pessoas menos jovens, que enfrentaram um frio terrível e um calor sufocante para irem bater às portas de perfeitos estranhos, e pelos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários, se organizaram e provaram que mais de dois séculos depois, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desaparecera da Terra.Esta vitória é vossa.E sei que não fizeram isto apenas para vencer uma eleição. E sei que não o fizeram por mim.Fizeram-no porque compreendem a enormidade da tarefa que nos espera. Porque enquanto estamos aqui a comemorar, sabemos que os desafios que o amanhã trará são os maiores da nossa vida – duas guerras, uma planeta ameaçado, a pior crise financeira desde há um século.Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos corajosos a acordarem nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscarem as suas vidas por nós.Há mães e pais que se mantêm acordados depois de os seus filhos adormecerem a interrogarem-se sobre como irão amortizar a hipoteca, pagar as contas do médico ou poupar o suficiente para pagar os estudos universitários dos filhos.Há novas energias para aproveitar, novos empregos para serem criados, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.O caminho à nossa frente vai ser longo. A subida vai ser íngreme. Podemos não chegar lá num ano ou mesmo numa legislatura. Mas América, nunca estive tão esperançoso como nesta noite em como chegaremos lá.Prometo-vos. Nós, enquanto povo, chegaremos lá.Haverá reveses e falsas partidas. Há muitos que não concordarão com todas as decisões ou políticas que eu tomar como presidente. E sabemos que o governo não consegue solucionar todos os problemas.Mas serei sempre honesto para convosco sobre os desafios que enfrentarmos. Ouvir-vos-ei, especialmente quando discordarmos. E, acima de tudo, pedir-vos-ei que adiram à tarefa de refazer esta nação da única forma como tem sido feita na América desde há 221 anos – pedaço a pedaço, tijolo a tijolo, e com mãos calejadas.Aquilo que começou há 21 meses no rigor do Inverno não pode acabar nesta noite de Outono.Somente a vitória não constitui a mudança que pretendemos. É apenas a nossa oportunidade de efectuar essa mudança. E isso não poderá acontecer se voltarmos à forma como as coisas estavam.Não poderá acontecer sem vós, sem um novo espírito de empenho, um novo espírito de sacrifício.Convoquemos então um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, em que cada um de nós resolve deitar as mãos à obra e trabalhar mais esforçadamente, cuidando não só de nós mas de todos.Recordemos que, se esta crise financeira nos ensinou alguma coisa, é que não podemos ter uma Wall Street florescente quando as Main Street sofrem.Neste país, erguemo-nos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de retomar o partidarismo, a mesquinhez e a imaturidade que há tanto tempo envenenam a nossa política.Recordemos que foi um homem deste Estado que, pela primeira vez, transportou o estandarte do Partido Republicano até à Casa Branca, um partido fundado em valores de independência, liberdade individual e unidade nacional.São valores que todos nós partilhamos. E embora o Partido Democrata tenha alcançado uma grande vitória esta noite, fazemo-lo com humildade e determinação para sarar as divergências que têm atrasado o nosso progresso.Como Lincoln disse a uma nação muito mais dividida do que a nossa, nós não somos inimigos mas amigos. Embora as relações possam estar tensas, não devem quebrar os nossos laços afectivos.E àqueles americanos cujo apoio ainda terei de merecer, posso não ter conquistado o vosso voto esta noite, mas ouço as vossas vozes. Preciso da vossa ajuda. E serei igualmente o vosso Presidente.E a todos os que nos observam esta noite para lá das nossas costas, em parlamentos e palácios, àqueles que estão reunidos em torno de rádios em cantos esquecidos do mundo, as nossas histórias são únicas mas o nosso destino é comum, e uma nova era de liderança americana está prestes a começar.Aos que querem destruir o mundo: derrotar-vos-emos. Aos que procuram a paz e a segurança: apoiar-vos-emos. E a todos aqueles que se interrogavam sobre se o farol da América ainda brilha com a mesma intensidade: esta noite provámos novamente que a verdadeira força da nossa nação não provém do poder das nossas armas ou da escala da nossa riqueza, mas da força duradoura dos nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e uma esperança inabalável.É este o verdadeiro génio da América: que a América pode mudar. A nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já alcançámos dá-nos esperança para aquilo que podemos e devemos alcançar amanhã.Esta eleição contou com muitas estreias e histórias de que se irá falar durante várias gerações. Mas aquela em que estou a pensar esta noite é sobre uma mulher que depositou o seu voto em Atlanta. Ela é muito parecida com os milhões de pessoas que aguardaram a sua vez para fazer ouvir a sua voz nestas eleições à excepção de uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.Ela nasceu apenas uma geração depois da escravatura, numa época em que não havia automóveis nas estradas nem aviões no céu; em que uma pessoa como ela não podia votar por duas razões – porque era mulher e por causa da cor da sua pele.E esta noite penso em tudo o que ela viu ao longo do seu século de vida na América – a angústia e a esperança; a luta e o progresso; as alturas em que nos foi dito que não podíamos e as pessoas que não desistiram do credo americano: Sim, podemos.Numa época em que as vozes das mulheres eram silenciadas e as suas esperanças destruídas, ela viveu o suficiente para se erguer, falar e votar. Sim, podemos.Quando havia desespero e depressão em todo o país, ela viu uma nação vencer o seu próprio medo com um New Deal, novos empregos, e um novo sentimento de um objectivo em comum. Sim, podemos.Quando as bombas caíam no nosso porto e a tirania ameaçava o mundo, ela esteve ali para testemunhar uma geração que alcançou a grandeza e salvou uma democracia. Sim, podemos.Ela viu os autocarros em Montgomery, as mangueiras em Birmingham, uma ponte em Selma, e um pregador de Atlanta que dizia às pessoas que elas conseguiriam triunfar. Sim, podemos.Um homem pisou a Lua, um muro caiu em Berlim, um mundo ficou ligado pela nossa ciência e imaginação.E este ano, nestas eleições, ela tocou com o seu dedo num ecrã e votou, porque ao fim de 106 anos na América, tendo atravessado as horas mais felizes e as horas mais sombrias, ela sabe como a América pode mudar.Sim, podemos.América, percorremos um longo caminho. Vimos tanto. Mas ainda há muito mais para fazer. Por isso, esta noite, perguntemos a nós próprios – se os nossos filhos viverem até ao próximo século, se as minhas filhas tiverem a sorte de viver tantos anos como Ann Nixon Cooper, que mudança é que verão? Que progressos teremos nós feito?Esta é a nossa oportunidade de responder a essa chamada. Este é o nosso momento.Este é o nosso tempo para pôr o nosso povo de novo a trabalhar e abrir portas de oportunidade para as nossas crianças; para restaurar a prosperidade e promover a causa da paz; para recuperar o sonho americano e reafirmar aquela verdade fundamental de que somos um só feito de muitos e que, enquanto respirarmos, temos esperança. E quando nos confrontarmos com cinismo e dúvidas e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com o credo intemporal que condensa o espírito de um povo: Sim, podemos.Muito obrigado. Deus vos abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América
19 comentários:
viram a resposta de rui moreira ao orlando gaspar, no publico de ontem? bem dizia o carlos que isto ñao ia correr bem....
a que é que o louça nos habitou ò raul? é um padreco pretensioso....
como é que eu faço para por o meu nome de utlizador
Faz o comentário, clica em outro e mais abaixo escreve o nome e manda publicar com outro clic.
É fácil, é barato e dá milhões...
Não li a notícia porque não compro o público.
Mas eu avisei e Gaspar não merece ser maltratdo. É um dirigente nacional, que fez um disparo errado, mas compreendi.
Transcreve a resposta em comentário. p.f.
Raul Brito vou com calma fazer o balanço do debate que assisti.
Se fosse um jogo de futebol Sócrates vencia 5 a1 pois o único que marcou golo foi o GP do PS que falou do OE.
Patinho Antão agoniou-me com os números e com a sua capa de santo.
Tive pena de Santa e de Menezes ontem.
Este PSd que agora parece que são dois, um PPD e outro PSD.
Portas foi um desastre total.
Jerómimo já não muda e Louçã é irresponsável e demagogo.
Bom post e na hora Brito.
E boa análise.
Mais logo faço a minha.
Não ouvi o debate...
Obrigado Raul, mas desculpa,
Devo ficar preocupado quando o Carlos diz, vou com calma analisar o debate?
Talvez não.
Pelo que li dos dois:
PPD/PSD...Santana..falha
PPD de Menezes... está a falhar?
Vamos esperar pelas próximas sondagens, quer queiramos quer não, saõ UM BAROMETRO..
Estou curioso pela análise da Imprensa sobre este debate, também, embora a vossa seja muito positiva para mim.
Debate... só debate.
Para já não é mau.
Saudações
olhar atento*militante
Raul Brito fez uma análise séria e onjectiva. Pela mimha parte vou fazê-lo em comentário para não sobrepor.
Mais de 4 horas de debate é cansativo e a paciência estava a esgotar-se.
OE - Nota de abertura:
A jornalista da SICN Anabela Neves teve uma frase interessante: "A expectativa criada durante as duas últimas semanas, relegou para 2º. plano o OE e os partidos já gastaram as munições todas.
Não aconteceu assim e a comunicação social mais uma vez errou, ao levantar a fasquia tão alto. Encravar Santana Lopes ou esperança que o político tenha aprendido?
Sócrates abriu o debate e o novo modelo tem 3 andamentos:
-Apresentação do 1º. Ministro - 30 minutos
- Grupos Parlamentares 5 minutos.
Sócrates apresentou-se sorridente, confiante e com resultados que demonstrou.Lição bem estudada e resposta pronta. "Há ainda dificuldades mas vamos vencê-las."
Um resumo desta 1ª. parte que é a principal.
RIGOR-CRESCIMENTO-QUALIFICAÇÕES são estas as palavras chave do OE.
défice passou em dois anos e meio de 6,1% em 2005 para 3% em 2006;
-despesa pública reduz 2,4% e as receitas aumentam 0,7%.Aqui vou pelo Silva Lopes que desmistificou a tese da oposição nomeadamente Frasquilho e o PSD. Não se pode jogar com despesa nominal, despesa real, mas em percentagem do PIB que é assim que é sério e sansionada pelos Organismos Internacionais. O défice baixou à custa da baixa da despesa;
-Despesa com o pessoal passou de 14,5 para 12,8%;
Divida Pública a menor dos últimos 6 anos.
Atacar o problema ou escondê-lo com receitas extraordinárias como fez o PSD/CDS?
Estamos a pagar os encargos da insensatez das RE:
Titulação de Dividas Fiscais de 11,4 mil milhões de impostos vendidos por 700 milhões ao Citygroup com encargos anuais muito elevados - Ferreira Leite e
O Fundo de Pensões da Caixa Geral de Depósito que passou para a CGA e que durante 66 anos tem custos para o Estado-Bagão Felix.
Reformas Estruturais:
Segurança Social
Ensino Superior e Educação
Justiça
Administração Pública (menos 15.000 funcionários) antes era sempre a subir, desde o 25 de Abril.
CONFRONTO OU AJUSTE DE CONTAS
dizia-se. Nada disso.
Sócrates virado para a direita: "Que ironia amarga. A direita política procura nestes dois anos e meio substitutos e quem está a discutir o orçamento são os responsáveis pela política desastrosa que provocou o descalabro.
Mais dois números para terminar:
DESEMPREGO:
no 1º. Trimestre de 2005 - 7,5%, tinha subido com o PSD/CDS 31% em 3 anos
Hoje - 7,9% - + 0,4% em 2 e meio.
Para não vos maçar àmanhã há mais e é interessante.
Síntese de hoje:
Sócrates bem preparado, bons argumentos, seguro.
Oposição nervosa, sem propostas sérias, com Santana a confirmar que não aprendeu nada de nada e Portas com discurso gasto e bacoco.
Sócrates ganhou o debate em toda a linha e o duelo esperado não aconteceu.
Nota positiva, considerando que este orçamento podia ir mais longe no ataque ao desemprego e à pobreza.
A privatização das Estradas de Portugal é um caso a discutir e muito. Auto estradas sim. Todas Não, muito menos por mais ou menos 99 anos.
A Oposição de Esquerda não tem propostas e falhou o tiro ao não insistir nas políticas de emprego e mais social.
Com o petróçeo a bater os 100 dólares, a economia a arrefecer, não sei se este ritmo é sustentável. Mas tenhamos esperança.
Como o SPD o PS tem de virar à esquerda.
Muito bem Raul e Carlos,
O debate geral foi positivo para o nosso 1º,dito por vós e pelos comentários que já li on line.
Levantar questões técnicas a que não estou habilitado...seria ruido
interessa-me o Pais...obviamente.. mas é no Norte que se concentra a maior produtividade do Pais.
E não são animadoras as estatisticas..
"Factores" para o desenvolvimento não dão ao Distrito (ao Norte) grandes alegrias..
Os próximos dias darão mais noticias, certamente, pelos mais interessados.
Tenhamos esperança.
retenho a tua ultima frase...
para além da enigmatica EP...que de EP passa a SA, deixa-me muitas interrogações..
com que dinheiros foi dotado Este Instituto?
Vou ver se consigo mais infromações sobre o que disse o TC neste sentido...e olha que não deve ter sido só ruido, se bem conheço Guilherme D'Oliveira Martins...
Saudações
olhar atento*militante
Quando digo EP é Estradas de Portugal.
O TC não estará muito de acordo com a nova formula de financiamento que deiza de ser pelo PIDDAC para ser Do Imposto Rodoviário.
Não caias no engodo dos nossos jornalistas (alguns) que queriam mais sangue para vender papel. E alguns como agora ouvi na SICN o, sempre ele, Ricardo Costa e Luis Delgado, com autenticos disparates e baboseiras estúpidas.
Eu percebo pouco de economia, mas alguns jornalistas à minha beira são analfabetos.E em política estão muito mal preparados e dever ler muito pouco.
Quanto ao Norte e Porto, que não podemos descurar 1 minuto que seja, é preocupante e temos de fazer barulho.
Pressionar os dirigentes federativos para tomarem posições firmes senão saimos com comunicados públicos.
Mas não é só o PS, one anda o PSD, PCP e BE no Porto e no Norte? É ma desgraça. Não há lideres.
Vamos falando sobre o orçamento e àmanhã é que começa a parte técnica, porque hoje foi política e Sócrates ganhou muito bem.
O debate foi pobre. A oposição esteve mal e dentro da oposição Santana surpreendeu pela negativa.
Com um nível destes, o Governo não precisa de muito para manter os mínimos olímpicos. E, pedindo desculpa por discordar da corrente geral, não creio que um nível assim dignifique e fortaleça a prestação do Governo em debates e na acção quotidiana. Ao contrário. Não vi brilho no debate de hoje e vi muito regresso ao passado. E o que o país precisa é de olhar para o futuro. E já agora, além de oposição, precisa de um partido dinâmico, que questione o Governo. Um partido nessas circunstâncias poderia pressionar, como sugere o Carlos Pinto, no sentido de o Governo ir bem mais longe no ataque à pobreza e ao desemprego.
Concordo com o Rui Damião.
Qualquer governo precisa de uma oposição forte que o questione, que exija, que apresente alternativas.
É confrangedor ver os nossos deputados ao fim de 30 minutos desaparecerem.E os do PSD são useiros e veseiros.
Não é amigo de Sócrates e do PS quem diga sempre amen.
Elogiar o que está e criticar o que é mau.
Mas não é só na pobreza e no desemprego.
Rever a Saúde, a Educação, as privatizações, a desertificação do interior como uma fatalidade que tem de acontecer. O declinar do Norte e do Porto.
As nossas autarquias: o saneamento básico, o urbanismo. Ainda há tanto para fazer e tanto dinheiro se gastou mal gasto.
Sócrates ganhou hoje, está bem preparado e é corajoso. Mas não chega. Ernani Lopes com Mário Soares tanto apertou o cinto que fomos corridos em eleições.
Temos de falar mais e reunir mais.
Apoiar o que for de apoiar e criticar o que não estiver bem.
conforme pedido do Carlos, aqui vai o artigo de Rui Moreira, que saiu na sua crónica no PUBLICO de segunda-feira, dia 5. Curiosamente, saiu também no Publico Local, o que quer dizer que quem comprou o jornal no Porto tinha direito a duas cronicas iguais.
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Cartas Abertas, Intentos Fechados
O Engenheiro Orlando Gaspar, um respeitável dirigente do Partido Socialista do Porto que conheço há anos e por quem tenho estima, escreveu-me uma carta aberta, que chegaria às páginas deste jornal, insurgindo-se por eu ter assinado, em conjunto com vários cidadãos do Porto uma outra carta aberta, endereçada ao Primeiro Ministro e ao Ministro da Saúde, em que apelávamos ( e não exigíamos, ao contrário do que Gaspar referiu) para que fosse mantido o protocolo de colaboração com a Câmara Municipal do Porto que assegura o Porto Feliz, o projecto destinado ao tratamento e reinserção dos chamados “arrumadores”. Na opinião do dirigente socialista, haveria um incompreensível alinhamento num assunto que desconheço, em contraste com o meu silêncio noutras questões... Admito que não leia estas minhas crónicas, porque se tivesse esse hábito saberia que me tenho preocupado muitas vezes com questões de ordem social que afligem a cidade, e não tenho deixado de as denunciar e de apontar o dedo seja ao Governo seja à autarquia quando as circunstâncias o justificam. Acredito, até, que não saiba que a Associação Comercial do Porto já tomou posições públicas melindrosas sobre alguns dos tais assuntos da governação da cidade que, no seu entender, não me suscitaram preocupações. Por essas razões, a carta não mereceria resposta, não fora ser mais um sintoma preocupante do estado da oposição autárquica, e particularmente da que vem sendo feita pelo PS, desde que Rui Rio chegou ao poder. É que, se Gaspar e o seu partido entendem que Rio tem lidado mal com o problema da marginalidade e da exclusão, deviam preocupar-se em garantir que ao menos este projecto, que era também participado pelo IDT, pela Misericórdia e pela Universidade, não soçobrava, ate porque o seu mérito nem sequer é contestado na sua carta!
No princípio dos anos 90, Gaspar fez parte da vereação de Fernando Gomes que contou com o coro do PSD e das forças vivas da cidade para exigir ao Governo de Cavaco que o seu grande desígnio, o projecto do Metro do Porto, se concretizasse. Até por isso, e numa altura em que o Governo é das suas cores, Gaspar e o seu PS não devem esquecer as suas responsabilidades históricas e nem alinhar na política do “bota abaixo” ou esperar que as dificuldades que o poder central e os seus burocratas criam ao executivo autárquico lhes facilitem o regresso ao poder. O PS-Porto deve fazer o seu combate político, mas não pode ser cúmplice de medidas discriminatórias do Governo que prejudiquem a cidade como tem acontecido nos últimos tempos, seja através de intoleráveis actos de conivência seja por silenciosas omissões, em questões cruciais para a cidade e a região...
Terá Orlando Gaspar pretendido acordar o seu partido e os seus delfins para a necessidade de fazerem oposição, para se deixarem de salamaleques aos governantes e começarem a vigiar a governação de Rui Rio, verificando se o seu programa eleitoral está a ser cumprido e definindo alternativas e estratégias? Em todo o caso, é bom que saiba, se me pretendia atingir ou calar, que não acertou no alvo, que não sou intimidável e por isso continuarei a defender as causas em que acredito.
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Um texto simpatico de quem pelos vistos aprecia o Eng Orlando mas que nos devia fazer meditar
Tinha dito que hoje iria continuar.
Mas o 1º. dia de debate do OE não tem assim tanto interesse por falta de comparência de uma oposição credível.
Sócrates aproveitou e venceu.
O País é que não sei se estará contente com a política de apertar o cinto.
Dizem os comentadores que Santana teve 5 minutos e não podia fazer nada. Vamos falar sério.
Os debates têm um novo modelo aprovado pela AR.
1ª. Parte - 30 minutos para o 1º. ministro apresentar o documento.
.Perguntas da oposição de 5 minutos, com os costumeiros pedidos de prolongamento para defesa da honra da bancada.
Se a oposição não faz o trabalho de casa...
2ª. Parte - Todas as bancadas colocam perguntas ao 1º. ministro.
3ª. Parte - Declarações políticas de fundo e aqui Santana foi substituido por Patinha Antão que esteve para ser o lider da bancada do PSD de Menezes, mas venceu o PPD de Santana. Cada grupo parlamentar usou de mais de 20 minutos.
Uma chamada só para as propostas de Portas, já que os outros líderes não apresentaram nada de novo.
Portas apresentou propostas pescadas em França de Sarkozi, na Alemanha de Merkel e até de Blair que já não é 1º. ministro.
É confrangedor ver os comentários de alguns nas rádios e televisões com destaque para Luis Delgado e Ricardo Costa.
Este País está doente e precisa de um tratamento rápido. Os políticos que temos em representação parlamentar são fracos.
Mas atenção não nos podemos distrair com Portos Felizes, que o Norte e o Porto estão em agonia.
Fala-se que os deputados de todos os partidos eleitos pelo Porto não se vêem.
Os autarcas do PS andam distraídos e ocupam lugares demasiados.
Faça-se uma discussão pública sobre os problemas que nos preocupam, exija-se clareza, responsabilidade e transparência.
Comecemos a perguntar o porquê das coisas. Não se atirem as culpas só para os políticos, porque nós todos temos responsabilidades no reforço da Democracia e o nosso voto é fundamental. Saibamos usá-lo.
E alguns que aqui comentam e muito bem, têm de questionar outros socialistas, se estão contentes com a situação que se vive na Distrital do Porto: quem manda?
Que estratégia? Que oposição? Que exigências ao governo? O politicamente correcto acabou.
Vamos a factos e directamente.
O Blog não é abrigo de luta politico-partidária, mas é um espaço livre para socialistas e cidadãos que se preocupam com a sua Região, o Porto e o País.
Criticar, exigir, reflectir, propor, apurar responsabilidade é uma missão de cidadania. Vamos cumpri-la.
Desilusão para o PPD Raul Brito?
Desilusão para o País, não creio.
Desilusão para Menezes, talvez.
Os nossos políticos que nos representam ou melhoram o comportamento no Plenário ou têm de ir quase todos procurar novo modo de vida.
Quem nos representa tem de ter mais seriedade no debate.
A Política não é um jogo de vale tudo.
Portas fala em Canal Memória.
Jerónimo diz que é pifício
Louça fala em "marosca" nos jornais e não assume
Santana continua iludido
Os Verdes vão indo.
E o PS anda a retocar o estatuto do aluno.
José Sócrates ganhou e o País talvez.
O contrato de legislatura é para 4 anos e por isso estou confiante que este governo vai ficar na história como tendo saneado a contas públicas e colocar Portugal nos carris.
Há medidas que são muito duras nos últimos dois anos.
Se for para bem do País e dos portugueses mais necessitados Sócrates terá nova maioria.
Mas alguém ainda tinha dúvidas senhor Raul Brito?
Este senhor Pedro Santana Lopes já devia ter seguido outro rumo.
Nem todos servem para a pol´tica,muito menos para governar um País com dificuldades como o nosso.
Mas aqui pelo nosso burgo também há políticos que precisam de ur para casa. Não têm capacidade.
Não sou "especialista" em finanças públicas para botar faladura sobre o OE nem tão pouco (isso pouco interessa) quem ganhou o debate.
O que sei é que sou aposentado, no ano passado vi a minha pensão aumentada(!) mas!!! o meu escalão de IRS também passei a receber menos!? como se diz na minha terra "vai-te ganho que me dás perca". Este OE em termos sociais é ZERO como foi o OE anterior e como já foi aqui dito por outros companheiros do blog o Hernani tanto apertou que perdemos as eleições. Ler o passado para não fazer asneiras no futuro não me parece que seja uma tarefa prioritária para este governo.
Vai uma aposta! como em 2009 o IVA baixa 2 pontos.
Termino dizendo que concordo com o comentário do Rui Damião.
Ernesto
Mau Caro Ernesto:
Está ver a verdadeira razão porque o nosso FUTURO presidente da FDP tem de ser uma pessoa com perfil com força politica no Distrito, a NORTE, e na Região para discutir via FDP propostas conjuntas se que se façam ouvir no RATO?
Está a ver como todos devemos acabar com politicas de interesses pessoais ou de amizades?
O seu caso de reformado, igual a muitos milhares, como vão pensar em 2009?
A sua aposta do Iva até pode ter vencimento.
Mas, o seu cheque mensal vai ser alterado?
Saudações
olhar atento*militante
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