A DISCUSSÃO ESTÁ ABERTA SOBRE O SNS. E NÃO É COM RECEITAS COMO AS DE FERRERA LEITE QUE SE RESOLVE. NOVAS FONTES DE FINANCIAMENTO?
Saúde: privados são melhores graças ao financiamento do Estado
Relatório do Observatório Português dá conta da melhor qualidade dos serviços privados e do pouco investimento no sector público
As conclusões do Relatório de Primavera 2008 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, apresentado esta segunda-feira em Lisboa, apontam para uma «maior qualidade» dos serviços de saúde privados, possibilitada pelo financiamento «quase na sua totalidade» por parte do Estado, refere a Lusa.
«O sistema privado de saúde em Portugal continua, quase na sua totalidade, apenas a ser viável se financiado pelo Estado», pode ler-se no relatório. O problema, «porque os recursos são escassos», acaba por ser a consequência directa deste facto, pois o Estado acaba por «não investir no sector público».
«A geometria dos sectores público e privado está a alterar-se de uma forma significativa. A oferta privada é agora mais abundante, geralmente de maior qualidade e, em alguns casos, tecnologicamente apetrechada, ao mesmo tempo que o sector público se tende a organizar em termos jurídicos, com vista a uma melhor gestão conducente a melhores cuidados e resultados em saúde», explica o relatório.
Ministra faz negócio à custa da saúde dos portugueses
O documento alerta ainda para a «fuga de profissionais do sector público para o sector privado» e para «a prática governativa da saúde», que se preocupa demasiado com a «resolução de problemas pontuais» e não a longo prazo: «Daqui a poucos anos não haverá recursos humanos para manter o serviço público de saúde».
Os autores do relatório deixam o aviso: «Não são de certeza as formas contratuais que pouco a pouco se vão instalando nos hospitais públicos que vão criar condições para a fixação de profissionais necessários ao serviço público». O documento refere ainda a evolução «francamente favorável» dos tempos de espera cirúrgica.
Abertura das Unidades de Saúde Familiar foi «inconsistente»
O relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde analisou também a reforma das Unidades de Saúde Familiar (USF) e considera que «não existiu um trabalho consistente na sua abertura ao longo do ano» de 2007.
Segundo o documento, apenas 13 por cento da população sentiu os efeitos positivos da reforma: «Obriga a uma maior celeridade e abrangência da implementação, sob pena de se gerarem fenómenos de iniquidade no país, compreensíveis num momento inicial, mas que não poderão perdurar por muito mais tempo».
A «verdadeira reforma» terá de ultrapassar a mensagem de extinção das sub-regiões de saúde, cujo resultado foi «a saída de muitos profissionais e a grande desmotivação da sua maioria». O relatório aborda ainda a questão das Parcerias Público-Privadas, considerando que «a exclusão da gestão clínica privada na rede hospitalar pública a construir através destas parcerias poderá ser desmotivadora do interesse dos grupos financeiros que têm sido constituídos no nosso país».
Relatório do Observatório Português dá conta da melhor qualidade dos serviços privados e do pouco investimento no sector público
As conclusões do Relatório de Primavera 2008 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, apresentado esta segunda-feira em Lisboa, apontam para uma «maior qualidade» dos serviços de saúde privados, possibilitada pelo financiamento «quase na sua totalidade» por parte do Estado, refere a Lusa.
«O sistema privado de saúde em Portugal continua, quase na sua totalidade, apenas a ser viável se financiado pelo Estado», pode ler-se no relatório. O problema, «porque os recursos são escassos», acaba por ser a consequência directa deste facto, pois o Estado acaba por «não investir no sector público».
«A geometria dos sectores público e privado está a alterar-se de uma forma significativa. A oferta privada é agora mais abundante, geralmente de maior qualidade e, em alguns casos, tecnologicamente apetrechada, ao mesmo tempo que o sector público se tende a organizar em termos jurídicos, com vista a uma melhor gestão conducente a melhores cuidados e resultados em saúde», explica o relatório.
Ministra faz negócio à custa da saúde dos portugueses
O documento alerta ainda para a «fuga de profissionais do sector público para o sector privado» e para «a prática governativa da saúde», que se preocupa demasiado com a «resolução de problemas pontuais» e não a longo prazo: «Daqui a poucos anos não haverá recursos humanos para manter o serviço público de saúde».
Os autores do relatório deixam o aviso: «Não são de certeza as formas contratuais que pouco a pouco se vão instalando nos hospitais públicos que vão criar condições para a fixação de profissionais necessários ao serviço público». O documento refere ainda a evolução «francamente favorável» dos tempos de espera cirúrgica.
Abertura das Unidades de Saúde Familiar foi «inconsistente»
O relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde analisou também a reforma das Unidades de Saúde Familiar (USF) e considera que «não existiu um trabalho consistente na sua abertura ao longo do ano» de 2007.
Segundo o documento, apenas 13 por cento da população sentiu os efeitos positivos da reforma: «Obriga a uma maior celeridade e abrangência da implementação, sob pena de se gerarem fenómenos de iniquidade no país, compreensíveis num momento inicial, mas que não poderão perdurar por muito mais tempo».
A «verdadeira reforma» terá de ultrapassar a mensagem de extinção das sub-regiões de saúde, cujo resultado foi «a saída de muitos profissionais e a grande desmotivação da sua maioria». O relatório aborda ainda a questão das Parcerias Público-Privadas, considerando que «a exclusão da gestão clínica privada na rede hospitalar pública a construir através destas parcerias poderá ser desmotivadora do interesse dos grupos financeiros que têm sido constituídos no nosso país».
O QUE SE PASSA NA SAÚDE É MUITO GRAVE. MAS O QUE TAMBÉM SE CONHECE DE APOIOS AO ENSINO PRIVADO A COLÉGIOS COM MAIS DE 250 ALUNOS É ESCANDALOSO. A SEU TEMPO SAIRÁ UM DOSSIER PARA SE SABER QUEM RECEBE DO ESTADO E QUANTO.
1 comentário:
À primeira e rápida leitura, o documento não me deixa sossegado. Privados em alta e público a descer?
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