MAIS UMA AJUDA AO PSD DE MFL. EU ONTEM JÁ TINHA DITO QUE A SEGUIR VINHA A SEDES. MAS HÁ MAIS
PÚBLICO divulga documento do Conselho Coordenador
SEDES acusa José Sócrates de governar para as eleições
07.07.2008 - 19h51 Luciano Alvarez
É mais um documento muito duro para o Governo. A Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) – que em Fevereiro tinha alertado para um “mal-estar difuso” que se “alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional” – vem agora a público, a propósito da discussão do Estado da Nação (quinta-feira, no Parlamento), acusar o executivo de José Sócrates de estar a governar pensando nas eleições de 2009 em vez de na administração do país.Os membros do Conselho Coordenador da SEDES, no primeiro documento emitido desde que Luís Campos e Cunha lidera a associação (assumiu o cargo em Abril), não têm dúvidas em afirmar que a aproximação das eleições (europeias, autárquicas e legislativas) tem tido “consequências claras e visíveis na vida política portuguesa”. Essas consequências não são positivas. Para a SEDES, depois de três anos “de esforços de estabilização orçamental” e de “várias reformas que exigiram coragem política”, o executivo começa a recuar.E dá como exemplos a “declaração do fim da crise orçamental”; “a ênfase nos investimentos públicos”; “a cedência à agitação social” e “as recentes baixas de impostos”.O novo PSDA associação aponta ainda, numa espécie de aviso a Sócrates, que o contexto social, político e económico “alterou-se substancialmente”. No que respeita à política, nota que, no PSD, se pode ter iniciado “um ciclo de estabilidade, condição necessária para a afirmação de uma alternativa”. Por outro lado, escreve que os partidos à esquerda do Governo, “em aparente crescendo”, competem “pela mobilização dos mais descontentes, sem, contudo, constituírem uma alternativa credível”.No que à economia respeita, a SEDES diz que é justo salientar que factores como a crise financeira internacional e a subida dos preços do petróleo ou dos produtos alimentares estão “fora do controlo do Governo”.Logo a seguir, lembra que estes factores implicaram “a revisão em baixa das previsões do crescimento de Portugal”. Acrescenta ainda que os indicadores de várias instituições independentes e a evolução da bolsa de valores “reflectem bem a deterioração do clima económico, das expectativas e da confiança dos consumidores e investidores”: “Desvaneceu-se em poucos meses a percepção de uma recuperação económica lenta, mas segura. A mudança de expectativas e o espectro da recessão aumentaram a conflitualidade laboral, tornando aparente alguma desorientação por parte do Governo”.A SEDES lança outro aviso ao Governo: “A inversão do ciclo da boa vontade face ao Governo, experimentado na primeira parte do mandato, poderá ser irreversível, a crer nos indicadores disponíveis. Portugal é hoje, segundo dados mais recentes do Eurobarómetro, um dos países com a opinião pública mais pessimista sobre a evolução da economia e a situação financeira das famílias no próximo ano”.FragilidadesNo documento divulgado em Fevereiro, a associação dizia que o “mal-estar e a degradação da confiança” conduziriam, “mais cedo ou mais tarde, a uma crise social de contornos difíceis de prever”. A SEDES recorda agora estas palavras a propósito do recente bloqueio das estradas pelos camionistas, que consideram “um pequeno exemplo dessa possível crise”: “O bloqueio tornou evidentes fragilidades do Estado de que os cidadãos não tinham consciência: a incapacidade de prever, prevenir e reagir perante situações de crise e acções ilegais de alteração da ordem pública”.A conjugação destes factores é considerada pela SEDES como preocupante. A associação recorda mais uma vez que o Governo iniciou um conjunto de reformas “corajosas e indispensáveis (consolidação orçamental; administração pública; sustentabilidade da segurança social; reorganização dos Serviço Nacional de Saúde; redução dos riscos de pobreza entre os mais idosos; integração dos imigrantes; funcionamento do sistema educativo e leis laborais).Só que, nestas reformas que a SEDES considera indispensáveis, “terá havido, nalguns casos, inabilidade política, confrontação desnecessária e desfasamentos entre as intenções anunciadas e a sua concretização”.“É um risco maior para o futuro do país a suspensão, diluição ou mesmo inversão das reformas já iniciadas. Há sinais de expectativas defraudadas de reforma e de passos cruciais a serem sustidos, ou mesmo invertidos, por razões ligadas ao tempo eleitoral que se aproxima”, lê-se no documento.Em jeito de conclusão, a SEDES diz que a evolução económica e a sombra de eleições “são um teste ao Governo e sinceridade com que iniciou reformas cruciais para o país”. Mas, se há reformas que foram inciadas em alguns sectores, a associação lembra que há outros onde se viram mexidas “pouco relevantes”. E destaca a justiça e a segurança, áreas em que, “para além de ajustamentos pontuais, não houve qualquer programa de reformas claramente assumido pelo Governo”.Os responsáveis da associação dizem ainda que “não deixa de ser verdade” que “exactamente no momento em que o Governo inicia uma aparente suspensão do processo de reformas, a opinião pública parece voltar-se contra ele”: “Coincidência ou causalidade, nunca saberemos, mas os sacrifícios feitos por todos não podem, nem devem, ser desperdiçados”.
Associação cívicaO que é a SEDES A SEDES é uma das mais antigas associações cívicas portuguesas. Foi constituída em 1970; os seus fundadores eram, como hoje, oriundos de diferentes formações académicas, estratos sociais, actividades profissionais e opções políticas. A SEDES considera que foi e continua a ser uma escola de cidadania e, ao longo da sua vida, tem tido uma forte intervenção cívica.
Fazem parte deste conselho Luís Campos e Cunha, economista e ex-ministro das Finanças de Sócrates, que saiu do Governo ao fim de poucos meses em desacordo com o primeiro-ministro; Amilcar Theias, ex-ministro do Ambiente de Durão Barroso; Fátima Viegas; professora universitária; Fernando Ribeiro Mendes, ex-secretário de Estado da Segurança Social de António Guterres; Henrique Neto, empresário e militante do PS; Paulo Sande, director do Gabinete do Parlamento Europeu em Lisboa; Pedro Magalhães, professor universitário; e Pedro Pita Barros, economista
3 comentários:
Seja quais forem os "objectivos"da SEDES, o facto é que,quem não quer ser lobo não lhe veste a pele.
Esta coisa de fazer política aos "soluços" permite a certas cabeças pensadoras,mas... intencionais, fazer este tipo de análises.
Realmente, se faz ou não se faz as reformas iniciadas,mas... seguida, independentemente dos custos.
Para além da esperança, devemos ter confiança.
Saudações
CS
Meu caro Coelho dos Santos:
Este País enlouqueceu.
Se se faz é porque nao se devia fazer.
Se nao se faz. já devia estar feito.
O Professor Campos e Cunha saiu do governo sem explicar porquê.
Está a tempo de o fazer.
Agora que é presidente da SEDES não lhe fica bem subacrever estes trabalhos tão profundos só para um lado.
Há coisas que eu também não concordo, mas dai a aparecerem todos a falar por quem não fala é ridículo.
E o mal é que a opinião púbica está a ser diariamente matraqueada com estas coisas e o PS não reage porque não tem gente à altura e com capacidade.
Fecharam-se no casulo e aguardam que a tempestade passe.
Quando acordarem pode ser tarde.
Se as Federações em Outubro não se renovaram então o futuro é sombrio.
Por isso eu estou quase a desistir meu amigo Coelho dos Santos
É sintomático a chama pa Hentique Net "militante d PS". E os outros sã do PSD?
Vão brincar com o raio que os parta
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