TÃO AMIGOS QUE NÓS FOMOS
Passos funda movimento contra "cultura do silêncio"
Ideias. Numa altura em que Manuela Ferreira Leite se recusa a revelar propostas alternativas às do Governo, Pedro Passos Coelho anuncia a criação de uma "plataforma de reflexão e debate" dentro do PSD. O grupo vai funcionar na órbita do PSD, com vários independentes, e será lançado já em SetembroEx-candidato quer contribuir para a estratégia do PSDPedro Passos Coelho vai lançar um grupo de reflexão para contribuir para a estratégia futura do PSD. Ao DN, o ex-candidato à liderança do partido explica a ideia: "Trata-se da criação de uma plataforma de reflexão e debate político que estará operacional em Setembro".Segundo Passos Coelho, o objectivo desta espécie de think-tank é o de "trazer de volta a discussão de questões estratégicas, fora da conjuntura do dia-a-dia e mais de médio e longo prazo". Um dos principais temas a discutir nesta organização que irá funcionar "na órbita do PSD" são as questões energéticas: "Temos que saber muito bem quais são as opções estratégicas em matéria de redução da dependência energética do nosso País."Questionado sobre se o lançamento desta plataforma é um contraponto à decisão de Manuela Ferreira Leite em não revelar propostas alternativas às do Governo até 2009, Passos Coelho é muito directo, ao mesmo tempo que ironiza. "O PSD tem órgãos próprios e isto não é um órgão do PSD. A actual direcção tem as suas ideias, elas ainda não são conhecidas, mas hão-de ser". Para o candidato que ficou em segundo lugar nas directas de 31 de Maio, com cerca de 31% dos votos, o novo projecto passa mais por "poder atrair e fixar na órbita do PSD pessoas que não são filiadas e que têm valor". Durante a campanha das directas, Pedro Passos Coelho diz que teve "dezenas e dezenas de pessoas ligadas às universidades e às empresas a quererem participar, intervir e ter uma palavra a dizer, apesar de não serem filiadas no PSD". Para o ex-candidato, o lançamento da plataforma ou grupo de reflexão é algo de inovador. "Não temos essa cultura no PSD. Temos mais a cultura do silêncio do que da discussão de ideias e de estratégias", assume, numa altura em que está na ordem do dia a recusa da direcção de Ferreira Leite em apresentar propostas alternativas às do Governo.Embora dizendo que o grupo não será um órgão do PSD, Passos Coelho assume querer pôr a plataforma "ao serviço do partido, como um alfobre rico e amplo de personalidades e de ideias". Não temendo uma má reacção da actual direcção do partido, presidida por Manuela Ferrreira Leite, o ex-candidato a líder esclarece: "Nunca fui partidário das refundações dos partidos, isto é muito mais um contributo para alargar o espaço de reflexão do PSD, para o habilitar e não para o diminuir."A última vez que alguém fez algo do género no partido foi já há alguns anos. E das duas vezes com a assinatura de Marcelo Rebelo de Sousa. No início dos anos 80, Marcelo fundou com José Miguel Júdice, José Manuel Durão Barroso e Pedro Santana Lopes a "Nova Esperança", grupo que acabou por gerar três líderes do PSD, dois primeiros-ministros e um presidente da Comissão Europeia. A partir de 1999, no estertor do guterrismo, Marcelo voltou à carga com uma tertúlia de reflexão chamado "Grupo do Nicola" (as reuniões eram invariavelmente no café da Baixa de Lisboa) que fez cair o secretário de Estado Ricardo Sá Fernandes, quando este lá falou sobre o processo de Camarate.Recusando comparações, Pedro Passos Coelho diz que a sua ideia é "criar um instrumento que ficará ao dispôr da Comissão Política Nacional (CPN), se esta entender usá-lo". Dizendo que quer protagonizar uma "discussão mais estratégica do que conjuntural", Pedro Passos Coelho afirma não querer ocupar o "espaço da política diária". Mas deixa alguns avisos: "O PSD não pode querer ganhar as eleições de 2009 só porque o PS as pode perder. Temos que saber qual é o sentido que queremos dar à sociedade. As CPN podem e devem escutar outras pessoas. Um partido como o PSD não pode viver só do que a dra. Manuela [Ferreira Leite] acha no curto-prazo."
Ideias. Numa altura em que Manuela Ferreira Leite se recusa a revelar propostas alternativas às do Governo, Pedro Passos Coelho anuncia a criação de uma "plataforma de reflexão e debate" dentro do PSD. O grupo vai funcionar na órbita do PSD, com vários independentes, e será lançado já em SetembroEx-candidato quer contribuir para a estratégia do PSDPedro Passos Coelho vai lançar um grupo de reflexão para contribuir para a estratégia futura do PSD. Ao DN, o ex-candidato à liderança do partido explica a ideia: "Trata-se da criação de uma plataforma de reflexão e debate político que estará operacional em Setembro".Segundo Passos Coelho, o objectivo desta espécie de think-tank é o de "trazer de volta a discussão de questões estratégicas, fora da conjuntura do dia-a-dia e mais de médio e longo prazo". Um dos principais temas a discutir nesta organização que irá funcionar "na órbita do PSD" são as questões energéticas: "Temos que saber muito bem quais são as opções estratégicas em matéria de redução da dependência energética do nosso País."Questionado sobre se o lançamento desta plataforma é um contraponto à decisão de Manuela Ferreira Leite em não revelar propostas alternativas às do Governo até 2009, Passos Coelho é muito directo, ao mesmo tempo que ironiza. "O PSD tem órgãos próprios e isto não é um órgão do PSD. A actual direcção tem as suas ideias, elas ainda não são conhecidas, mas hão-de ser". Para o candidato que ficou em segundo lugar nas directas de 31 de Maio, com cerca de 31% dos votos, o novo projecto passa mais por "poder atrair e fixar na órbita do PSD pessoas que não são filiadas e que têm valor". Durante a campanha das directas, Pedro Passos Coelho diz que teve "dezenas e dezenas de pessoas ligadas às universidades e às empresas a quererem participar, intervir e ter uma palavra a dizer, apesar de não serem filiadas no PSD". Para o ex-candidato, o lançamento da plataforma ou grupo de reflexão é algo de inovador. "Não temos essa cultura no PSD. Temos mais a cultura do silêncio do que da discussão de ideias e de estratégias", assume, numa altura em que está na ordem do dia a recusa da direcção de Ferreira Leite em apresentar propostas alternativas às do Governo.Embora dizendo que o grupo não será um órgão do PSD, Passos Coelho assume querer pôr a plataforma "ao serviço do partido, como um alfobre rico e amplo de personalidades e de ideias". Não temendo uma má reacção da actual direcção do partido, presidida por Manuela Ferrreira Leite, o ex-candidato a líder esclarece: "Nunca fui partidário das refundações dos partidos, isto é muito mais um contributo para alargar o espaço de reflexão do PSD, para o habilitar e não para o diminuir."A última vez que alguém fez algo do género no partido foi já há alguns anos. E das duas vezes com a assinatura de Marcelo Rebelo de Sousa. No início dos anos 80, Marcelo fundou com José Miguel Júdice, José Manuel Durão Barroso e Pedro Santana Lopes a "Nova Esperança", grupo que acabou por gerar três líderes do PSD, dois primeiros-ministros e um presidente da Comissão Europeia. A partir de 1999, no estertor do guterrismo, Marcelo voltou à carga com uma tertúlia de reflexão chamado "Grupo do Nicola" (as reuniões eram invariavelmente no café da Baixa de Lisboa) que fez cair o secretário de Estado Ricardo Sá Fernandes, quando este lá falou sobre o processo de Camarate.Recusando comparações, Pedro Passos Coelho diz que a sua ideia é "criar um instrumento que ficará ao dispôr da Comissão Política Nacional (CPN), se esta entender usá-lo". Dizendo que quer protagonizar uma "discussão mais estratégica do que conjuntural", Pedro Passos Coelho afirma não querer ocupar o "espaço da política diária". Mas deixa alguns avisos: "O PSD não pode querer ganhar as eleições de 2009 só porque o PS as pode perder. Temos que saber qual é o sentido que queremos dar à sociedade. As CPN podem e devem escutar outras pessoas. Um partido como o PSD não pode viver só do que a dra. Manuela [Ferreira Leite] acha no curto-prazo."
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