Obama: O discurso de vitória
05.11.2008 - 20h24
Boa noite, Chicago. Se ainda houver alguém que duvida que a América é o lugar onde todas as coisas são possíveis, que questiona se o sonho dos nossos fundadores ainda está vivo, que ainda duvida do poder da nossa democracia, teve esta noite a sua resposta.É a resposta dada pelas filas de voto que se estendiam em torno de escolas e igrejas em números que esta nação jamais vira, por pessoas que esperaram três e quatro horas, muitas pela primeira vez na sua vida, porque acreditavam que desta vez tinha de ser diferente, que as suas vozes poderiam fazer essa diferença.É a resposta dada por jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, nativos americanos, homossexuais, heterossexuais, pessoas com deficiências e pessoas saudáveis. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo, a de que nunca fomos apenas um conjunto de indivíduos ou um conjunto de Estados vermelhos e azuis.Somos e sempre seremos os Estados Unidos da América.É a resposta que levou aqueles, a quem foi dito durante tanto tempo e por tantos para serem cínicos, temerosos e hesitantes quanto àquilo que podemos alcançar, a porem as suas mãos no arco da História e a dobrá-lo uma vez mais em direcção à esperança num novo dia.Há muito que isto se anunciava mas esta noite, devido àquilo que fizemos neste dia, nesta eleição, neste momento definidor, a mudança chegou à América.Há pouco recebi um telefonema extraordinariamente amável do Senador McCain.O Senador McCain lutou longa e arduamente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e arduamente pelo país que ama. Fez sacrifícios pela América que muitos de nós não conseguimos sequer imaginar. Estamos hoje melhor devido aos serviços prestados por este líder corajoso e altruísta.Felicito-o e felicito a governadora Palin por tudo aquilo que alcançaram. Espero vir a trabalhar com eles para renovar a promessa desta nação nos próximos meses.Quero agradecer ao meu parceiro neste percurso, um homem que fez campanha com o seu coração e falou pelos homens e mulheres que cresceram com ele nas ruas de Scranton e viajaram com ele no comboio para Delaware, o vice-presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.E eu não estaria aqui hoje sem o inabalável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, a pedra angular da nossa família, o amor da minha vida, a próxima Primeira Dama do país, Michelle Obama.Sasha e Malia, amo-vos mais do que poderão imaginar. E merecem o novo cachorro que virá connosco para a nova Casa Branca.E embora ela já não esteja entre nós, sei que a minha avó está a observar-me, juntamente com a família que fez de mim aquilo que sou. Tenho saudades deles esta noite. Reconheço que a minha dívida para com eles não tem limites.Para a minha irmã Maya, a minha irmã Alma, todos os meus outros irmãos e irmãs, desejo agradecer-vos todo o apoio que me deram. Estou-vos muito grato.E ao meu director de campanha, David Plouffe, o discreto herói desta campanha, que, na minha opinião, concebeu a melhor campanha política da história dos Estados Unidos da América.E ao meu director de estratégia, David Axelrod, que me tem acompanhado em todas as fases do meu percurso.Para a melhor equipa alguma vez reunida na história da política: tornaram isto possível e estou-vos eternamente gratos por aquilo que sacrificaram para o conseguir.Mas acima de tudo nunca esquecerei a quem pertence verdadeiramente esta vitória. Ela pertence-vos a vós. Pertence-vos a vós.Nunca fui o candidato mais provável para este cargo. Não começámos com muito dinheiro nem muitos apoios. A nossa campanha não foi delineada nos salões de Washington. Começou nos pátios de Des Moines, em salas de estar de Concord e nos alpendres de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que, das suas magras economias, retiraram 5 e 10 e 20 dólares para a causa.Foi sendo fortalecida pelos jovens que rejeitavam o mito da apatia da sua geração e deixaram as suas casas e famílias em troca de empregos que ofereciam pouco dinheiro e ainda menos sono.Foi sendo fortalecida por pessoas menos jovens, que enfrentaram um frio terrível e um calor sufocante para irem bater às portas de perfeitos estranhos, e pelos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários, se organizaram e provaram que mais de dois séculos depois, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desaparecera da Terra.Esta vitória é vossa.E sei que não fizeram isto apenas para vencer uma eleição. E sei que não o fizeram por mim.Fizeram-no porque compreendem a enormidade da tarefa que nos espera. Porque enquanto estamos aqui a comemorar, sabemos que os desafios que o amanhã trará são os maiores da nossa vida – duas guerras, uma planeta ameaçado, a pior crise financeira desde há um século.Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos corajosos a acordarem nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscarem as suas vidas por nós.Há mães e pais que se mantêm acordados depois de os seus filhos adormecerem a interrogarem-se sobre como irão amortizar a hipoteca, pagar as contas do médico ou poupar o suficiente para pagar os estudos universitários dos filhos.Há novas energias para aproveitar, novos empregos para serem criados, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.O caminho à nossa frente vai ser longo. A subida vai ser íngreme. Podemos não chegar lá num ano ou mesmo numa legislatura. Mas América, nunca estive tão esperançoso como nesta noite em como chegaremos lá.Prometo-vos. Nós, enquanto povo, chegaremos lá.Haverá reveses e falsas partidas. Há muitos que não concordarão com todas as decisões ou políticas que eu tomar como presidente. E sabemos que o governo não consegue solucionar todos os problemas.Mas serei sempre honesto para convosco sobre os desafios que enfrentarmos. Ouvir-vos-ei, especialmente quando discordarmos. E, acima de tudo, pedir-vos-ei que adiram à tarefa de refazer esta nação da única forma como tem sido feita na América desde há 221 anos – pedaço a pedaço, tijolo a tijolo, e com mãos calejadas.Aquilo que começou há 21 meses no rigor do Inverno não pode acabar nesta noite de Outono.Somente a vitória não constitui a mudança que pretendemos. É apenas a nossa oportunidade de efectuar essa mudança. E isso não poderá acontecer se voltarmos à forma como as coisas estavam.Não poderá acontecer sem vós, sem um novo espírito de empenho, um novo espírito de sacrifício.Convoquemos então um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, em que cada um de nós resolve deitar as mãos à obra e trabalhar mais esforçadamente, cuidando não só de nós mas de todos.Recordemos que, se esta crise financeira nos ensinou alguma coisa, é que não podemos ter uma Wall Street florescente quando as Main Street sofrem.Neste país, erguemo-nos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de retomar o partidarismo, a mesquinhez e a imaturidade que há tanto tempo envenenam a nossa política.Recordemos que foi um homem deste Estado que, pela primeira vez, transportou o estandarte do Partido Republicano até à Casa Branca, um partido fundado em valores de independência, liberdade individual e unidade nacional.São valores que todos nós partilhamos. E embora o Partido Democrata tenha alcançado uma grande vitória esta noite, fazemo-lo com humildade e determinação para sarar as divergências que têm atrasado o nosso progresso.Como Lincoln disse a uma nação muito mais dividida do que a nossa, nós não somos inimigos mas amigos. Embora as relações possam estar tensas, não devem quebrar os nossos laços afectivos.E àqueles americanos cujo apoio ainda terei de merecer, posso não ter conquistado o vosso voto esta noite, mas ouço as vossas vozes. Preciso da vossa ajuda. E serei igualmente o vosso Presidente.E a todos os que nos observam esta noite para lá das nossas costas, em parlamentos e palácios, àqueles que estão reunidos em torno de rádios em cantos esquecidos do mundo, as nossas histórias são únicas mas o nosso destino é comum, e uma nova era de liderança americana está prestes a começar.Aos que querem destruir o mundo: derrotar-vos-emos. Aos que procuram a paz e a segurança: apoiar-vos-emos. E a todos aqueles que se interrogavam sobre se o farol da América ainda brilha com a mesma intensidade: esta noite provámos novamente que a verdadeira força da nossa nação não provém do poder das nossas armas ou da escala da nossa riqueza, mas da força duradoura dos nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e uma esperança inabalável.É este o verdadeiro génio da América: que a América pode mudar. A nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já alcançámos dá-nos esperança para aquilo que podemos e devemos alcançar amanhã.Esta eleição contou com muitas estreias e histórias de que se irá falar durante várias gerações. Mas aquela em que estou a pensar esta noite é sobre uma mulher que depositou o seu voto em Atlanta. Ela é muito parecida com os milhões de pessoas que aguardaram a sua vez para fazer ouvir a sua voz nestas eleições à excepção de uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.Ela nasceu apenas uma geração depois da escravatura, numa época em que não havia automóveis nas estradas nem aviões no céu; em que uma pessoa como ela não podia votar por duas razões – porque era mulher e por causa da cor da sua pele.E esta noite penso em tudo o que ela viu ao longo do seu século de vida na América – a angústia e a esperança; a luta e o progresso; as alturas em que nos foi dito que não podíamos e as pessoas que não desistiram do credo americano: Sim, podemos.Numa época em que as vozes das mulheres eram silenciadas e as suas esperanças destruídas, ela viveu o suficiente para se erguer, falar e votar. Sim, podemos.Quando havia desespero e depressão em todo o país, ela viu uma nação vencer o seu próprio medo com um New Deal, novos empregos, e um novo sentimento de um objectivo em comum. Sim, podemos.Quando as bombas caíam no nosso porto e a tirania ameaçava o mundo, ela esteve ali para testemunhar uma geração que alcançou a grandeza e salvou uma democracia. Sim, podemos.Ela viu os autocarros em Montgomery, as mangueiras em Birmingham, uma ponte em Selma, e um pregador de Atlanta que dizia às pessoas que elas conseguiriam triunfar. Sim, podemos.Um homem pisou a Lua, um muro caiu em Berlim, um mundo ficou ligado pela nossa ciência e imaginação.E este ano, nestas eleições, ela tocou com o seu dedo num ecrã e votou, porque ao fim de 106 anos na América, tendo atravessado as horas mais felizes e as horas mais sombrias, ela sabe como a América pode mudar.Sim, podemos.América, percorremos um longo caminho. Vimos tanto. Mas ainda há muito mais para fazer. Por isso, esta noite, perguntemos a nós próprios – se os nossos filhos viverem até ao próximo século, se as minhas filhas tiverem a sorte de viver tantos anos como Ann Nixon Cooper, que mudança é que verão? Que progressos teremos nós feito?Esta é a nossa oportunidade de responder a essa chamada. Este é o nosso momento.Este é o nosso tempo para pôr o nosso povo de novo a trabalhar e abrir portas de oportunidade para as nossas crianças; para restaurar a prosperidade e promover a causa da paz; para recuperar o sonho americano e reafirmar aquela verdade fundamental de que somos um só feito de muitos e que, enquanto respirarmos, temos esperança. E quando nos confrontarmos com cinismo e dúvidas e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com o credo intemporal que condensa o espírito de um povo: Sim, podemos.Muito obrigado. Deus vos abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América
12 comentários:
O BLOG começa a ser notícia. Vá em frente senhor Raul Brito.
Não é provincianismo lutar pelo Porto e pela Região.
Parabens meu caro Camarada pelo blog. Como dizia Zeca Afonso nos idos anos de 75 "é preciso agitar e ter coragem". uma grande caminhada começa sempre por um pequeno passo, considero que é preciso ter coragem para iniciar o combate contra esta vil tristeza a que chegou o PS Porto o primeiro passo está dado vamos a isto.
25 DE ABRIL DE 2007
____Comemorar o 25 de Abril em 2007, é um acto de coragem!
Sim, é um acto de coragem perante o revanchismo, o metralhar, o bombardeamento da direita que nunca conseguiu ultrapassar e engolir o que significou o 25 de Abril de 1974. Este é um sapo vivo, é uma espinha, é um nó que lhe está atravessado na garganta: a direita nunca percebeu o 25 de Abril e não perdoa que os democratas, a começar pelos valorosos capitães de Abril, lhe tivessem cortado os privilégios, os pergaminhos, as benesses e a opulência que ostentava e com que se pavoneava.
____O 25 de Abril, antes de mais, foi um acto de coragem e de justiça, como cada vez mais, é preciso ser-se corajoso para se ser justo. E isso, a Direita não perdoa, não esquece e não abdica da sua vingança.
____Senão, vejamos:
____Todos os dias somos bombardeados na rádios, nas televisões, nos jornais, em quase todos os órgãos da comunicação social, com verdadeiros atentados à dignidade, à competência, à imagem, ao bom nome, ao prestígio, ao carácter, do nosso Primeiro-Ministro, Eng:º José Sócrates. E sabeis porquê, amigos? Porque, antes de mais, ele é socialista. E, como tal, tem a coragem de implementar um vasto programa de reformas e desenvolver políticas conducentes a um Estado Socialista, ou pelo menos, socializante, justo, humano, equitativo, equilibrado, fraterno, solidário, com vista a construir um Portugal Moderno, de todos os Portugueses, no qual todos se sintam acolhidos e vejam que é aquele País onde o sol, quando nasce, é efectivamente para todos, e não somente para alguns. Se o Eng.º José Sócrates fosse de direita, dirigente de algum PPD/PSD ou CDS/PP, isto não acontecia. Primeiro foi o problema do diploma, da licenciatura. Agora a questão da nomeação feita pela “PRISA” - que, note-se bem, é uma empresa privada - da nomeação do Dr. Pina Moura e do Dr. José Lemos como Administradores da “Media Capital”. E isso a direita não perdoa!
____Meus amigos:
____Bem prega Frei Tomás: olhai para o que ele diz, não olheis para o que ele faz! E eu acrescento: quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras…
____E a direita tem muitos telhados de vidro: quem é o patrão do Expresso e da Sic, que até já foi Presidente do PPD e Primeiro-Ministro de Portugal? Quem é o dono do Público, senão o grande empresário do Continente e do Modelo? Acaso são socialistas, um e outro? E o JN, nas mãos de quem está? E os outros jornais? Nós, socialistas, somos verdadeiros David a lutar contra autênticos Golias. A direita tem medo, tem pavor de ver os socialistas a defenderem-se utilizando as mesmas armas.
____Isto não é nada de novo, meus amigos: é o mesmo bombardeamento que fizeram na América ao Bill Clinton - a partir de determinada altura, já não interessava se o Clinton tinha ou não sido um dos melhores Presidentes da América de todos os tempos, no seguimento de John Kennedy, o Presidente que levou a América a ser o número um no mundo terreno - o que importava era saber se o Clinton tinha ou não realmente sentado a Mónica Lowinsky na secretária! E isso aonde conduziu? À eleição de um anormal, de um inqualificável, de um desprezível que terá de ser julgado no Tribunal da Opinião Pública Mundial, pelo menos, pelo povo mártir e martirizado do Iraque, como julgou e condenou à morte Saddam Hussein, só porque este foi responsável pelo lançar numa vala comum duas mil pessoas. E o George W. Buch, quantas dezenas de milhares de pessoas já não condenou à morte e continua a condenar todos os dias, em nome de uma tremenda cabala, de uma, todos os dias, renovada mentira?
____Eu, como homem deste planeta chamado Terra, quero, melhor, exijo o seu julgamento, clamo por justiça, porque, assim como não se pode perdoar a afronta dos loucos suicidas que fizeram o 11 de Setembro, ele não merece o meu perdão nem o perdão dos inocentes e mártires iraquianos que todos os dias tombam varridos pelas balas assassinas. E, como português, não perdoo a esse revanchista que hoje é todo-poderoso na Europa, Durão Barroso, que manchou o nome do meu País, de Portugal e dos Portugueses que, involuntariamente, sem o consentimento de ninguém, nem sequer a consulta, ficaram ligados, na triste e cruel decisão da Base das Lages, ao hediondo e horrendo ataque ao Iraque.
____Meus amigos e camaradas:
____No meio disto tudo, o que lamento é que haja uns lacaizitos, que se dizem jornalistas, que em vez de cultivar, educar, opinar com isenção e clareza, informar objectiva e realisticamente, são autênticas correias de ligação dos veículos transmissores dos poderosos motores que aceleram a corrida do grande capital. Esquecem-se esses mesmos lacaizitos que o grande capital é voraz e não se compadece com compaixões e comiserações. Não se lembram que o senhor feudal rico, que se empanturrava com o faisão, o javali, a corça, a lebre, a lagosta, vomitava sempre, para roubar a reles sardinha ou migalha de pão ao bobo que o entretinha enquanto ele se banqueteava. Sim, meus amigos e camaradas, nunca tenhamos ilusões: o rico pode estar a empanturrar-se de lagosta, mas se vê ao lado um pobre coitado a comer uma reles sardinha, vomita a lagosta e rouba-lhe a sardinha! E eu sou do tempo de repartir uma sardinha com um dos doze meus irmãos: um comia o rabo e outro comia a cabeça.
____Amigos, isto não é nada de novo. Muito menos pretendo ensinar o padre nosso ao vigário. Mas estejamos atentos aos sinais dos tempos. E o sinal neste momento em relação ao nosso Secretário-Geral é o mesmo quando, em 1976 e 1978, acusavam o verdadeiro pai da Democracia, o Dr. Mário Soares, das maiores infâmias e calúnias, e de outras coisas mais… Quem não se lembra?
____Cabe-nos a nós, socialistas, cerrar fileiras em volta do nosso líder, qual comandante que lança o grito de alerta “às armas”, e o exército, as tropas avançam para a batalha, em defesa do seu território, dos seus homens, da sua Pátria.
____Por isso, camaradas e amigos, hoje, aqui, agora, lanço-vos um desafio: Gritai bem alto comigo! Viva o 25 de Abril! Viva o Partido Socialista! Viva Portugal! Vivam os Portugueses!
Edgar Maia Santos
(militante do Partido Socialista desde 1 de Março de 1975, com o n.º 3948)
Não sou militante de partido nenhum, mas sou um SOCIALIASTA! e revejo-me em cada palavra, em cada frase, do Edgar Maia Santos, aquilo que sou tambem. Há que ter coragem de dizer a verdade dos factos. Este país tem que acordar, já chega de "soneira"
Paulo Dias - da cidade do Porto.
Caro Ernesto
Obrigado pelas tuas palavras de conforto.Pela mimha parte já meti pés ao caminho e será com muito agrado que verei outros camaradas a tomar o mesmo rumo.
Um abraço, Raul Brito
Meu caro Anónimo que escreveu sobre o 25 de Abril de 2007, concordo com grande parte daquilo que escreveu sobre a data que devolveu a Liberdade e a Dignidade ao povo português, só não concordo que alguém se esconda no anonimato para dizer o que pensa 33 anos depois desta desta data. ASSIM NÃO VAMOS LÁ
Meu caro Ernesto:
Por lapso talvez o anónimo se tenha esquecido de escrever o nome pois no funal até indoca o nome e numero de militante.
Um abraço
Carlos Pinto
Meu caro Ernesto:
Li o teu comentário à minha dissertação sobre o 25 de Abril de 2007, e resolvi responder-te sobre o meu “anonimato” e revelar-te um pouco do que vivi e vi nos últimos 33 anos.
Sou o 5º filho mais novo de um simples empregado de escritório, que hoje conta 93 anos de idade, e de uma professora primária, que começou por ser regente escolar, a quem o Salazar fechou o posto onde leccionava, que já viveu, até hoje, 88 lindas Primaveras, e que criaram 13 filhos que a todos puseram a estudar e hoje, graça a Deus, todos se defendem mais ou menos na vida, pelo menos, nenhum deles anda a estender a mão à caridade….
Nasci no dia 27 de Agosto de 1955, às 6 horas da manhã, interrompendo, assim, os banhos do mar da Póvoa do Varzim que a minha mãe apanhava no Verão com os meus irmãos mais velhos. Puseram-me o nome de Edgar.
Aos nove anos, enquanto frequentava a 4ª classe, preparei-me (com a minha mãe, claro) para o exame de admissão que fiz à antiga Escola Comercial e Industrial de Santo Tirso e ao Seminário da Formiga (o Colégio de Ermesinde), no qual festejei os meus 10 anos – tive direito a um prato de creme, coisa que era raro comer – no ano de 1965, e nos quais passei a ambos com distinção. Por isso, em Setembro, ingressei como seminarista no Seminário do Paraíso da Foz, onde hoje funciona a Universidade Católica do Porto.
Bom, sempre fui um aluno brilhante, dos melhores que passaram pelos Seminários por onde andei, dispensando à oral no 2º ano do liceu, no então Liceu D. Manuel II, onde fui fazer o exame, e mais tarde, no ano em que o Manuel Alegre divulgou pela Rádio Argel, os exames do 5º Ano (estávamos em 1969/70), e houve repetição de provas escritas, no Liceu Garcia da Orta. Na época de 1970/71 – já o saudoso D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto, tinha regressado do exílio em França, para onde tinha sido enviado pelo Oliveirinha Salazar, que entretanto faleceu – os seminaristas do Seminário de Vilar (onde hoje funciona a Casa Diocesana do Porto, depois de já ter sido a Faculdade de História do Universidade do Porto, se não erro), já frequentavam o que era então o Liceu D. Manuel II (actual Escola Rodrigues de Freitas), e eu era só, na altura o melhor aluno do 6º ano de todo o Liceu, com direito a estar no quadro de honra: tinha média de dispensa às 6 disciplinas da área Histórico – Filosóficas: Latim, Grego, Português, Filosofia, História e Organização Politica e Administrativa da Nação. Além disto, ainda estudava Música e Alemão no Seminário.
No 7º ano, em plena crise existencial de adolescência e de vivência religiosa – comecei a questionar porque é que “ bem pregava Frei Tomás: olhai para o que ele diz, não olheis para o que ele faz”, e eu achava que “a cara tinha de dizer com a careta”, e, a verdade seja dita, não tinha mesmo vocação para o sacerdócio – tive, como professor de História, o “ Socialista” Romero de Magalhães, o tal que foi Secretário de Estado da Educação quando era Ministro da Educação Sottomayor Cardia. Foi um ano terrível para mim: havia baixado as notas a todas as disciplinas, mas, mesmo assim, ainda deu para dispensar a 4 disciplinas: Latim, com média de 18 valores, Filosofia com 16, Organização com 16, Grego com 14. Fui a exame a Português, a que arranquei um 14 na oral, e a História, disciplina a que vou à oral com 11 valores “ dado” pelo Romero de Magalhães (mais tarde, vim a saber que o meu ponto escrito dava para dispensar da oral com, com, pelo menos, 16 valores), que passou toda a oral a perguntar –me a “vida” dos Franciscanos, “a história” dos Monges de Cister, e a “importância” dos Monges de Cluny, tudo isto perguntado ao “nosso eclesiástico Maia”!!!! Entretanto, já eu havia abandonado o Seminário, um mês antes. Claro que o Edgar ficou quieto e calado toda a oral. Não imaginava que, com as notas que tinha e a precisar somente do “dezito”, pois já tinha média de dispensa assegurada à Universidade, ele tivesse coragem para me chumbar: foi o que aconteceu!!! E isto depois de, na despedida do meu Professor de História do 6.º ano, Dr. Coelho dos Santos, ter dito que, se continuasse a ser Professor desta turma no 7.º ano, já sabia quem dispensaria de exames à mesma disciplina de História, nos quais estavam incluídos o Edgar, o Espinheira Baltar, o Xavier e o Tedim (lembras-te, Doutor José Manuel Alves Tedim, hoje ilustre Professor Catedrático de História na Universidade do Porto? Lembras-te, Dr. José Joaquim da Costa Xavier, hoje advogado lá para os lados de Lousada? Lembras-te, Dr. Joaquim Luís Espinheira Baltar, hoje um sábio magistrado?)
Mas tudo bem! Em Setembro de 1973, com 18 anos acabados de fazer, entrei na Universidade de Coimbra, com média de dispensa com 16 valores ao exame de admissão, para frequentar o Curso da Faculdade de Direito, numa altura em que só havia 2 faculdades de Direito neste País: Coimbra e Lisboa. Quando se deu o 25 de Abril de 1974, já havia feito a Cadeira semestral de Teoria Geral do Direito Civil com o falecido Prof. Dr. Orlando de Carvalho, em cuja oral tirei 14, e tinha a oral marcada a Economia Política I, que não se chegou a realizar porque o Professor (Cruz Vilaça) foi saneado.
Este foi o Edgar, enquanto estudante: o mesmo Edgar que, em 1975, quando o Paulo de Carvalho cantava”…de punho erguido, de punho erguido, anda escondido o facho”! Como era difícil na altura ser socialista! Até os comunistas eram então “os sociais-fachistas”. A moda era ser da UDP para cima: OCMLPs, MES, FECs-ML, MRPPs, etc. Eu era acusado de fachista, porque defendia amigos como o João Miranda, que havia sido saneado no 5.º ano de Direito e eu marquei-lhe os dois últimos exames para ele se formar! Lembras-te, João Miranda? Olha que ainda hoje sou teu amigo e sempre te dei provas disso: lembras-te quando tu, então no CDS ligado ao MIRN, quiseste pôr as bombas em casa de dois fulanos activistas do MDP-CDE, e eu evitei que tu fizesses semelhante loucura, de que, certamente virias a pagar caro, se o tivesses feito? Olha vou dizer-te: hoje um está no PSD; o outro é o meu técnico de contas! Que tempos esses! Quando o Otelo dizia que metia os socialistas todos no Campo Pequeno e os mandava fuzilar…É do teu tempo, camarada Ernesto? Quando o Dr. Mário Soares mobilizou 300.000 pessoas em Lisboa, para fazer frente aos revanchistas? Eu estive lá, no meio da multidão anónima, dei a cara, porque, entretanto, havia conseguido inscrever-me como militante socialista (precisamente em 01 de Março de 1975), graças ao meu irmão Braz que ficou responsável por mim, uma vez que eu, então com 18 anos, era menor perante a Lei (a maioridade era aos 21 anos e só baixou para os 18 anos com a Constituição de 1976).
Eu sou o Edgar que em 1979, quando se formou a AD, foi cabeça-de-lista à Assembleia Municipal de Santo Tirso pelo Partido Socialista. Tinha então 24 anos e já estava formado. Corria o risco de vir a ser o autarca, então, mais jovem do País. Era o Presidente da Câmara o meu amigo e camarada Dr. Asuil Dinis Linhares Carneiro. Santo Tirso, então, era uma terra difícil, de direita: no executivo da Câmara havia maioria de Direita, que junta em AD somava mais de 10.000 votos que o PS. Nessa altura andava pela AD a agora toda “socialista” Helena Roseta, e tantos outros…Foi uma campanha, nunca vista, de meios económicos contra um PS de sonhadores e idealistas….Perdemos a Câmara por uma centena e meia de votos. Fui eleito líder da bancada socialista na Assembleia Municipal de Santo Tirso, e tal foi o nosso desempenho, que, nas eleições seguintes, ganhou-se a Câmara com maioria absoluta, embora reconheça que há quem queira fazer apagar esta parte da História! E ainda hoje Santo Tirso é uma Câmara Socialista, desde há vinte e cinco anos. Quem se lembra ainda desses tempos? Eu, juntamente com o Tone Moreira, tinha sido o fundador do Partido Socialista em Alvarelhos, na altura concelho de Santo Tirso, hoje concelho da Trofa. Só que hoje há alguns socialistas que receberam o Partido Socialista de mão beijada e que, no dizer do Pai da Índia, Maomatha Gandhi, “pior que a mordedura da ninja, só a ingratidão humana”, e foi aquilo que se viu.
Eu sou o mesmo Edgar que, nessa altura, estava terrivelmente doente, a ponto de me prognosticarem o máximo de mais 2 ou 3 anos de vida, e que morreria até aos 30 anos: era uma sorte se lá chegasse…Nessa altura, já era advogado, mas ainda entrava no Tribunal Judicial de Santo Tirso de capacete debaixo do braço, já que me deslocava de motorizada, pois não era filho de pais ricos. Nessa altura, precisei do Partido Socialista e do Joaquim Couto e dos “amigos” socialistas que me viraram as costas e eu lá continuei sem ganhar a geira…
Eu sou o mesmo Edgar que participou nos “Estados-Gerais” no Porto do Partido Socialista, nos quais integrei a Equipa da Justiça. Os mesmos Estados-Gerais que vieram a eleger António Guterres e a proporcionar-lhe ser Primeiro-Ministro. Participei neles fugazmente, pois logo vi o jogo de interesses: as ideias eram lançadas e cada um chamava a si os louros. Resultado: a maioria deles chegou a deputados (não é, Manuel dos Santos?) e algo mais, e eu fui sempre ficando para trás…
Entretanto, havia feito o Curso dos Registos e do Notariado: fui Conservador da Conservatória dos Registos Civil, Predial, Comercial e de Automóveis e Notário do Cartório Notarial de Boticas; Conservador do Registo Civil, Predial, Comercial e de Automóveis de Montalegre, do qual só saí para me efectivar, com despedida de juízes, magistrados, amigos e até o Presidente da Câmara esteve no jantar de homenagem que me fizeram; efectivei-me em Sabrosa, onde passei as passas do Algarve e comi o pão que o diabo amassou. Fraca terra com gente tão boa, tão diferente, a escassos 4 Km da Vila, precisamente a terra de Miguel Torga, S. Martinho da Anta. Logo que pude, concorri ao primeiro lugar que me apareceu: a Conservatória do Registo Civil de Bragança, na qual trabalhei como Conservador desde 19 de Agosto de 1994 até 13 de Março de 2005, da qual saí para abrir o meu Cartório na Maia…
Enquanto estive em Bragança, sou do tempo de fazer as curvas de Murça e a viagem demorar 6, 7 ou 8 horas, pois saía às seis horas da tarde quando vinha a fim de semana, e a minha filha Ana, então com 2 anos de idade, vomitava nessas curvas e eu tinha de parar o carro de 10 em 10 minutos…chegava às 2 e 3 horas da manhã a casa dos meus sogros, em Alvarelhos…
Eu sou o mesmo Edgar que ao terceiro dia em que ia a subir as escadas da Conservatória do Registo Civil de Bragança, que ainda funciona ao lado do tribunal, na antiga casa dos Magistrados, deparo com uma velhinha a papujar, enquanto descia as escadas, agarrada à bengala, e a desabafar entre dentes que “…se tivesse dado os 500$00, levava a certidão no mesmo dia”. Já não entrei no gabinete: desci as escadas a correr, pedi pelas almas à velhinha que me viesse contar ao gabinete a razão porque não foi atendida prontamente, ela referiu-me o hábito de pagar 500$00, quando a certidão custava 300$00, quem queria a certidão no mesmo dia, e que ela tinha vindo da aldeia de França, de táxi, e que os 200$00 precisava deles para pagar o táxi. Foi remédio santo: obriguei a funcionária a tirar a certidão no mesmo instante e ameacei todos os funcionários com um processo disciplinar, se algum dia viesse a saber que algum deles cobrava um escudo a mais de que o custo devido por lei.
Eu sou o mesmo Edgar que foi Presidente do Conselho Central da Diocese de Bragança da Sociedade de S. Vicente de Paulo de 1996 a 2004, que, nas cadeias de Izeda e Bragança, visitava os reclusos e toxicodependentes a quem dava roupas, sapatos, tabaco, ajudava a resolver problemas jurídicos, colaborava na socialização, alfabetização e integração da comunidade de raça cigana, etc.
Eu sou o mesmo Edgar que, aquando da Primeira revisão da Constituição de 1976, já preconizava - e hoje, mais do que nunca, me parece ser a solução mais adequada à realidade portuguesa - que o regime supletivo do casamento devia ser o da separação de bens e não o da comunhão de adquiridos : veja-se a quantidade de divórcios fictícios que se fazem pelas Conservatórias do Registo Civil por este País fora, com o único propósito de separar patrimónios…
Eu sou o mesmo Edgar que, já em 1996, escrevia à Direcção-Geral dos Registos e do Notariado, exposições sobre a necessidade de haver um contingente de funcionários móveis que acudissem à Província na altura do Verão, a cujas Repartições Públicas afluem diariamente dez ou vinte vezes mais as pessoas do que habitualmente durante o resto do ano, e neste, nas cidades do litoral e nos grandes centros, a exigência de serviço é maior. Mas ninguém me quis dar ouvidos…
Assim como ninguém me quer dar ouvidos quando digo que alguns (poucos) funcionários públicos ganham muito pouco para aquilo que fazem; outros (a grande maioria) ganha por demais para aquilo que fazem. Dou-vos um exemplo: quando saí da Conservatória de Bragança, já chefiava uma equipa de 16 pessoas das quais só 3 ou 4 é que trabalhavam - estas mereciam ganhar bastante mais do que estavam a ganhar; as outras estavam a “roubar” o dinheiro dos contribuintes.
Outra coisa: tenho para mim que o Estado só teria a lucrar se desse a oportunidade destes funcionários públicos acima dos 45, 50 anos, com 20 ou 25 anos de função pública, poderem negociar a reforma antecipada. A breve prazo, teria de abrir os cordões à bolsa, mas ver-se-ia livre de uma camada que ainda não conseguiu ultrapassar a máquina de escrever e empregaria muita da nossa juventude, de quem é o futuro, juventude esta que aguarda ansiosa a oportunidade que espera e que vê sempre adiada “sine die”. E aí, sim, Sr. Primeiro-Ministro: por cada 20 ou 30 funcionários públicos reformados, havia apenas lugar para 3 ou 4 informáticos, um jurista e um contabilista ou economista!
Meu caro Ernesto: como vês, andei por aí durante estes 33 anos. E continuo a andar, a vaguear, a praguejar, a sonhar… E ai de quem deixar de sonhar: nessa altura, mais lhe vale dar um tiro nos miolos e desaparecer…A Esperança é a última a morrer… E o 25 de Abril não morreu: ainda há Esperança. Pelo menos, para mim, que continuo a sonhar! E sabes o que sonho? Sonho viver o dia a dia, com o pão nosso de cada dia… Já há vários anos que não sonho com o Totoloto, nem com o Euromilhões, nem com a lotaria: é uma coisa que nunca me sairá, pois não jogo neles. Pelos menos, tão cedo. Porque no dia em que voltar a jogar e se me sair o Euromilhões, aí, sim, vou cumprir o maior sonho da minha vida: chegar ao Estádio do Dragão, num Porto-Sporting ou Porto-Benfica e espalhar as notas de euros por todo o relvado…
Acredita, meu caro Ernesto, que o faria e que sentir-me-ia o homem mais feliz do mundo! Isto pode levar-te a pensar que sou utópico, irrealista, louco… mas não, sim, sou um sonhador, daqueles que “sempre que o homem sonha, o mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança”!, como diz António Gedeão, no poema “Pedra Filosofal”, magistralmente cantado pelo Manuel Freire.
Mas não sou parvo e muito menos burro: não carrego albarda e a albarda só pesa ao burro, e eu nem sequer tenho as orelhas grandes. Mas nunca te esqueças, meu caro Ernesto: o que uns têm a mais, faz falta aos que têm a menos. Serei ingénuo? O que não sou é macaco que só coça o próprio umbigo e quer que os outros lhe cocem as costas! Hoje coço o meu próprio umbigo e as minhas próprias costas. Não dependo de ninguém: basto-me a mim próprio e aos meus. Conquistei a minha liberdade e o meu próprio espaço. Porque, contra ventos e marés, como escrevia o nosso Raul Rego, e como dizia Fernando Pessoa, “Deus quer, o homem sonha: a obra nasce!”
E é por este povo que lava no rio,
Que talha com o seu machado,
As tábuas do seu caixão.
Por quem pode haver quem o defenda,
Quem calque seu chão sagrado,
Mas a sua vida, não!
Que eu cantarei até que a voz me doa!!!
E canto, cantarei e hei-de cantar…
E tu, amigo, canta, canta, amigo canta,
Vem cantar esta canção.
Tu sozinho não és nada,
Junto teremos o mundo na mão!
Não andes ao sabor do vento!
Aprende a canção da Esperança!
Vem semear tempestades,
Se queres colher a bonança!!!
Edgar Maia Santos
Maia, 15 de Maio de 2007
Caro Edgar
Já há alguns anos que nos conhecemos.Sempre admirei a tua correcção e a tua maneira de ser e de estar na vida.
O teu percurso é um exemplo que fizeste bem em no-lo dar a conhecer.
Sinto que manifestas alguma amargura pelos comentários que o Ernesto Silva fez ao teu primeiro texto neste blog.Não tens razões para tal. O Ernesto leu o o título do comentário que dizia anónimo e não se apercebeu ( como o Carlos Pinto esclarece )que o texto estava assinado. Aliás, no que respeita ao conteúdo, o Ernesto subscreve-o genéricamente.Conheço-vos o suficiente, para ter a certeza que
saberão ultrapassar este equívoco.
Seria uma pena perder a vossa preciosa colaboração.
Raul Brito
Meu Caro Edgar Maia Santos:
Não te chamarás tu NARCISO?!...
È que a tua prosa é tão NARCISISTA, no sentido etimológico da palavra!
Desculpa lá mas não me interessa nada saber qual a hora a que nasceste, se foste bom aluno ou não. O que me interssa é saber como sentes o mundo, o nosso tempo, o nosso País.
E para isso não precisas de declamares poemas dos outros, declama os teus se é que os tens.
E por hopje fico-me +por aqui.
Mário Carrasco
Meu caro amigo Raul Brito:
Agradeço o teu apreço. Não estou amargurado com o Ernesto, bem pelo contrário, respeito a opinião dele, como respeito a de qualquer outro camarada. Até lhe agradeço a oportunidade que me motivou a revelar factos históricos. E, como dizia um meu Professor de Coimbra, “esquece muito a quem não sabe”. Por acaso, até foi um Mário que foi meu carrasco no Partido Socialista, quando o Dr. Asuil, antes de convidar o Dr. Joaquim Couto para encabeçar a lista PS à Câmara de Santo Tirso, sondou o meu nome, e lhe disse que eu era demasiado novo… Sei que estou a expor-me, mas hoje sou totalmente livre e independente, porque não há liberdade política sem liberdade económica, já que “casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”… Sei também que sou o “calcanhar de Aquiles”, “uma pedra no sapato” de muita gente, mas a estes eu respondo: “se tens inveja do meu viver, faz como eu: trabalha!”
Edgar Maia Santos
17. 05.2007
Att.de quem ler.
Não sou anónimo. Eu sou Eu...mas quem sou eu???
Foi por curiosidade,porque sou curioso,que quiz ver o que pensam,aquêles que sabem,(porque eu nem sempre sei) sobre o trabalho de RdeB "O PORTO EM NOTICIA" e reparei para meu espanto, que nos 11 comentários
(agora mais um)anónimos escreviam
"coisas" a que outros + ou -"anónimos" respodiam a essas mesmas coisas,num género Ping-Pong.
Sinceramente o resultado desse jogo
a meu ver, não poderia ser outro: os anónimos perderam. - Perderam pelo menos uma boa ocasião de estar calados.(S/ofensa)
Bem sei que estes espaços,por vêzes,servem para desabafar(?) comunicando,mas eu que tenho 69 anos de idade e 33 de partido, feitos a 6/5/74,não estou nada interessado em saber quem é quem e muito menos o que "julgam" ser uns e outros.
Assim,penso (e se penso logo existo) que estes espaços são de opinião e aprendizagem e não uma "passerele" de currículos,pois que cada um têm o seu,nem de prosas, porque também cada um à sua maneira, sabe ser prosaico. Posto isto, só peço que não me julguem presunçoso,porque não sou, quanto muito, um "derivado" de presumível.
Na "genuina" família socialista mereçemos mais, uns dos outros.
Comecei como anónimo,acabo como
Coelho dos Santos.
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