PROPOSTA DE DOCUMENTO DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA
1.1. O Mundo no início do SEC.XXI
A humanidade confronta-se com um dos maiores desafios desde o aparecimento da História. As transformações impostas pela globalização, o ressurgimento do capitalismo na expressão financeira mais agressiva de que há conhecimento, a desvalorização das ideologias, a vulgarização da desumanidade, a eclosão de conflitos regionais, o aquecimento global da terra, as migrações provocadas pelo desequilíbrio populacional e económico entre regiões, os conflitos relegiosos, a intensifiocação das desigualdades entre países pobres e ricos, o esgotamento das reservas dos combustíveis fósseis em confronto com as necessidades energéticas de economias emergentes, o declínio da influência e do poder militar dos Estados Unidos da América, a vulgarização do armamento nuclear, a expansão dos movimentos terroristas, a ameaça de pandemias como a da gripe das aves, são alguns dos exemplos com que a Humanidade se confronta neste início do SEC.XXI:
1.2. O continente europeu
O continente europeu onde nos inserimos no plano geográfico e político, foi nos últimos 60 anos um espaço onde prevaleceu s paz, se excluirmos o conflito regional dos Balcãs. Esta situação permitiu aos europeus recuperar das consequências da Segunda Guerra Mundial e conceber um podlo político, económico e social aglutinador da maioria dos Estados Europeus que permitiu aos cidadãos deste espaço beneficiar duma sociedade de bem estar, segurança e estabilidade. A União Europeia é a expressão política deste grande projecto europeu. Portugal aderiu a este projecto em 1986, sem dúvida devido à visão de um grande português, o socialista Mário Soares.
A globalização provocou um enorme impacto na economia europeia que tem tido grandes dificuldades de adaptação.
As consequências mais evidentes registam-se no crescimento do desemprego e na falência do modelo social, o que tem levado muitos europeus a temer pelo sucesso do aprofundamento e alargamento da União Europeia.
1.3. Portugal
Foi a adesão a esta aventura europeísta que permitiu a Portugal nos finais do SEC.XX integrar o clube dos países ricos da Europa e sonhar com o objectivo de os igualar, num futuro próximo, no plano económico e social. Oa avanços foram extraordinários, já que o País recuperou algum atraso relativo e garantiu um enquadramento que lhe permite enfrentar as adversidades com a segurança e a solidariedade de saber que pertence a uma das maiores potências económico-financeiras da actualidade.
No entanto, os poios e garantias dadas pela União Ruropeia, por mais generosos os primeiros e por mais fortes as segundas, serão uma ilusão se pensarmos como a cigarra, isto é, que os europeus vão fazer o trabalho que nos cabe. Nenhuma nação será livre e rica se não trabalhar, se não apostar com responsabilidade na formação e especialização dos seus jovens, se não for exigente com o cumprimento dos deveres dos cidadãos e respeitadora dos seus direitos.
Portugal, país periférico, sem riquezas naturais, de economis débil, com défice crónico das contas públicas, uma preocupante dívida pública, desequilibrio permanente nas contas com o exterior,com uma população envelhecida, mão de obra, na sua maioria,desqualificada, um sistema de ensino ineficiente, com uma elevada dependência energética, com uma organização administrativa centralizada, gastadora e inoperante, com graves e acentuadas desigualdades regionais, tem um enorme desafio à sua frente se pretender superar o seu ancestral atraso de desenvolvimento económico, social e humano.
1.4. O Partido Socialista e o Governo
O PS está à frente do governo da nação vai fazer dois anos. Todos sabemos as condições que o governo de José Sócrates encontrou quando assumiu responsabilidades.Ninguém desconhece as circunstâncias internacionais particularmente difíceis dos tempos que vivemos. Só os mais distraídos não estão a par das hesitações que alguns povos têm sobre o futuro da construção europeia no actual contexto europeu e internacioanl. O episódio da ratificação da futura Constituição Europeia é o melhor exemplo destas apreensões.
Cabe a um governo socialista, nesta conjuntura concreta, governar Portugal e participar na construção da União Europeia. Cabe aos socialistas do Porto, como uma das maiores federaçõse do PS, dar o seu contributo para que a participação de Portugal na Europa seja a mais adequada aos desafios com que todos os europeus se confrontam. Mas cabe-nos também, e sobretudo, ajkudar o governo do PS a governar Portugal nas condições particularmente difíceis em que o está a fazer.
Não podemos, porém, em circunstância alguma, esquecer que ( independentemente da solidariedade institucional e individual que deve haver entre camaradas de um ppartido, e entre o partido e um seu governo ) o PS/Porto tem responsabilidades próprias no todo nacional, regional ou local. Só seremos respeitados e responsáveis perante o partido, o governo e a sociedade, se os nossos dirigentes e representantes forem políticos sérios, credíveis, interventores,competentes e não meras correias de transmissões do Largo do Rato ou do Palácio de S. Bento. A defesa dos nossos valores e princípios, inscritos na nossa Declaração de Princípios, são inquestionáveis.A nossa intervenção política deverá tê-los sempre em conta.
1.5. A Região Norte
As nossas responsabilidades locais e regionais são actualmente muito maiores que no passado, na medida em que a Região Norte atravessa talvez o periodo mais problemático de que há memória. Esta região tem dos piores indicadores económicos, sociais e humanos do país e da Europa.As indústrias tradicionais, base da economia regional, tais como o calçado, os têxteis e as confecções, que até agora sustentavam milhares de famílias, despejam no desemprego milhares de trabalhadores que não encontram alternativa num mercado inadaptado aos enormes desafios provocados pela globalização da economia e liberalização das trocas comerciais. Como consequência, o norte é a região mais pobre do país e uma das mais pobres da Europa ( quarta ). Os desafios são enormes. O governo do PS está com maioria absoluta no Parlamento e vai dispôr, nos próximos seis anos, de verbas avultadísssimas do QREN para o desenvolvimento regional, para infra-estruturas e para a qualificação profissional. Será uma oprtunidade única para a região e para o país. Ninguém nos perdoará se esta oportunidade for desbaratada. O PS seria fortemente penalizado.O PS tem que continuar com a política de reformas, nomeadamente com a Reforma da Administração Pública e com a Regionalização. Uma e outra estão interligadas e são fundamentais para o êxito ou insucesso do governo e do país. Não podemos adiar. O País não suportaria. O nosso povo não merece.
1.6. A Área metropolitana do Porto
A Área Metropolitana do Porto, embora seja um território onde se situam empresas tradicionais, é um espaço económico com grandes potencialidades dado dispõr de óptimas infra-estruturas aero- portuárias, boas ligações rodoviárias,o maior polo universitário do país e gente com um espírito empreendedor acima da média nacional. Todos temos a convicção de que, controlado o défice, reduzido o pessoal da máquina do Estado a números aceitáveis e melhorada a perfomance da Administração Pública, a economia vai arrancar e que a nova geração de empresários vai enfrentar com sucesso os desafios ad modernização tcnológica, da inovação e da qualificação, condições prévias para a conquista de clientes e mercados.
Compete-nos criar as condiçõse para que os sectores convencionais dinámicos recuperem a sua competitividade e para que os novos sectores da economia encontrem condições de excelência para aqui se instalarem. A Institucionalização das Áres Metropolitanas com poderes reais e com a legitimação eleitoral directa dos seus seus dirigentes são uma condição imprescindível para o êxito de estratégias que fujam à lógica centralizadora e castradora do Terreiro do Paço, primeira responsável pela situação a que chegamos.As nossas soluções não são as de Lisboa ou Faro. Olhe-se para a viziha Espanha. Veja-se os exemplos da Galiza, da Catalunha ou do País Basco.
A cidade do Porto, capital natural da Região Norte, que at´r há bem pouco tempo teve um papel determinante na afirmação de todo este espaço territorial no país e no contexto do noroeste peninsular, desempenha, hoje, um papel reduzido na vida política nacional; daí, a perda de influência do Porto e do norte. A falta de um líder natural nesta região, como se verificou durante o período em que Fernando Gomes esteve à frente da Câmara Municipal do Porto, é uma das principais causas do recrudescimento das tendências centralistas e do declínio do norte. O PS do Porto tem, pois, como primeira missão, encontrar lideranças fortes para a cidade e para e região.
1.7. O Partido Socialista
O PS nacional tem que estar atento aos sinais de desconfiança que estão a instatlar-se na sociedade portuguesa relativamente aos políticos e à forma de fazer política. As últimas eleições presidenciais e o referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez são a demonstração que os partidos não têm o monopólio da política e que os cidadãos, quando não se sentem devidamente representados, têm capacidades para os substituir. Os partidos têm que estar atentos a estes sinais e corrigir os graves defeitos que os corrompem e descredibilizam. O PS tem que ter a força política iniciadora desse movimento regenerador e modernista que devolva a confiança dos cidadãos nos políticos e nos partidos.O PS não pode esquecer as suas origens obreiras e republicanas e o seu tradicional laicismo. Aberto, como sempre, às mudanças impostas pelo tempo, tem uma matriz, um ADN que não deve ser manipulado.
Existimos porque somos diferentes. Por isso, propomos um modelo de sociedade que granjeia a confiança dos nossos eleitores. A nossa obrigação é, pois, construir essa sociedade, espaço de liberdade, de fraternidade, da maior igualdade, de justiça, de paz e de bem estar. Temos demonstrado que somos capazes. Quando não o conseguirmos, não teremos condições para justificar a nossa permanência, nem a nossa existência partidária.
1.8. O Partido Socialista do PortoO PS/Porto reflecte o PS a nível nacional.É um partido velho, fechado ao exterior ( independentemente do recurso esporádico aos independentes )com uma organização pouco transparente, patriacal e inadequada às necessidades; é,porém, adequada aos interesses de alguns "baronetes" locais. Daí resulta um aparelho ineficiente ( a não ser para os actos eleitorais internos ) e um partido amorfo, sem intervenção política relevante, a maior parte das vezes sem posição política autónoma sobre os problemas da cidade ou da região.
O aparecimento público dos seus principais agentes políticos tem, frequentemente, mais a ver com disputas internas de lugares do que com os assuntos da cidade, da região ou do país. A renovação dos seus quadros é o tema de debate principal aquando de qualquer acto eleitoral; o resultado prático, porém, é, por regra, a manutenção das mesmas pessoas, com o consequente abandono da vida partidária dos jovens quadros do partido.
Se a criação de quotas para as mulheres ( por imposição administrativa e estatutária )teve um impulso renovador, esgotou-se no primeiro acto eleitoral.De facto, as novas debutantes do poder ràpidamente solidificaram os lugares, adaptando-se ao status quo existente. A preocupação da maior parte dos eleitos não é, pois, manter uma ligação com os eleitores, mas, isso sim, cuidar de garantir apoios internos que garantam uma futura reeleição. O resultado é o total desconhecimento, por parte dos eleitores, daqueles em quem votaram, bem como a manutenção de um aparelho partidário vocacionado para o uso exclusivo do grupo maioritário que em cada estrutura manda.
1.9. Estratégia para UM RUMO CERTO
O PS precida de um novo rumo para o distrito. Um Rumo Certo. No contexto actual, o partido tem o dever de ajudar o governo a executar o seu compromisso eleutoral com os portugueses.As obrigações nacionais têm prioridade. Os sacrifícios que são pedidos aos portugueses devem, porém, ser repartidos com equidade e justiça. O PS/Porto está solidário com o governo e apoia a coragem, a determinação e o patriotismo do Primeiro-Ministro, o camarada José Sócrates.Mas, sem pôr em causa esta solidariedade inquestionável, o PS/Porto tem compromissos regionais e locais com os seus eleitores que não pode meter na gaveta, sob pena de sermos considerados desonestos e incumpridores. Entre a nossa estrutura distrital, a direcção nacional e o governo tem que haver mútua compreensão e entendimento. As nossas razões são mais que evidentes: a região em que nos inserimos precisa como nunca da solidariedade nacional pelo facto indesmentível de ser a mais pobre do país.Por esta razão, não podemos deixar de manifestar a nossa insatisfação pelo reduzidi investimento que tem sido feitop no Norte e pela ausência de uma estratégia regional coerente e consistente que garanta aos que aqui residem uma aproximação aos níveis de vida de Lisboa ou Algarve e não ( como se tem verificado ) um permanente afastamento.
O PS/Porto tem a convicção, alicerçada na experiência, de que com o actual modelo de administração regional, jamais o Norte, como outras regiões, recuperarão do seu atraso. Defende, pois, que o partido e o governo assumam com prioridade a criação das regiões administrativas e que de imediato, se estabeleçam contactos com as outras forças políticas tendo em vista criar à volta desta reforma,o mais amplo consenso possível. É com grande apreensão que vamos assistir à aplicação das verbas do QREN sem que sejam órgãos eleitos pela região a defenir as prioridades.
As reformas que o actual governo tem vindo a implementar ou são compreendidas pela generalidade dos portugueses ou terão custos políticos elevados. No final desta legislatura, os eleitores não deixarão de fazer um balanço dos seus resultados e, se chegarem à conclusão de que não valeu a pena os sacrifícios que lhes impuseram, não deixarão, seguramente, de penalizar severamente o PS. Seria um erro estratégico interromper o fluxo de reformas, mas, seria igualmente trágico não as fazer da melhor maneira. A reforma da Administração Pública é reclamada, e bem, por todas as forças políticas. É uma das reformas que terá de ser feita se quisermos modernizar o aparelho do Estado e simultâneamente, reduzir as despesas correntes, colocando o défice emníveis suportáveis. O que poderá questionar-se é se não teria sido preferível congelar toda e qualquer admissão na Função Pública, em vez de aplicar a regra dois por um, e termos agora um previsível número de trabalhadores no quadro de supra-numerários, com os custos daí advenientes. Esta reforma da Administração Pública terá que ter obrigatoriamente e em conta a futura Regionalização e não ser mais um meio para reforçar a concentração em Lisboa de recursos humanos e estruturas.
As primeiras reestruturações não são clarificadoras, mas os portugueses não compreendem, por exemplo, como há tantos agentes da GNR em Lisboa quando a sua actividade operacional se situa nas áreas predominantemente rurais.
Temos que credibilizar a política para manter a confiança dos cidadãos.Os nossos políticos na Assembleia da República têm que ter sentido de estado, mas não podem esquecer que foram eleitos pelo círculo eleitoral do Porto, que têm obrigações com os eleitores que os elegeram e que a defesa dos interesses regionais é uma missão indeclinável, para que o todo nacional não seja a riqueza de uns poucos e a pobreza da maioria.
O cidadãos do norte constatam que, de ano para ano, as assimetrias regionais se acentuam e não comprendem o silêncio dos deputados socialistas. Se os eleitos do PS querem continuar a merecer o apoio do eleitorado têm que ir à luta e dar a cara para que a política tenha rosto (s). Temos que acentuar a intervenção do partido nacional, regional e local não apenas quando estamos na oposição mas também quando somos poder.
A nossa solidaridade com o governo ou com uma autarquia não implica subserviência e muito menos o nosso silenciamento. Enquanto que a autonomia solidária é um esteio essencial da vida democrática, o servilismo político é um tumor que rói as instituições. Não raras vezes esconde a incompetência e a cobardia; como tal deve ser banido do nosso seio. A coragem na política, pelo contrário, deve ser incentivada e premiada.
As escolhas dos nossos políticos têm que passar a ser feitas com base no mérito, no trabalho político e no reconhecimento público dos candidatos e nunca pela fidelidade ao líder, seja ele local, regional ou nacional, pois a nossa fidelidade é com o ideário e com o partido. A renovação e o rejuvenescimento serão, pois, um elemento fundamental para a afirmação do partido e para enterrar velhos hábitos. Em todos os actos eleitorais é um argumento utilizado com despudor pelas forças em disputa. Chegou o momento da verdade. Por isso, propomos que, em cada cinco candidatos, um seja jovem com menos de trinta anos. Na quota das mulheres, deverá haver também lugar para uma jovem com menos de trinta anos em cada três mulheres candidatas. Por ests regra, numa próxima candidatura à Assembleia da República, teremos, nos primeiros 20 lugares, 10 homens,4 mulheres, 4 jovens rapazes e 4 jovens raparigas. Este modelo estender-se-à às listas para asautarquias, se essa for, naturalmente, a vontade do Congresso Distrital.
Temos consciência das dificuldades que haverá que vencer para que esta reforma seja posta em prática, ainda que apenas no Porto. Os actuais detentores de cargos e o sistema que neles os tem perpetuado, não são uma força desprezível e vão reagir com todo o potencial demagócico que dispôem. Anima-nos a convicção de que a maioria dos militantes quer a mudança e coloca o interesse público acima dos interesses pessoais, por mais legítimos que sejam.
A reorganização do aparelho partidário está, igualmente, no centro das nossas preocupações e prioridades.É um lugar comum dizer-se, e é verdade, que as secções estão fechadas, que têm um regime patriacal, que não têm vida democrática plena ( pois nem as reuniões estatutárias realizam ), que não têm recursos para pagar as despesas de funcionamento, que muitas nem sede própria têm, etc.,etc.É uma realidade complexa, de geometria variável, mas em grande número pouco abonatória para qualquer instituição e muito mais para um partido político.Qualquer mudança tem implicações políticas, já que no actual quadro estatutário, a força de uma Federação assenta nos delegados que elege e estes são eleitos pelas estruturas ( secções ). Mas, neste caso, como no do projecto de intenções do Governo de mexer no reordenamento do território, há que reconhecer que o modelo vigente está ultrapassado e ter a coragem de proceder às mudanças necessárias. O Congresso Federativo deverá mandatar a próxima Comissão Política Distrital para aprovar uma reorganização que, tendo em conta a defesa do número de delegados distrital, dê uma resposta às questôes colocadas e às deficiências de funcionamento e objectivamente melhore a eficácia administrativa, política e democrática das estruturas que prevalecerem.
A força do PS está nos seus militantes e na dinâmica das suas estruturas locais, concelhias e federativas. A competência mais nobre destas estruturas reside na capacidade de escolher candidatos:as Secções dos candidatos às Juntas de Freguesia,as concelhias dos candidatos às Câmaras e Assembleias Municipais e as Federações dos candidatos ao Parlamento. Estas competências são, aliàs, a parte mais nobre da autonomia de qualquer estrutura. Com este modelo, o partido funcionou com óptimos resultados. No entanto,nas últimas revisões estatutárias foram por mais evidentes os apetites centralistas e anti-autonómicos do aparelho central lisboeta que começou por estabelecer quotas para a direcção nacional na indicação dos candidatos a deputado e reforçou o uso ou a ameaça das avocações, quer para a elaboração das listas para o Parlamento ou para as Câmaras Municipais. Chegou-se ao extremo de se avocar a decisão da escolha dos candidatos às Câmaras de Lisboa e do Porto, com os resultados desastrosos que se conhecem.Murmura-se, agora, nos bastidores da federação portuense, que " o apetite ) de Lisboa já não se irá ficar pelas escolhas de Lisboa e Porto, mas alargar-se-à a todas as Câmaras das Áreas Metropolitanas, tendo no norte, o apoio da Federação Distrital.
Esta questão a par do alargamento do número de membros dos diversos órgãos do partido é condenável na medida em aumentando o número de inerentes ( diga-se membros do partido que têm assento em órgãos partidários sem terem de ser sujeitos a sufrágio )fragiliza-se a vida democrática.
Só um partido fraco e dirigentes fracos podem propôr ou defender tais soluções.Um PS/Porto forte deverá, pelo contrário, reclamar o regresso às práticas antigas:um partido plural, descentralizado e solidário. O PS/Porto orgulha-se do contributo que sempre deu ao partido nacional, confia na clarividência dos seus dirigentes e exige respeito pela sua autonomia.
Nas próximas eleições autárquicas o PS/Porto deverá ter como objectivo mínimo, ganhar a Câmara Municipal do Porto e a maioria na Área Metropolitana.Estes objectivos são fundamentais para que o PS local tenha voz que se ouça em Lisboa e para que possa ter um papel determinante na defenição e na aplicação das opções politicas neste espaço territorial e nas futuras regiões administrativas que todos desejamos venham a ser criadas o mais cedo possível.
21 comentários:
Li o documento e acho que tem interesse. Vou analisar.
Os problemas do século XXI devem preocupar-nos a todos.
A GLOBALIZAÇÃO cega e que visa apenas o lucro, está a encaminhar o Mundo para o abismo.
A POBREZA tem de ser combatida sem tréguas.
O Porto e a Região Norte estão num marasmo e sem lideres capazes de bater o pé a Lisboa.
Os partidos políticos e nomeadamente o PS têm obrigação de aoresentar programas e projectos para relançar o Norte e o nosso Porto.
Caro Raul Brito,
Dada a temática abordada, tomei a liberdade de publicar um excerto deste seu "post" (Região Norte), com o respectivo link, no
Regionalização
Cumprimentos
O Documento de Orientação Estratégica, apresentado para análise,discussão,sugestões e propostas neste BLOG, tem da minha parte o acordo de princípio nas suas linhas gerais e que são muito amplas, merecendo para já a materialização de algumas propostas/sugestões, que se limitam a dois campos específicos e mais interessam ao Norte e ao Porto Metropolitano:
A REGIONALIZAÇÃO E A REFORMA DOS PARTIDOS POLÍTICOS.
Quanto à GLOBALIZAÇÃO, para já remeto para as minhas postagens sobre o tema, tão actual e preocupante, que vem a ser desenvolvido sistemáticamente, com realismo e isenção no BLOG da 4ª.DIMENSÃO-CLUBE DE POLÍTICA,
www.dimensao4.blogspot.com.
Fui um defensor militante da Regionalização, mas hoje estou céptico, mas com abertura para ouvir e reflectir. Que o preceito constitucional se cumpra, se for essa a vontade do POVO e o melhor para o País.
Vamos à REGIONAIZAÇÃO:
. Análise CUSTO-BENEFÍCIO por peritos independentes e realistas.
Estudos que levem a contra-estudos, como a OTA e o TGV, não podem ter cobertura. Se a OTA leva quase 40 anos de estudos,com avanços e recuos e muito dinheiro gasto, quando se quer tomar a decisão, não sei se bem ou mal, porque tenho duvidas, lá vêm os contra-estudos e a politiquice a dizer que NIM. Já quanto ao TGV, é porque "Portugal não pode ficar fora das grandes redes europeias de transportes e há que avançar", porque Espanha não espera, digo eu. A Suécia não tem rede de alta velocidade.Porque será?
. Cinco Regiões horizontais, para que o desenvolvimento do litoral se prolongue acelaradamente para o interior.
. Redução dos 18 Governos Civis para 5 (tantos quantas as regiões)com poderes efectivos descentralizados.
. Eleição directa de um Presidente Regional (substituto do Governador Civil)em simultâneo com as eleições autárquicas.
. Criação da Assembleia Regional composta por todos os Presidentes de Camara eleitos na Região, presidida pelo cidadão eleito directamente.
. Repensar, reoorganizar e dotar de novas competências, as CCDRs, Direcções Regionais, Juntas Metropolitanas, Assembleias Distritais (penso que já se extinguiram)e Associações de Municipios e outros organismos similares, requalificando todo o pessoal que lhe está afecto para que seja enquadrado na nova estrutura.
. A transferência de competências implica a dotação financeira e adaptação administrativa,fiscal e de pessoal às novas regiões a criar.
. A Assembleia Regional, órgão de decisão política, receberia na sua estrutura,as competências dos Organismos hoje existentes e o pessoal que lhe está afecto, sendo reformulados, extintos e/ou reorganizados,todos os serviços, em conformidade com as novas realidades.
. A mudança tem de ser ponderada e progressiva, nunca ultrapasssando dois mandatos autárquicos.
. A experiência desta solução, antecedida como é óbvio à realização do referendo, levaria a que realizado o mesmo ( que é obrigação constitucional)se avaliassem e confirmassem as soluções implementadas e a sua mais valia para cada Região.
. A descentralização tem de ser efectiva e não paliativa. À transferência de poderes, que é sempre difícil,correspondem transferências financeiras e receitas próprias com distribuição equilibrada e justa. Os que mais podem aos que menos têm.
. Numa primeira fase o órgão fizcalizador, emanaria da Assembleia da República, através de uma Comissão Parlamentar assessorada por técnicos independentes oriundos se possível da Região.
. Sendo a experiência positiva e reconhecidamente descentralizadora e eficaz, seriam implementadas em concrecto as 5 Regiões Administrativas já referendadas e eleitos por voto directo e secreto dos cidadãos eleitores de cada Região, os membros do novo Governo Regional com órgãos próprios a definir e aprovar de acordo com a Lei e a Proposta de Referendo que vierem a ser sufragadas pelos Portugueses.
. Se a criação de Regiões, com Governos Regionais eleitos directamente, se confirmar que é exequível, reduz custos e burocracia, aumenta a eficãcia, reduz as assimetrias regionais e não aumenta o pessoal político e os encargos do Estado, estarei convencido para apoiar de novo e sem reservas, a criação das Regiões Administrativas.
Como não sou técnico e já me alonguei demasiado, vou passar aos partidos políticos, nomeadamente ao PS como se diz no Documento.
PARTIDO POLÍTICOS E O PS:
Sou socialista, mas antes sou cidadão, com direitos e com deveres.
Falar dos outros é sempre difícil. Mas numa democracia estabilizada (?) e num País integrado no grande espaço europeu, quem não se modernizar e não se adaptar sem perder as suas convições e mudar os seus princípos, MORRE.
.A Democracia representativa ou a chamada Democracia Participativa, não carecem de profundas alteraçõese/ou adaptações ao Mundo em que vivemos?
. Os modernismos, que levaram ao apagamento da Internacional Socialista, ao Centralismo Partidário e à criação de Núcleos Duros em todos os partidos, foram benéficos ao regime democrático?
. A Esquerda Moderna, A Social-Democracia nunca experimentada, o Centrão criado por forças da Globalização, a Direita Social, o Socialismo Democrático, os Radicalismos de Esquerda e de Direita, o Capitalismo Social e outras invenções que me escuso de evidenciar,trouxeram melhorias para os POVOS e para a Democracia?
.Os Direitos e os Deveres estão assegurados.
.A Autoridade do Estado está reforçada?
. Há alternativa ao capitalismo?
. O Bloco Central de Interesses continua em funcionamento?
. A política e os políticos estão credibilizados?
. Pode-se prometer sem cumprir?
. Há menos pobres em Portugal e na Europa e no Mundo?
. A exclusão social não é uma realidade?
. Não morrem CRIANÇAS à FOME todos os dias?
.Não há guerras no Mundo injustificadas e brutais?
. Não existem em todos os partidos Nucleos Moles, que estão sempre prontos a dizer "SIM".
. É esta socieade que no século XXI queremos deixar aos nossos filhos?
São quinze perguntas para milhentas respostas. Eu sei! Sou lírico! Sou utópico! MAS SOU REALISTA E HONESTO.
Para o PS, grande força com responsabilidades no Porto e na região, algumas questões, que a não serem resolvidas, vejo o seu futuro pior do que o que se passa agora noutros partidos à direita e à esquerda.
. Quando se faz no Porto e no Partido Nacional formação política, civica e autárquica?
. Porque não se repensa a estrutura copiada do PSD e se reformula para se tornar mais ágil e mais actuante, fortalecendo as secções juntando militantes, para que adquiram poder financeiro e político? 50 não contam, mas 500 ou 1000, são autónomos financeiramente, com instalaçoes próprias, militantes activos e mais reivindicativos.
. As inerências alargaram-se substancialmente em todos os órgãos. É Democrático. É representativo? Não é!
. Os militantes só servem para ir a congressos de 2 em 2 anos e votar nas eleições?
. Para quando a afirmação do Porto e da sua FDP, opondo-se ao centralismo de Lisboa?
. Quem escolhe os candidatos para as diversas eleições. Os militantes, a direcção regional ou agora também a Direcção Nacional como parece?
. Os Estatutos do Partido estão em consonância com a Esquerda Moderna? Porque não se alteram?
. E o Programa e a Declaração de Princípos perderam o prazo de validade? Porque não se adaptam os novos tempos?
. A JS é autónoma e independente? Porque não agregá-la ao PS e dar-lhe os meios para desenvolver o trabalho que lhe compete?
. As Mulheres Socialistas têm condições objectivas para se impor aos homens do PS nos órgãos dirigentes?
. Qual o papel dos deputados na sua região? Cumprem as suas promessas eleitorais? Contactam as populações com regularidade? Fazem propostas para retirar o Norte do marasmo em que se encontra? Claro que não!
. E os autarcas que apoio têm? Quem os ouve? Quem os apoia? Quem lhes pede contas?
. A profusão de órgãos e secções é benéfica para o PS? Na séde Distrital: Presidente do PS que é um órgão; Secretariado; Comissão Política, Comissão Concelhia; Secretariado da Concelhia; Secções; Assembleia de Inscritos. É funcional? Tem força política?
É o dividir para reinar.
Não me vou alongar mais porque a discussão está a começar.
Mas estou preocupado com PS no Porto, que há mais de 10 anos vive em perfeita capelinha, em guerrilha permanente, subserviente a Lisboa e que abomina a livre crítica e opinião, não se apercebendo que serve menos o PS e o Governo que tanto necessitam de uma Federação forte e actuante, para ajudar a levar por diante as medidas corajosas que O Secretãrio-Geral e 1º. Ministro e o Governo estão a realizar, para salvar o País da CRISE que outros criaram.
O POrto e o Norte não podem esperar mais. Há problemas gravíssimos que têm de ser resolvidos.
O documento está bom, embora possa ser melhorado.Mas para lá do documento é necessária uma liderança política que saiba alguma coisa mais do que de negociatas e intriga, e que possa pôr em prática um programa com princípios e inteligência,isto é, um progama em que o socialismo não seja uma palavra sem sentido, mas que compreenda o que se passou no mundo nos últimos 20 anos.
E isso não é possível pôr em prática com oportunistas ou gente que não sabe ler nem escrever.Um abraço.
Caro João Silva.Vejo que no essencial estamos de acordo.Como muito bem refere o mais importante é construir um programa motivador para o Porto e o Norte. O líder, a seu tempo virá.Conto com a sua colaboração,
Cumprimentos, Raul Brito
Caro Raul,
Li a tua reflexão e há pontos que merecem ser abordados desde já. Para mim o mais importante é reformular o PS, pois tal como está só serve de trampolim para que os que controlam o aparelho (não é por acaso que a organização dos partidos é muito semelhante e com inspirações em organizações que já vêm do início do século passado...).
O Carlos Pinto fala das inerências. Está tudo dito.
Para quando a liberdade dos militantes escolherem os seus dirigentes, não em listas fechadas, mas em candidaturas uninominais? Não andamos a pregar essa teoria para as eleições da República? Porque não começamos por dentro? Vá lá que o fazemos para o Secretário Geral e presidentes locais. Está na hora de o fazermos para todos os outros dirigentes. Votá-los um a um. Só assim os militantes podem ter uma palavra na eleição dos seus dirigentes.
Todos conhecemos como são "fabricadas" as listas para os secretariados, concelhias, federeção e congresso...
Olhemos para os ingleses que têm a mais antiga e funcional democracia.
Só chega a ministro, por exemplo, que tenha passado pelo crivo da eleição directa no seu círculo. Adeus paraquedistas...
Levemos esta discussão ao seio dos nossos orgãos, ditos representativos.
Por hoje fico-me por aqui.
Um abraço,
Paulo Moz Barbosa
caro Carlos Pinto
Dos seus comentários ressalta uma primeira conclusão:há falta de debate no PS.
Um dos objectivos do documento que pus à discussão é exactamente preencher essa lacuna.Pelas primeiras reacções estou satisfeito, pois,esse propósito mínimo parece que vai ser alcançado.Uma das prioridades do documento é a Regionalização. vejo que tem algumas dúvidas e alguns receios, o qué é perfeitamente natural e compreensível porque a situação do país não está de molde a experiências, nem há condições para se desperdiçarem recursos. O legislador terá de ter cautelas mas temos que avançar para esta reforma por diversas e fortes razões: 1ª porque o modelo actual em vez de criar equidade entre as regiões, pelo contrário, tem aumentado as desigualdades; 2ª porque uma reforma séria da administração pública, deverá ter em conta as novas realidades administrativas;3ª porque uma administração eleita tem mais legitimidade democrática,
4ªporque uma gestão de proximidade tem maiores e melhores condiçoes de sucesso do que a efectuada à distância;5ª porque o modelo regional foi adoptado com sucesso pela generalidade dos países europeus;6ª porque o aparecimento de líderes regionais depende da legitimação eleitoral;
porque se os dinheiros comunitários são distribuidos regionalmente, deveria caber às regiões definir os critérios e as prioridades;7ª porque a experiência da descentralização autárquica tem demonstrado que os dinheiros públicos têm sido geridos com mais sucesso do que os geridos pela administração central;8ª porque os paises europeus regionalizados têm melhores taxas de crecimento económico do que Portugal;
Hoje, fico-me por estes argumentos, deixando para outra oportunidade a abordagem de outros aspectos da Regionalização.
Um abraço amigo,Raul Brito
Meu Caro Brito:
Parece que o Porto começa a acordar. Às vezes são pequenos passos que provocam grandes mudanças. Esta sua ideia de lançar a discussão no BLOG, é original e para o PS onde não se passa nada no Porto e independentes que querem participar, é uma pedrada no charco.
Os miltantes que goatam do PS e da política diraõ presente.
Quanto ao meu texo sobre a a Regionalização fiz propostas inovadoras para se avançar com prudência. Têm de ser mais aprofundadas.
Para a REOORGANIZAÇÃO E RENOVAÇAO DO PS PORTO há muito para conversar e para discutir.
Em campo aberto estou curioso por saber mais.
Vou participar com muito gosto.
Mas quero saber sobre as minhas propostas sobre o PS.
Meu caro Brito:
Esqueci-me de lhe dizer que no Blog onde participe, propriedade do Clube de Politica - 4ª. Dimensão estão a ser debatidos temas sobre a Globalização.
www.dimensao4.blogspot.com é um Clube aberto onde a sociedade civil participa.
São tratados temas do País e do Mundo.
O seu Blog tem objectivos bem precisos que com os resultados de ontem da Madeira e de França devem ser discutidos. O que é a direita e a esquerda no século XXI?
Que PS queremos?
Há lideres no Porto?
Um abraço
Carlos Pinto
Militante do Ps desde 1974
Caro RAUL
Bom trabalho,
somos muitos,
representados por tão poucos.
Ao contrário dos que alguns pensam o Partido Socialista é todos dos actuais e futuros Socialistas, aberto a quem seja solidários e disponível para se dedicar a causam que preveligiem o global.
Espero que o meu amigo estaja a abrir uma porta que seja dificil fechar pelos que se julgam donos do Partido.
Já andava junto com socialistas antes do 25 continuei depois do 26 por isso tenho orgulho no mundo dos numeros ser o 2610.
Remeti-me ao meu canto, porque esta nova camada não vei para servir o Partido mas para se servir dele e têm estado a conseguir.
Conheço muito boa gente nas nossas fileiras e acho que eles vão despertar e dar o grito de liberdade, temos que conquistar o nosso Partido para podermos ter liberdade para dar.
Continui, força
Outros vão entender e juntar-se, em frente.
Saudações Socialistas.
Vitorino Gonçalves
Caro Raul
Amanhã é um dia novo
se cá estivermos é porque somos
necessários e temos missões para cumprir.
Donos da verdade e do mundo
não existem,
Existem é os que pensam que são.
Um abraço, com:
Cordiais Saudações Socialistas
VITORINO GONÇALVES
Caro Virorino Gonçalves
Está lançada a boa semente que espero sobreviva e dê fruto.Para isso é preciso divulgar o Blog e animar a discussão. Conto consigo.
Um abraço
Raul Brito
Caro Raúl Brito:
Antes de mais, os meus parabéns pela emissão do documento para apreciação/discussão.
Em termos gerais estou de acordo com o seu conteúdo. Torna-se necessário inverter a tendência de nada discutir, porque está tudo bem e, além disso, há grandes cabeças que fazem o sacrifício de pensar por nós e nós só temos que assinar por baixo, agradecidos por nos terem tirado o trabalho de pensar e gastarmos as células cinzentas de que falava o senhor Poirot. No Partido está tudo bem? Não há nada a alterar e, em alguns aspectos, de forma radical? Não será de bom senso ouvirmo-nos? E quanto às políticas, também estão todas correctas, ou poderá haver alternativas?
A regionalização, de que não sou (ou não era?) fervoroso defensor, tem que ser discutida, analizada com tempo e horas, pesados os prós e os contras do número de regiões, do desenho do mapa, dos seus órgãos, da eleiçaõ dos seus menbros, dos mandatos, dos seus poderes, do financiamento, etc., etc.. Há que fazer, com tempo, o trabalho de casa, sensibilizar a sociedade, explicar as vantagens do modelo, etc., de modo que não se assista ao fiasco do primeiro referendo sobre o assunto.
E por aqui me fico, por agora, embora não esgote os assuntos versados no documento.
Ribeiro da Cunha
Caro Ribeiro da Cunha
Obrigado pela sua participação.Estou completamente de acordo com a necessidade de se fazer a mais ampla discussaão pública sobre a questão regional.Numa resposta a questões colocadas pelo Carlos Pinto dou neste blog alguns dos argumentos porque sou favorável à criação das regiões.Peço-lhe que faça uma rápida leitura dos mesmos.No que respeita ao referendo é bom lembrar que foi no tempo em que António Gurerres era primeiro ministro que a Constituição Portuguesa foi alterada, para consagrar o referendo como condição prévia à criação das regiões. Foi um erro. Defendo a sua revisão para repôr o texto inicial, porque considero que se um partido político propõe no seu programa eleitoral a criação das regiões e se esse partido vence o escrutínio, tem toda a legitimidade democrática para aprovar essa reforma no Parlamento assegurada que seja,a maioria exigidapara o efeito. O actual modelo de desenvolvimento do território que está a acentuar as desigualdades regionais parece ter, finalmente, despertado as elites, para as questões regionais. O consenso que parece existir à volta das 5 regiões ( correspondentes às actuais comissões de coordenação)é um sinal muito positivo.o PS e o PSD pelas posições públicas veínculadas por alguns dos seus mais importantes dirigentes estarão em vias de um entendimento sobre esta matéria.Prestariam um grande serviço ao país. Estou convicto que não serão questões como as das competências e dos meios( humanos e financeiros) que irão dificultar o entendimento sobre a criação das regiões. A questão essencial está na distribuição do poder a eleitos regionais. A prova deste receio, por parte dos arautos do centralismo está bem patenteada no novo projecto para as Áreas Metropolitanas. Mais uma vez o PS não tem a coragem de assumir o que afirma no discurso e fica-se pela eleição indirecta dos futuros dirigentes.Os militantes do PS e sobretudo os seus deputados deveriam pressionar o GOverno a recuar e a modificar a lei, consagrando a eleição diresta dos órgãos das Áreas Metropolitanas.Se defendemos convictamente a descentralização esse seria o melhor caminho para o demonstrar e, uma ocasião única, para com os resultados desta experiência, desmistificar os receios que ainda prevalecem em alguns espíritos, sobre a regionalização.
Um abraço amigo,
Raul Brito
Senhor Raul Brito:
A sua iniciativa é inédita e pode ser um passo importante para uma discussão sem controlo partidário.
O alinhamento por vezes é cego.
A Regionalização tem de ser discutida em profundidade. O seu documento levanta muitas questões políticas e técnicas.
Mas os partidos têm de se modernizar e os políticos mais coerentes.Se o não fizerem a situação complica-se.
Não sou militante do PS, nem de nenhum partido. Voto em consciência.
Os partidos no meu concelho são o Dr. Filipe Menezes.
O PS anda ao sabor dos ventos e das marés. Sem liderança e sem alternativa. É MAU QUANDO NÃO EXISTE UMA OPOSIÇÃO FORTE.
Francisco Silva
V.N. Gaia
Senhor Francisco Silva,
Abrir o PS à sociedade e tornar a vida do partido mais trasparente é uma nossa preocupação permanente.Temos consciência que não é um objectivo fácil, pois, pressupõe exposição e exposição em política tem os seus riscos.Contamos com a sua colaboração permanente, pois, a política não é património dos Partidos.
Cumprimentos
Raul Brito
Caro Camarada Raul de Brito,
O seu empenho, dedicação, preocupação pela nossa região e isenção, possibilita-lhe que tenha voz activa e interventora nas questões que a todos, “Povo do Norte” nos diz respeito.
Até o nome do Blog, apetece-me dizer-lhe, que foi muito bem escolhido.
De facto, “Vimara Peres foi um dos responsáveis pela repovoação da linha entre o Minho e Douro e, auxiliado por cavaleiros da região, pela acção de presúria do burgo de Portucale (Porto), que foi assim definitivamente conquistado aos muçulmanos no ano de 868”.
Naturalmente que esta é também uma forma de dizer “chega” de promessas, falsas intenções e ao marasmo onde nos encontramos.
Queremos ver a nossa Região melhor tratada, com mais justiça social, com mais emprego, mais criação de riqueza e acima de tudo recoloca-la de novo no centro do posicionamento estratégico, incluindo a Galiza, que já teve.
Deixo-lhe aqui algumas ideias minhas que espero, contribua para o debate interventivo e cívico, que é afinal, é objectivo do Blog que criou.
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O aumento da dissolução de empresas não está a ser acompanhado pelo aumento da constituição de novas empresas, aliás, está a acontecer exactamente o contrário.
Desde 2002 que a criação de novas empresas tem vindo a decair diminuindo substancialmente a relação entre dissolução e criação de novas.
Se não se inverter a tendência, a economia portuguesa não tem qualquer futuro, ou seja poderá mesmo dar-se, aquilo que em economia se chama de “estouro da actividade económica”.
Em situação de depressão económica, é normal que muitas empresas se dissolvam, no entanto, é também normal o aumento de criação de novas empresas e se assim fosse, não viria por aqui mal ao mundo, isto porque o mercado sairia reforçado com a renovação da actividade económica - empresas mais modernas, mais funcionais, novas áreas de negócio e sobretudo melhor organizadas.
Por um lado, este saldo agora muito negativo: dissolução de um grande número de sociedades e um substancial menor número de constituídas, poderá ser explicável pelos encargos fiscais, pelas sociedades de menor estrutura com pouca procura e ainda por aquelas que são constituídas para o momento, ou seja, aquelas que procuram apenas explorar uma oportunidade momentânea de negócio e que por isso são efémeras.
Estas últimas, são empresas que não se estruturaram nem se dimensionaram em termos organizativos para enfrentar os novos desafios, novas tecnologias, novos procedimentos e novos mercados.
Relativamente àquelas que estão sufocadas pelos problemas fiscais, ou que por isso têm dificuldades em se tornar competitivas, a carga fiscal tem de facto de baixar de forma a que lhes possibilite um maior desafogo.
No que respeita, por exemplo ao PEC (pagamento especial por conta), as empresas em laboração têm menos dificuldade em pagar o imposto por conta da receita, uma vez que podem organizar-se de forma a que esses pagamentos possam ser programados em função da receita esperada. Mas já não podemos dizer o mesmo no que respeita ás novas empresas que sentem dificuldades acrescidas por razões obvias.
Mas não será naturalmente só o PEC que, como custo fiscal fixo, destrói a estrutura financeira das empresas, também o IVA que é liquidado no acto da venda e não do recebimento, provoca sérias mazelas.
Perante este panorama económico, o Norte de Portugal foi aquele que mais sofreu esta maleita e é também a região que mais dificuldades tem demonstrado na recuperação.
As empresas que competiam por via da mão de obra barata adormeceram e não conseguiram perspectivar as dificuldades previsíveis que se aproximavam e não tiveram o engenho e arte para se modernizarem em termos estruturais e organizativos que os levassem ás novas oportunidades do mercado global. Outras deixaram-se embalar apenas pelo mercado interno que, como sabemos, desacelerou drasticamente desde 2002 provocando naturalmente o seu encerramento.
Por detrás deste panorama, não é seguramente alheia a falta de formação de uma boa parte dos empresários, aliás, em estudo publicado há dias por uma empresa da especialidade, cerca de 70% dos empresários têm uma muito baixa escolaridade e, por falta de motivação, não adquiriram formação complementar nas sua áreas, que lhes possibilitasse um maior e melhor desempenho.
Claro está que, a formação, seja em que área for, é factor decisivo para a competitividade e produtividade - empresários e também trabalhadores.
De facto, após os quadros comunitários de apoio e das verbas disponibilizadas para a formação, poderemos agora dizer que muito foi completamente desaproveitado - formação massiva sem estratégia, muitas vezes para mero aproveitamento estatístico.
Se tomarmos como exemplo Espanha, país que tem tido um crescimento muito acima da média, aliás, com super-habit em termos de contas publicas, reparamos que essa estratégia aconteceu nas empresas exactamente ao contrário, isto é, a formação iniciou-se pelos empresários e de seguida estes, munidos com novas ferramentas recentemente apreendidas, souberam adequar a formação que de facto fazia falta aos seus funcionários.
Decorre desta estratégia espanhola o resultado que todos nós conhecemos.
Mas, continuando no norte do país, a descentralização política é uma condição fundamental para tornar possível o desenvolvimento do Norte assumindo-se ou não a designação de Regionalização.
Esta região necessita de pessoas capazes de a liderar eleitas pelo povo do Norte e não nomeadas, uma vez que já estamos fartos de saber como são as nomeações políticas efectuadas.
Os líderes eleitos pela região directamente, teriam toda a legitimidade de reivindicarem, em nome dos do povo que os elegeu, o que de facto convém a esta região de forma a possibilitar um verdadeiro desenvolvimento sustentado para o Norte de Portugal.
Estamos agora a pagar a factura do chumbo da Regionalização de 1998, uma vez que esta Região perdeu posição, dinamismo e força. Por outro lado tem mais desemprego e não se desenvolveu.
Com um poder regional, não teria existido a descontinuidade política, causada pelas sucessivas mudanças no poder central.
Cada vez mais a Europa, é uma “Europa das Regiões” com as suas particularidades e características próprias e é neste princípio que devemos que devemos estabelecer as estratégias que nos possibilite alterar o caminho ínvio que estamos a seguir.
Continuemos a lutar por uma Região Norte que nos catapulte definitivamente para o desenvolvimento.
J. César Rocha Alves
Prof. Universitário
Carlos Silva
Caro Raul Brito
Li o teu documento e em principio estou de acordo nas suas linhas gerais.
é necessário aprofundar o debate historiando o passado para construir o futuro.
Daí estou de acordo com os temas propostos na moção de orientação estratégica e acrescentaria um capitulo transportes na área metropolitana do Porto.
Na última década a periferia alterou-se em consequência das deslocações urbanísticas, por isso empoe-se uma nova politica de ordenamento de transportes com uma integração de redes e serviços, qualidade de serviço público que permitisse uma redução de peso no transporte individual nas deslocações.
Com a entrada do metro de superfície é de grande importância as chamadas interfaces ou pontos de correspondência de modo a merecer uma atenção especial de forma a fomentar o transporte público, de modo a que as viagens de origem e destino sejam mais curtas, flexíveis, eficiente e agradáveis pela viabilidade da oferta e escolha de modos de transporte mais adequados, assim como a integração tarifária.
Por isso continuarei a tento aos contributos a dar relativamente à regionalização e há reforma dos partidos politicos, para que estes possam ser alavanca da democracia.
Obrigado pela frontalidade e coragem de tomar posições claras em defesa do Norte - e de Portugal -, agitando as consciências adormecidas daqueles que "descobriram" o caminho "marítimo" para Lisboa...
O Porto e o Norte carecem de lideranças fortes. A passividade com que temos assitido ao progressivo esvaziamento da região - que passou nas últimas décadas, de uma das 10 regiões industriais mais importantes da UE para a cauda da Europa a 15, só tem paralelo com o acentuar do fosso existente entre Lisboa e Vale do Tejo e o resto do país - só se compreende à luz do comodismo instalado numa sociedade retro-liberal e do oportunismo de alguns actores políticos sempre prontos a "bajularem" os "chefes"... E estes quando alcançam o poder, cedo esquecem as grandes bandeiras como a da "Regionalização". Até Quando?
Saudações regionalistas
Rolando Pimenta
Alertado pelo artigo de hoje no JN, procurei o 'blog', li, apressadamente, os textos/documentos e os comentários/reflexões/análises e o que me apeteceu dizer, é: força, continue e... obrigado !
(Não subscrevo tudo, mas, apesar disso e também por isso: pelas ideias, pelas pessoas, pelo Norte e pelo Partido Socialista.)
Aqui do Douro (Mesão Frio) um abraço sincero.
Espero, brevemente, dar um singelo contributo.
Cordialmente
Mário Sousa Pinto
Na região norte o povo não tem papas na língua e quer mais democracia combatendo o centralismo que existe na capital do País através dos seus dirigentes, que governa como só Lisboa seja Portugal. Como lição não se pode esquecer que a figura mais votada através de um concurso de televisão foi Salazar!!!!! Trata-se evidentemente de uma retaliação à democracia centralista de Lisboa, onde se instalou a democracia nas palavras e a prepotência nos actos. Impõe-se uma modificação democrática nos actos políticos assumidos contra o Norte e seus dirigentes. É imperativo uma alternância política em que os princípios básicos da regionalização sejam negociáveis democraticamente com Lisboa através de um novo referendo. Nos últimos tempos o Porto e o Norte empobreceram assustadoramente e o nível de vida actualmente é um dos mais baixos da União Europeia. O País está desiquilibrado porque Portugal continua a ser um País muito centralizado, muito concentrado em Lisboa e é óbvio que este facto indismentível dá origem a problemas tais como baixa qualidade do nível de vida nas zonas urbanas, desertificação nas zonas interiores quase sem recursos de sobrevivência. Os recursos postos à disposição pela União Europeia, cerca de 19 milhões de euros só para fundos estruturais é práticamente o mesmo do periodo anterior e, representa um contributo substancial muito relevante para que se possa enfrentar os problemas existentes no Norte do País atrás referidos. A decisão de se acabar com o centralismo histórico de Lisboa, através de um novo referendo é indispensável e não se deve cair no erro do anterior referendo, que através do consenso dos 2 maiores partidos, socialistas e sociais democratas, estipularam que a regionalização tivesse 8 regiões em vez de 4 ou no máximo 5 regiões. Na altura se a vontade política fosse fazer passar a regionalização nunca se faria o disparate de indicar 8 regiões para um País tão pequeno. Os responsáveis políticos na altura mostraram-se contrários à regionalização, ao criarem um "consenso de Lisboa", onde o Engº. Guterres e o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa se entenderam através de um conjunto de acordos informais de "gentlement agreement" concluido para centralizar cada vez mais o poder central da grande Lisboa, e contribuindo assim no "consenso de Lisboa", para que as províncias de todo o território Nacional se transformassem efectivamente em "colonias continentais", sem qualquer direito à autodeterminação administrativa através da regionalização. Mas mais grave ainda é ter sido feito deste referendo,um presente envenenado para o Porto, Norte do País e restantes regiões fora da periferia de Lisboa o que corresponde à transformação das provincias continentais em colonias escapando as regiões autónomas da Madeira e dos Açores, que são uma excepção desta ecatombe. O " consenso de Lisboa" visou unicamente cumprir os critérios estabelecidos pela globalização em curso que passo a referir:
1-Dar continuidade a uma reforma fiscal que assenta na política de alargamento da base dos contribuintes, na supressão das excepções fiscais em relação aos mais desfavorecidos, no aumento do volume dos impostos que nestas circunstâncias não mais terá fim, na liberalização o mais rápida e completa possível dos mercados financeiros para beneficio de um número reduzido de cidadãos poder engrossar mais as suas fortunas, ou seja apoiar a classe alta em detrimento das classes remediadas com o desaparecimento da classe média que na prática já não existe. No ataque às estruturas sociais acabando com as urgências dos hospitais, maternidades, beneficios fiscais a favor dos mais desfavorecidos, esquadras de policias, e encurtar os beneficios adquiridos pelo funcionalismo publico diminuindo os encargos sociais do estado.
2-Aumentar a segurança e o volume dos investimentos estrangeiros com garantias efectivas do estado, medida esta acompanhada pela destruição dos investimentos portugueses na metalomecânica, no calçado, e principalmente nos texteis com a abertura do mercado aos chineses.
3-Desmantelamento na medida do possível do sector público e para tal procedeu-se à privatização, nomeadamente, de todas as empresas, cujo propriatário é o estado ou uma entidade para-estatal
4-Desregulação máxima da economia do País, a fim de garantir o livre jogo da concorrência, entre as diferentes formas económicas em presença, para benefício das multinacionais
5-Limitação do defice orçamental principalmente à custa de impostos cada vez mais excessivos.
6-Criação da transparência do mercado: os subsidios do estado aos operadores privados devem ser suprimidos em toda a parte.
7-No que se refere às despesas do estado as relacionadas com reforço de infraestruras devem-se sobrepor-se a todas as outras.
Está provado que o "consenso de Lisboa" estabelecido entre o Engº. Guterres e Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, fortaleceu a vontade política do poder central de Lisboa em retardar ao máximo os movimentos a favor da regionalização do território nacional, muito em especial com o aparecimento da clausula "travão do referendo" negociada pela intervenção dos 2 políticos em causa e, tendo como único objectivo dificultar a criação das 5 regiões administrativas necessárias para travar o empobrecimento do Porto e Norte do País. Lisboa tem que cumprir escrupulosamente a distribuição dos próximos fundos, e não deve esquecer, que o presidente da Comissão Europeia, pode pronunciar-se sobre o modelo de gestão adoptado pelo governo português que já é acusado de ser demasiado centralista, e, de envolver pouco as autarquias. Numa lógica de redistribuição dos recursos, colocados à disposição do governo, deverão ser as regiões mais carênciadas do Norte a ser beneficiadas, para que se possa travar o seu empobrecimento sistemático. O movimento financeiro a nível bancário(activos/ passivos) até meados de 2006, o Norte estava sempre à frente de Lisboa e Sul. A partir daquela data, inverteu-se a situação e o Norte ficou largamente ultrapassado tornando-se o Porto uma das regiões mais pobres do País. Entretanto, somas astronómicas foram esbanjadas na criação de Estádios para o Campeonato da Europa se realizar em Portugal e agora alguns desses estádios são autenticos elefantes brancos pois praticamente estão desertificados. Perante isto que dizer do aeroporto designado OTA e da Linha TGV, nos planos do governo, e que à partida envolve somas fabulosas na hipótese da sua construção se efectivar, tendo como perspectiva a criação de novos elefantes brancos.
No PS / Porto os dirigentes responsáveis não podem pactuar com esta situação, pois têm compromissos regionais assumidos com os seus eleitores. Não podem continuar a ser meras correias de transmissão do Largo do Rato ou do Palácio de S. Bento, onde se joga com cartas viciadas.
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