Obama: O discurso de vitória
05.11.2008 - 20h24
Boa noite, Chicago. Se ainda houver alguém que duvida que a América é o lugar onde todas as coisas são possíveis, que questiona se o sonho dos nossos fundadores ainda está vivo, que ainda duvida do poder da nossa democracia, teve esta noite a sua resposta.É a resposta dada pelas filas de voto que se estendiam em torno de escolas e igrejas em números que esta nação jamais vira, por pessoas que esperaram três e quatro horas, muitas pela primeira vez na sua vida, porque acreditavam que desta vez tinha de ser diferente, que as suas vozes poderiam fazer essa diferença.É a resposta dada por jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, nativos americanos, homossexuais, heterossexuais, pessoas com deficiências e pessoas saudáveis. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo, a de que nunca fomos apenas um conjunto de indivíduos ou um conjunto de Estados vermelhos e azuis.Somos e sempre seremos os Estados Unidos da América.É a resposta que levou aqueles, a quem foi dito durante tanto tempo e por tantos para serem cínicos, temerosos e hesitantes quanto àquilo que podemos alcançar, a porem as suas mãos no arco da História e a dobrá-lo uma vez mais em direcção à esperança num novo dia.Há muito que isto se anunciava mas esta noite, devido àquilo que fizemos neste dia, nesta eleição, neste momento definidor, a mudança chegou à América.Há pouco recebi um telefonema extraordinariamente amável do Senador McCain.O Senador McCain lutou longa e arduamente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e arduamente pelo país que ama. Fez sacrifícios pela América que muitos de nós não conseguimos sequer imaginar. Estamos hoje melhor devido aos serviços prestados por este líder corajoso e altruísta.Felicito-o e felicito a governadora Palin por tudo aquilo que alcançaram. Espero vir a trabalhar com eles para renovar a promessa desta nação nos próximos meses.Quero agradecer ao meu parceiro neste percurso, um homem que fez campanha com o seu coração e falou pelos homens e mulheres que cresceram com ele nas ruas de Scranton e viajaram com ele no comboio para Delaware, o vice-presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.E eu não estaria aqui hoje sem o inabalável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, a pedra angular da nossa família, o amor da minha vida, a próxima Primeira Dama do país, Michelle Obama.Sasha e Malia, amo-vos mais do que poderão imaginar. E merecem o novo cachorro que virá connosco para a nova Casa Branca.E embora ela já não esteja entre nós, sei que a minha avó está a observar-me, juntamente com a família que fez de mim aquilo que sou. Tenho saudades deles esta noite. Reconheço que a minha dívida para com eles não tem limites.Para a minha irmã Maya, a minha irmã Alma, todos os meus outros irmãos e irmãs, desejo agradecer-vos todo o apoio que me deram. Estou-vos muito grato.E ao meu director de campanha, David Plouffe, o discreto herói desta campanha, que, na minha opinião, concebeu a melhor campanha política da história dos Estados Unidos da América.E ao meu director de estratégia, David Axelrod, que me tem acompanhado em todas as fases do meu percurso.Para a melhor equipa alguma vez reunida na história da política: tornaram isto possível e estou-vos eternamente gratos por aquilo que sacrificaram para o conseguir.Mas acima de tudo nunca esquecerei a quem pertence verdadeiramente esta vitória. Ela pertence-vos a vós. Pertence-vos a vós.Nunca fui o candidato mais provável para este cargo. Não começámos com muito dinheiro nem muitos apoios. A nossa campanha não foi delineada nos salões de Washington. Começou nos pátios de Des Moines, em salas de estar de Concord e nos alpendres de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que, das suas magras economias, retiraram 5 e 10 e 20 dólares para a causa.Foi sendo fortalecida pelos jovens que rejeitavam o mito da apatia da sua geração e deixaram as suas casas e famílias em troca de empregos que ofereciam pouco dinheiro e ainda menos sono.Foi sendo fortalecida por pessoas menos jovens, que enfrentaram um frio terrível e um calor sufocante para irem bater às portas de perfeitos estranhos, e pelos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários, se organizaram e provaram que mais de dois séculos depois, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desaparecera da Terra.Esta vitória é vossa.E sei que não fizeram isto apenas para vencer uma eleição. E sei que não o fizeram por mim.Fizeram-no porque compreendem a enormidade da tarefa que nos espera. Porque enquanto estamos aqui a comemorar, sabemos que os desafios que o amanhã trará são os maiores da nossa vida – duas guerras, uma planeta ameaçado, a pior crise financeira desde há um século.Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos corajosos a acordarem nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscarem as suas vidas por nós.Há mães e pais que se mantêm acordados depois de os seus filhos adormecerem a interrogarem-se sobre como irão amortizar a hipoteca, pagar as contas do médico ou poupar o suficiente para pagar os estudos universitários dos filhos.Há novas energias para aproveitar, novos empregos para serem criados, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.O caminho à nossa frente vai ser longo. A subida vai ser íngreme. Podemos não chegar lá num ano ou mesmo numa legislatura. Mas América, nunca estive tão esperançoso como nesta noite em como chegaremos lá.Prometo-vos. Nós, enquanto povo, chegaremos lá.Haverá reveses e falsas partidas. Há muitos que não concordarão com todas as decisões ou políticas que eu tomar como presidente. E sabemos que o governo não consegue solucionar todos os problemas.Mas serei sempre honesto para convosco sobre os desafios que enfrentarmos. Ouvir-vos-ei, especialmente quando discordarmos. E, acima de tudo, pedir-vos-ei que adiram à tarefa de refazer esta nação da única forma como tem sido feita na América desde há 221 anos – pedaço a pedaço, tijolo a tijolo, e com mãos calejadas.Aquilo que começou há 21 meses no rigor do Inverno não pode acabar nesta noite de Outono.Somente a vitória não constitui a mudança que pretendemos. É apenas a nossa oportunidade de efectuar essa mudança. E isso não poderá acontecer se voltarmos à forma como as coisas estavam.Não poderá acontecer sem vós, sem um novo espírito de empenho, um novo espírito de sacrifício.Convoquemos então um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, em que cada um de nós resolve deitar as mãos à obra e trabalhar mais esforçadamente, cuidando não só de nós mas de todos.Recordemos que, se esta crise financeira nos ensinou alguma coisa, é que não podemos ter uma Wall Street florescente quando as Main Street sofrem.Neste país, erguemo-nos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de retomar o partidarismo, a mesquinhez e a imaturidade que há tanto tempo envenenam a nossa política.Recordemos que foi um homem deste Estado que, pela primeira vez, transportou o estandarte do Partido Republicano até à Casa Branca, um partido fundado em valores de independência, liberdade individual e unidade nacional.São valores que todos nós partilhamos. E embora o Partido Democrata tenha alcançado uma grande vitória esta noite, fazemo-lo com humildade e determinação para sarar as divergências que têm atrasado o nosso progresso.Como Lincoln disse a uma nação muito mais dividida do que a nossa, nós não somos inimigos mas amigos. Embora as relações possam estar tensas, não devem quebrar os nossos laços afectivos.E àqueles americanos cujo apoio ainda terei de merecer, posso não ter conquistado o vosso voto esta noite, mas ouço as vossas vozes. Preciso da vossa ajuda. E serei igualmente o vosso Presidente.E a todos os que nos observam esta noite para lá das nossas costas, em parlamentos e palácios, àqueles que estão reunidos em torno de rádios em cantos esquecidos do mundo, as nossas histórias são únicas mas o nosso destino é comum, e uma nova era de liderança americana está prestes a começar.Aos que querem destruir o mundo: derrotar-vos-emos. Aos que procuram a paz e a segurança: apoiar-vos-emos. E a todos aqueles que se interrogavam sobre se o farol da América ainda brilha com a mesma intensidade: esta noite provámos novamente que a verdadeira força da nossa nação não provém do poder das nossas armas ou da escala da nossa riqueza, mas da força duradoura dos nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e uma esperança inabalável.É este o verdadeiro génio da América: que a América pode mudar. A nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já alcançámos dá-nos esperança para aquilo que podemos e devemos alcançar amanhã.Esta eleição contou com muitas estreias e histórias de que se irá falar durante várias gerações. Mas aquela em que estou a pensar esta noite é sobre uma mulher que depositou o seu voto em Atlanta. Ela é muito parecida com os milhões de pessoas que aguardaram a sua vez para fazer ouvir a sua voz nestas eleições à excepção de uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.Ela nasceu apenas uma geração depois da escravatura, numa época em que não havia automóveis nas estradas nem aviões no céu; em que uma pessoa como ela não podia votar por duas razões – porque era mulher e por causa da cor da sua pele.E esta noite penso em tudo o que ela viu ao longo do seu século de vida na América – a angústia e a esperança; a luta e o progresso; as alturas em que nos foi dito que não podíamos e as pessoas que não desistiram do credo americano: Sim, podemos.Numa época em que as vozes das mulheres eram silenciadas e as suas esperanças destruídas, ela viveu o suficiente para se erguer, falar e votar. Sim, podemos.Quando havia desespero e depressão em todo o país, ela viu uma nação vencer o seu próprio medo com um New Deal, novos empregos, e um novo sentimento de um objectivo em comum. Sim, podemos.Quando as bombas caíam no nosso porto e a tirania ameaçava o mundo, ela esteve ali para testemunhar uma geração que alcançou a grandeza e salvou uma democracia. Sim, podemos.Ela viu os autocarros em Montgomery, as mangueiras em Birmingham, uma ponte em Selma, e um pregador de Atlanta que dizia às pessoas que elas conseguiriam triunfar. Sim, podemos.Um homem pisou a Lua, um muro caiu em Berlim, um mundo ficou ligado pela nossa ciência e imaginação.E este ano, nestas eleições, ela tocou com o seu dedo num ecrã e votou, porque ao fim de 106 anos na América, tendo atravessado as horas mais felizes e as horas mais sombrias, ela sabe como a América pode mudar.Sim, podemos.América, percorremos um longo caminho. Vimos tanto. Mas ainda há muito mais para fazer. Por isso, esta noite, perguntemos a nós próprios – se os nossos filhos viverem até ao próximo século, se as minhas filhas tiverem a sorte de viver tantos anos como Ann Nixon Cooper, que mudança é que verão? Que progressos teremos nós feito?Esta é a nossa oportunidade de responder a essa chamada. Este é o nosso momento.Este é o nosso tempo para pôr o nosso povo de novo a trabalhar e abrir portas de oportunidade para as nossas crianças; para restaurar a prosperidade e promover a causa da paz; para recuperar o sonho americano e reafirmar aquela verdade fundamental de que somos um só feito de muitos e que, enquanto respirarmos, temos esperança. E quando nos confrontarmos com cinismo e dúvidas e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com o credo intemporal que condensa o espírito de um povo: Sim, podemos.Muito obrigado. Deus vos abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América
17 comentários:
Deixemo-nos de parolices. O "Tratado do Porto" será tão importante para a felicidade dos portuenses como deve ter sido o de Mastritch para os holandeses dessa terra de nome impronunciável - isto é: absolutamente irrelevante.
Além da UE ser quase um cadáver, que Sarkozy se encarregará de tornar ainda mais moribundo, é duma pobreza de espírito incomensurável andar agora a mendigar que o nome do Porto fique ligado a um tratado qualquer. Os problemas desta terra são outros e graves. Não nos façam passar por mais uma vergonha de mendicância provinciana.
Att.António Alves
É uma opinião...essa sim parola.
Não sei objectivamente, o que o leva a reagir de tal jeito.
Que mal vê no "Tratado do Porto?"
Que nos interessa,o que se passou com os holandeses? - Mas mesmo assim,em que se baseia para considerar ter sido irrelevante?
Não sei se a UE está moribunda e muito menos se Sarkozy a vai transformar num cadáver.Considero essas afirmações bastante exageradas, como também entendo que, o sentido que dá á "intenção" e o espírito que utiliza para dizer que não está de acordo com "ela", é que é de uma pobreza dita franciscana.
O que o leva a ser tão agressivo e
estar tão envergonhado(?)perante uma iniciativa que não é sua e não está nela inserido?-logo passa-lhe a léguas?
Não será que o provincionismo reside nos que por teimosia ou por
"defeito" não podem ou não querem olhar para os lados e perceberem que existem coisas,que se podem conseguir por direito e não por mendigação?
Acho que a mendicância provinciana como diz,assenta sómente nos que, por dificuldade de "visão" não conseguem distinguir que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Refiro-me logicamente à sua brilhante descoberta de que os problemas desta terra(do Porto?)são
outros e graves. Neste pormenor,
concordo consigo...mas só neste.
Assim, penso que o Porto, os portuenses e particularmente os que subscreveram e já são muitos,a
"Petição",mereciam mais e melhor, de si.
Quanto mais não seja respeito.
CS
CS
Ao senhor António Alves:
Todo o ser humano tem direito a momentos de loucura e a reacções destemperadas.
Com certeza que é defensor de economias planificadas (quinquenais) que faliram; de ditaduras do proletariado que arruinaram a nação; de utopias mal aplicadas. É uma opção.
Mas a parolice é a sua reacção, que além do mais revelam uma grande dose de ignorância.
Ninguém mendiga nada, muito menos os portuenses e os nortenhos. Chamar-se tratado de Lisboa ou de Sintra é parolice?
Tratado Renovador do Porto é uma decisão que pode dar alento ao desânimo que tem atacado o Porto e o Norte e não custa dinheiro.
Quanto à defesa do Porto e do Norte, é para isso que existe este Blog e o Dimensao4 autor da Petição.
"Perdoai aos pobres de espírito que deles é o reino dos céus".
Não lhe responderei com insultos ou linguagem vernácula, mas que me apetecia dizer que com ortodoxos do século XIX de mente impedernida o Mundo já não existiria.
Dedique-se à pesca, que quanto a Europa e problemas do Porto e do Norte já vi que não está preparado.
Desejo-lhe boa sorte.
Exmo. Senhor carlos pinto,
Eu apelidei de parola, repito, PAROLA, uma ideia e uma intenção, não insultei o autor da TRISTE ideia e nem sequer o apelidei a ele de parolo; no entanto, vossa excelência não teve qualquer pejo em partir para o insulto pessoal contra a minha pessoa. À falta de argumentos ataca-se o homem. É velho, é triste, é baixo, mas é o seu proceder. Cada um é classificado pelos seus actos.
Espanta-me a inteligência e a perspicácia que vossa senhoria demostra. Até foi capaz de me fazer um perfil ideológico, classificando-me como amante de planos quinquenais, ditaduras de proletariado, etc.
Caro senhor, já houve tempos em que o "socialismo" constava no programa do PS (partido a que julgo este blogue está ligado). Como deve saber (presumo) é no socialismo que residem os "planos quinquenais" e o controlo dos cidadãos por parte do estado, como aliás, recentes episódios são suficientemente demonstrativos.
Não gosto de pesca nem tenho por hábito enviar SMS's.
Passe bem...
P.S (post scriptum) Em Lisboa e em Sintra não consta que andem a fazer petições para baptizar tratados.
Exmº. Senhor António Alves:
Este Blog tem socialista democráticos e não socialistas. É aberto a todos os cidadãos.
Eu sou apenas um mero colaborador.
Se pretender discutir regionalização, áreas metropolitanas e Programa Especial para o Porto e Norte é essa a finalidade do Blog, mas sempre aberto a outros comentários.
Quanto ao julgamento que faz da petição, ela tem a sua origem no Blog a que, aí sim, pertenço, dimensao4.blogapot.com, onde pode consultar a petição.
Está no seu direito de opinar e julgar atitudes ou decisões. Se são parolas ou não, não conta para o resultado final.
Mas não serão tanto pelas pessoas que estão em 3 dias a subscrever e até o jornal de maior tiragem nacional o JN hoje lhe deu cobertura.
Não me ofende quem quer. E não interprete o que eu não disse.
Quanto ao PS os comentários deve dirigi-los à direcção do partido que não foi para aqui chamado.
Se quer discutir ou fazer coro sobre perseguições e delações errou o alvo. Não estou interessado.
Os tempos da PIDE não voltarão e a liberdade foi uma grande conquista do 25 de Abril.
Sou socialista mas sem palas.
Para discutir ideologia aqui não será o local próprio. Mas gostaria imenso.
Cumprimentos.
Parece-me que o comentário do sr. António Alves é um tanto descabido. Mistura alhos com bugalhos, (parolices e pedinchas) com os problemas que o Porto tem. Seria caso para perguntar o que é que o c. tem a ver com as calças. E quanto à UE ser quase um cadáver passível de ser ainda mais moribundo (!?) é uma opinião no mínimo bizarra, Ser contra a UE é um direito, chamar-lhe cadáver é capaz de ser um exagero, nao?
Mas não se preocupe, não subscreve, deixe fazê-lo quem muito bem entender.
Exmº. Senhor
António Alves:
Para que não pense que fugi à questão sobre o programa do PS quero dizer-lhe:
Há quase quarenta anos que no programa inicial no PS se dizia que era"um partido de inspiração marxista". Mas o Mundo evolui e as ideias actualizam-se.
É isso que acontece com o PS e com quase todos os partidos não ortodoxos. Actualizam os programas e as políticas.
Tal como o capitalismo, o socialismo também sofre actualizações.
Mas se não gosta da Petição não assine. Eu não fico zangado consigo e continuarei a tratá-lo com todo o respeito e a ouvi-lo com atenção, embora às vezes não me apeteça.
Cumprimentos.
António Alves, Manuel Monteiro, Francisco Silva, ou outro qualquer que possa ser, ninguém anda a mendigar coisa nenhuma. Deste marasmo andam o Porto e o Norte fartos há muito tempo. São atitudes e reacções deste género, no meu entender ressabiadas,e não atitudes pró-activas que resolvem os problemas concretos. Isto é um (pequeno) passo. O que é que V.Senhoria já fez em prol do Porto?
"E quanto à UE ser quase um cadáver passível de ser ainda mais moribundo (!?) é uma opinião no mínimo bizarra, Ser contra a UE é um direito, chamar-lhe cadáver é capaz de ser um exagero, nao?"
"Não pensei voltar a escrever, tão cedo, sobre a União Europeia, na Visão. Quando há tanto para comentar na política portuguesa. Mas a Europa é a nossa Região. Tudo o que respeita à Europa tem directamente a ver connosco. O duplo insucesso que ocorreu no último fim de semana - o projecto do Tratado Constitucional, agora sim, "ferido de morte"; e a incrível incapacidade dos lideres dos maiores países da União para se porem de acordo quanto aos fundos estruturais para 2007/2013 e ao Orçamento - toca-nos gravemente, obrigando-nos a reflectir sobre o futuro próximo de um projecto, em que estamos vitalmente inseridos e em que sempre maioritariamente acreditamos."
Mário Soares (Lisboa, 30 de Junho de 2005)
http://www.fundacao-mario-soares.pt/ms/textos/002/20.pdf
"O Conselho Europeu reunido em Bruxelas para repor em marcha a União Europeia, após os esforços louváveis realizados pela presidência alemã - e pela Chanceler Merkel, em particular - e para deixar um mandato "claro e preciso" à presidência portuguesa, terá sido um êxito, como nos quis fazer crer o habitual marketing político com que geralmente se saldam os conclaves europeus? Temo bem que não. Tanto quanto compreendi, pela leitura atenta do "Projecto de Mandato da CIG", que encontrei na internet e que não vi transcrito nos órgãos da imprensa internacional que habitualmente leio. O Tratado Reformador, como agora se chama, não é mini nem simplificado, como pretendia o Presidente Sarkozy. É grande, amplo e extremamente complexo. Começa por repor em vigor os tratados anteriores (que o Tratado Constitucional devia substituir) e compreenderá duas cláusulas substanciais de alteração ao Tratado da União Europeia (TUE) e ao Tratado que institui a Comunidade Europeia (TCE), que passará a ser designado (Tratado sobre o Funcionamento da União). Acrescente-se que tanto o Tratado da União Europeia como o Tratado sobre o Funcionamento da União não terão carácter constitucional. A palavra Constituição passará a ser um verdadeiro tabu. Foi em absoluto banida dos dois textos, como uma palavra maldita. A designação de "Ministro dos Negócios Estrangeiros da União", será substituída também por "Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança". A palavra ministro lembra Governo e Estado e este, para a União, é também tabu. O mesmo se passa com as designações de lei e de lei-quadro, que serão denominadas regulamentos, directivas e decisões. Eis exemplos expressivos de arranjos políticos oportunistas, sem alma nem visão de futuro."
Mário Soares (Lisboa, 1 de Julho de 2007)
http://www.fmsoares.pt/ms/textos/002/82.pdf
Vá lá, pelo meio conseguiram arranjar maneira de distribuir o dinheiro (maldito vil metal :>) mas, entretanto, deixaram cair os símbolos da "União".
P.S. (post scriptum) Há por aqui quem precise de actualizar as leituras.
Quando tem de recorrer a outros para se defender é mau sinal.
O vil metal deve ser o que mais gosta.Mas tem de trabalhar e produzir. De paleio já estamos fartos.
Quanto a símbolos cheira-me a nacionalismo bacoco.
Os soberanistas já são poucos em Portugal e os que dizem que são não estão esclarecidos.
O Silva está sem argumentos depois do que escreveu o senhor Nuno?
É pena.
Recorro sempre à melhores fontes e às vozes mais autorizadas (há quem prefira mandar os outros à "pesca"), o que na minha, e na de muitos, modesta opinião é um sinal claro de inteligência. Não concordam? :->
Senhor António Alves:
Os que o mandaram à pesca, foi para vêr se conseguia elevar o discurso. Mas parece que não resultou.
Abusa das declarações dos outros. Não terá ideias próprias?
Não tem ideias sobre a Europe?
E sobre o Porto e o Norte, NADA?
O seu Blog não tem aderência?
Podia entreter-se na campanha de Lisboa, talvez ajudasse.
Termino por aqui.
Para ser sincero estava à espera de mais inteligência e maior capacidade argumentativa. Embatuquei-os com o Mário Soares e a única resposta que são capazes é mandar-me "elevar o discurso". Nunca julguei que o ex-presidente já valesse tão pouco no campo do "socialismo democrático". Enfim...
"(...)Embatuquei-os com o Mário Soares(...)"
Ideias próprias, não há? Limitou-se a transcrever uma opinião, daquele que muitos dizem, já "gasto", (pelos vistos não é a sua opinião), e a chamar à petição algo como "parolice". Elevar o discurso para quê? V.Senhoria saberá o que é um discurso elevado? Leia a "PROPOSTA DE DOCUMENTO DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA" publicada em Maio neste Blog e discuta-a publicamente, e, eventualmente, com a tal elevação necessária.Irá concluir que é mais uma "parolice"? E por aqui me fico, porque, não terei"(...)inteligência e maior capacidade argumentativa(...)".
Um papagaio não diria melhor.
O senhor Alves queria música celestial era?
"Embatuquei-os" a quem?
Para falar do senhor Dr. Mário Soares o Pai da Liberdade em Portugal, tem de se levantar meu caro.
Veja se faz um esforço e tem ideias próprias e não precisa de socorrer-se dos pensamentos dos outros.
A paciência que estou a ter, afinal vou ser eu que vou ter de ir pescar e levá-lo a si como isco, porque cai que nem um pato.
Boa sorte e cuide-se.
Att:António Alves
Conheçe a história do "gatuno"que
passou a "roubado?". Se não conheçe
leia o seu 1ºcomentário,compare-o com o 4ºe logo ficará a entender a
quem me refiro.
Citar depois Mário Soares, para os
"embatucar"é no minímo original uma vêz que ao apresentá-lo como
patrono das suas ideias,só tira consistência à razão que julga ter.
Sinceramente que não sei,mas a mais não sou obrigado,o que extrai
da citação que o convença de uma coiza que não tem: razão;A não ser que esta só a encontre na sua dupla personalidade.
Como me recuso a fazer qualquer juizo de intenção,sobre a sua,só vejo uma razao para tal comportamento. Escolhe mal as fontes em qe se abasteçe.
Sinceramente e sem ironia,indico-lhe para tal,a fonte das 7 bicas.
Acredite que é bem mais saudável.
CS
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