Estátua de Vímara Peres-Porto

Estátua de Vímara Peres-Porto
Lança,escudo,elmo e armadura-escultura de Barato Feyo-do Livro Porto Património Cultural Da Humanidade de Manuel Dias e André Fregitzer
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PROTECÇÃO CONTRA A DITADURA

PROTECÇÃO CONTRA A DITADURA

JÁ ESTAMOS EM DITADURA?

JÁ ESTAMOS EM DITADURA?

POR PROPOSTA DE FERREIRA LEITE A DEMOCRACIA ESTÁ SUSPENSA 6 MESES

Por qué no te callas? Desde que Manuela Ferreira Leite chegou a líder do PSD que nunca sabemos o que ela pretende dizer cada vez que fala, entendemo-la perfeitamente, conseguimos repetir tudo o que disse para temos de nos abster no momento de a interpretar ou tirar conclusões. Temos de esperar um ou dois dias para, em função das sondagens de opinião ou das reacções da opinião pública, ouvirmos alguém do PSD, o secretário-geral ou o líder parlamentar, dizer-nos o que a líder pretendia dizer. Isso sucedeu logo com o seu discurso de encerramento do congresso que a confirmou na liderança do PSD, como nessa altura a máquina ainda não estava adaptada ao discurso da nova líder andámos mais de uma semana a tentar interpretar qual a opinião de MFL em relação às obras públicas, na ocasião Morais Sarmento ainda fez um esforço para esclarecer que eram apenas alguns projectos que estavam em causa, mas depois de várias contradições foi a própria MFL que esclareceu que eram todas as obras. Desde então, cada vez que MFL abre a boca é certo que no dia seguinte alguém vem esclarecer o que a líder do PSD pretendia dizer. Sucedeu, por exemplo, com a sua posição em relação ao salário mínimo, disse que era contra para dois dias depois alguém esclarecer que as suas declarações tinham sido mal interpretadas, o contra era um talvez muito próximo do sim. Agora o disparate foi maior, MFL disse com ar muito sério que o ideal era suspender a democracia durante seis meses, disse-o com o ar mais sério deste mundo, sem alterar a expressão do rosto e sem o mais pequeno sinal de ironia, Afinal, esclarece um secretário-geral do PSD indignado, que a líder do PSD estava a ironizar. Bem, não conheço muito bem o estilo de MFL a contar anedotas, o que vi e ouvi não me levava a pensar que estava a ironizar. Mas quando o ministro das obras públicas disse o disparate do deserto da margem sul, não teve direito a interpretação ou contexto, o PSD foi mais longe que qualquer outro partido da oposição e produziu outdoors com camelos que afixou na margem sul. Mas deixemos os duplos critérios do PSD, já sabemos que a actual líder é a pessoa mais séria e rigorosa deste mundo, ainda que o seu problema seja não se limitar a usar na boca nas refeições, até parece que quando come a ligação é ao estômago e quando fala em vez de a boca se ligar ao cérebro estabelece uma ligação directa ao intestino grosso. Temos portanto uma candidata a primeiro-ministro que não diz quais são as suas propostas é porque não quer que o país beneficie delas sendo aplicadas por um governo que não seja do seu partido, e quando fala não pode ser levada a sério enquanto não vier alguém divulgar as notas explicativas ou dizer o que efectivamente pretendia dizer. O secretário-geral do PSD que costumava ter como função mandar as facturas da propaganda para as empresas e obras públicas, passou a desempenhar as funções de tradutor-intérprete oficial de MFL. Se a lide do PSD disser branco temos de nos abster de pensar no que disse até que o secretário-geral nos esclareça se branco é preto, cinzento ou azul, já que quando a líder disse branco estava a ironizar. Começo a perceber porque razão a líder do PSD optou inicialmente pelo silêncio, era para poupar trabalho extra ao secretário-geral e ao líder parlamentar do PSD, para que em vez de se dedicarem às suas funções tenham de andar em permanente alvoroço a esclarecer o país sobre o que MFL disse de cada vez que abriu a boca. Do blog - o jumento

HOJE INTERROMPI A SUSPENSÃO PARA DEIXAR UM AVISO

Sábado, 15 de Novembro de 2008

ESTÁ EM MARCHA O PREC II - ESTÁ NOS COMPÊNDIOS LENINISTAS
O PCP e seu satélites sabem fazer isto muito bem e espero que ninguém tenha medo das ameaças de tribunal do senhor Mário Nogueira. Ou teremos de recorrer de novo a Mário Soares para ir para a rua defender a DEMOCRACIA E A LIBERDADE?"
CONVERGÊNCIA DAS FRENTES DE LUTA"

dirigida a quatro pilares:PROFESSORES, MILITARES, FUNÇÃO PÚBLICA E AGORA OS ALUNOS. Só não vê quem não quer.Como o operariado já não existe e ir para a porta das fábricas é perigoso porque provoca mais desemprego, joga-se onde o emprego é para a vida inteira.
Lamentávelmente um partido pilar da Demcracia, responsável por 13 anos de governo em 23, o PSD e a sua líder, cavalgam a onda de descontantamento, numa fase tão dificil para Portugal e para o Mundo, com a falência do neoliberalismo. É a CRISE FINANCEIRO E A CRISE ECONÓMICA, que a ganância do lucro e a Globalização selvagem provocaram. Sobre isto a lider do PSD cala-se. Sobre BPN fica muda. Sobre alternativas não divulga. Agora só fala para dizer que é preciso suspender a avaliação e experimentar outra. MAS QUAL?
nOTA: Li hoje um artigo esclarecedor de Miguel Sousa Tavares no Expresso.Carlos Pinto

O DISCURSO DA VITÓRIA

O DISCURSO

Obama: O discurso de vitória
05.11.2008 - 20h24
Boa noite, Chicago. Se ainda houver alguém que duvida que a América é o lugar onde todas as coisas são possíveis, que questiona se o sonho dos nossos fundadores ainda está vivo, que ainda duvida do poder da nossa democracia, teve esta noite a sua resposta.É a resposta dada pelas filas de voto que se estendiam em torno de escolas e igrejas em números que esta nação jamais vira, por pessoas que esperaram três e quatro horas, muitas pela primeira vez na sua vida, porque acreditavam que desta vez tinha de ser diferente, que as suas vozes poderiam fazer essa diferença.É a resposta dada por jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, nativos americanos, homossexuais, heterossexuais, pessoas com deficiências e pessoas saudáveis. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo, a de que nunca fomos apenas um conjunto de indivíduos ou um conjunto de Estados vermelhos e azuis.Somos e sempre seremos os Estados Unidos da América.É a resposta que levou aqueles, a quem foi dito durante tanto tempo e por tantos para serem cínicos, temerosos e hesitantes quanto àquilo que podemos alcançar, a porem as suas mãos no arco da História e a dobrá-lo uma vez mais em direcção à esperança num novo dia.Há muito que isto se anunciava mas esta noite, devido àquilo que fizemos neste dia, nesta eleição, neste momento definidor, a mudança chegou à América.Há pouco recebi um telefonema extraordinariamente amável do Senador McCain.O Senador McCain lutou longa e arduamente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e arduamente pelo país que ama. Fez sacrifícios pela América que muitos de nós não conseguimos sequer imaginar. Estamos hoje melhor devido aos serviços prestados por este líder corajoso e altruísta.Felicito-o e felicito a governadora Palin por tudo aquilo que alcançaram. Espero vir a trabalhar com eles para renovar a promessa desta nação nos próximos meses.Quero agradecer ao meu parceiro neste percurso, um homem que fez campanha com o seu coração e falou pelos homens e mulheres que cresceram com ele nas ruas de Scranton e viajaram com ele no comboio para Delaware, o vice-presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.E eu não estaria aqui hoje sem o inabalável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, a pedra angular da nossa família, o amor da minha vida, a próxima Primeira Dama do país, Michelle Obama.Sasha e Malia, amo-vos mais do que poderão imaginar. E merecem o novo cachorro que virá connosco para a nova Casa Branca.E embora ela já não esteja entre nós, sei que a minha avó está a observar-me, juntamente com a família que fez de mim aquilo que sou. Tenho saudades deles esta noite. Reconheço que a minha dívida para com eles não tem limites.Para a minha irmã Maya, a minha irmã Alma, todos os meus outros irmãos e irmãs, desejo agradecer-vos todo o apoio que me deram. Estou-vos muito grato.E ao meu director de campanha, David Plouffe, o discreto herói desta campanha, que, na minha opinião, concebeu a melhor campanha política da história dos Estados Unidos da América.E ao meu director de estratégia, David Axelrod, que me tem acompanhado em todas as fases do meu percurso.Para a melhor equipa alguma vez reunida na história da política: tornaram isto possível e estou-vos eternamente gratos por aquilo que sacrificaram para o conseguir.Mas acima de tudo nunca esquecerei a quem pertence verdadeiramente esta vitória. Ela pertence-vos a vós. Pertence-vos a vós.Nunca fui o candidato mais provável para este cargo. Não começámos com muito dinheiro nem muitos apoios. A nossa campanha não foi delineada nos salões de Washington. Começou nos pátios de Des Moines, em salas de estar de Concord e nos alpendres de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que, das suas magras economias, retiraram 5 e 10 e 20 dólares para a causa.Foi sendo fortalecida pelos jovens que rejeitavam o mito da apatia da sua geração e deixaram as suas casas e famílias em troca de empregos que ofereciam pouco dinheiro e ainda menos sono.Foi sendo fortalecida por pessoas menos jovens, que enfrentaram um frio terrível e um calor sufocante para irem bater às portas de perfeitos estranhos, e pelos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários, se organizaram e provaram que mais de dois séculos depois, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desaparecera da Terra.Esta vitória é vossa.E sei que não fizeram isto apenas para vencer uma eleição. E sei que não o fizeram por mim.Fizeram-no porque compreendem a enormidade da tarefa que nos espera. Porque enquanto estamos aqui a comemorar, sabemos que os desafios que o amanhã trará são os maiores da nossa vida – duas guerras, uma planeta ameaçado, a pior crise financeira desde há um século.Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos corajosos a acordarem nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscarem as suas vidas por nós.Há mães e pais que se mantêm acordados depois de os seus filhos adormecerem a interrogarem-se sobre como irão amortizar a hipoteca, pagar as contas do médico ou poupar o suficiente para pagar os estudos universitários dos filhos.Há novas energias para aproveitar, novos empregos para serem criados, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.O caminho à nossa frente vai ser longo. A subida vai ser íngreme. Podemos não chegar lá num ano ou mesmo numa legislatura. Mas América, nunca estive tão esperançoso como nesta noite em como chegaremos lá.Prometo-vos. Nós, enquanto povo, chegaremos lá.Haverá reveses e falsas partidas. Há muitos que não concordarão com todas as decisões ou políticas que eu tomar como presidente. E sabemos que o governo não consegue solucionar todos os problemas.Mas serei sempre honesto para convosco sobre os desafios que enfrentarmos. Ouvir-vos-ei, especialmente quando discordarmos. E, acima de tudo, pedir-vos-ei que adiram à tarefa de refazer esta nação da única forma como tem sido feita na América desde há 221 anos – pedaço a pedaço, tijolo a tijolo, e com mãos calejadas.Aquilo que começou há 21 meses no rigor do Inverno não pode acabar nesta noite de Outono.Somente a vitória não constitui a mudança que pretendemos. É apenas a nossa oportunidade de efectuar essa mudança. E isso não poderá acontecer se voltarmos à forma como as coisas estavam.Não poderá acontecer sem vós, sem um novo espírito de empenho, um novo espírito de sacrifício.Convoquemos então um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, em que cada um de nós resolve deitar as mãos à obra e trabalhar mais esforçadamente, cuidando não só de nós mas de todos.Recordemos que, se esta crise financeira nos ensinou alguma coisa, é que não podemos ter uma Wall Street florescente quando as Main Street sofrem.Neste país, erguemo-nos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de retomar o partidarismo, a mesquinhez e a imaturidade que há tanto tempo envenenam a nossa política.Recordemos que foi um homem deste Estado que, pela primeira vez, transportou o estandarte do Partido Republicano até à Casa Branca, um partido fundado em valores de independência, liberdade individual e unidade nacional.São valores que todos nós partilhamos. E embora o Partido Democrata tenha alcançado uma grande vitória esta noite, fazemo-lo com humildade e determinação para sarar as divergências que têm atrasado o nosso progresso.Como Lincoln disse a uma nação muito mais dividida do que a nossa, nós não somos inimigos mas amigos. Embora as relações possam estar tensas, não devem quebrar os nossos laços afectivos.E àqueles americanos cujo apoio ainda terei de merecer, posso não ter conquistado o vosso voto esta noite, mas ouço as vossas vozes. Preciso da vossa ajuda. E serei igualmente o vosso Presidente.E a todos os que nos observam esta noite para lá das nossas costas, em parlamentos e palácios, àqueles que estão reunidos em torno de rádios em cantos esquecidos do mundo, as nossas histórias são únicas mas o nosso destino é comum, e uma nova era de liderança americana está prestes a começar.Aos que querem destruir o mundo: derrotar-vos-emos. Aos que procuram a paz e a segurança: apoiar-vos-emos. E a todos aqueles que se interrogavam sobre se o farol da América ainda brilha com a mesma intensidade: esta noite provámos novamente que a verdadeira força da nossa nação não provém do poder das nossas armas ou da escala da nossa riqueza, mas da força duradoura dos nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e uma esperança inabalável.É este o verdadeiro génio da América: que a América pode mudar. A nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já alcançámos dá-nos esperança para aquilo que podemos e devemos alcançar amanhã.Esta eleição contou com muitas estreias e histórias de que se irá falar durante várias gerações. Mas aquela em que estou a pensar esta noite é sobre uma mulher que depositou o seu voto em Atlanta. Ela é muito parecida com os milhões de pessoas que aguardaram a sua vez para fazer ouvir a sua voz nestas eleições à excepção de uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.Ela nasceu apenas uma geração depois da escravatura, numa época em que não havia automóveis nas estradas nem aviões no céu; em que uma pessoa como ela não podia votar por duas razões – porque era mulher e por causa da cor da sua pele.E esta noite penso em tudo o que ela viu ao longo do seu século de vida na América – a angústia e a esperança; a luta e o progresso; as alturas em que nos foi dito que não podíamos e as pessoas que não desistiram do credo americano: Sim, podemos.Numa época em que as vozes das mulheres eram silenciadas e as suas esperanças destruídas, ela viveu o suficiente para se erguer, falar e votar. Sim, podemos.Quando havia desespero e depressão em todo o país, ela viu uma nação vencer o seu próprio medo com um New Deal, novos empregos, e um novo sentimento de um objectivo em comum. Sim, podemos.Quando as bombas caíam no nosso porto e a tirania ameaçava o mundo, ela esteve ali para testemunhar uma geração que alcançou a grandeza e salvou uma democracia. Sim, podemos.Ela viu os autocarros em Montgomery, as mangueiras em Birmingham, uma ponte em Selma, e um pregador de Atlanta que dizia às pessoas que elas conseguiriam triunfar. Sim, podemos.Um homem pisou a Lua, um muro caiu em Berlim, um mundo ficou ligado pela nossa ciência e imaginação.E este ano, nestas eleições, ela tocou com o seu dedo num ecrã e votou, porque ao fim de 106 anos na América, tendo atravessado as horas mais felizes e as horas mais sombrias, ela sabe como a América pode mudar.Sim, podemos.América, percorremos um longo caminho. Vimos tanto. Mas ainda há muito mais para fazer. Por isso, esta noite, perguntemos a nós próprios – se os nossos filhos viverem até ao próximo século, se as minhas filhas tiverem a sorte de viver tantos anos como Ann Nixon Cooper, que mudança é que verão? Que progressos teremos nós feito?Esta é a nossa oportunidade de responder a essa chamada. Este é o nosso momento.Este é o nosso tempo para pôr o nosso povo de novo a trabalhar e abrir portas de oportunidade para as nossas crianças; para restaurar a prosperidade e promover a causa da paz; para recuperar o sonho americano e reafirmar aquela verdade fundamental de que somos um só feito de muitos e que, enquanto respirarmos, temos esperança. E quando nos confrontarmos com cinismo e dúvidas e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com o credo intemporal que condensa o espírito de um povo: Sim, podemos.Muito obrigado. Deus vos abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América

O HOMEM CERTO NO MOMENTO CERTO

O HOMEM CERTO NO MOMENTO CERTO

PARABÉNS PRESIDENTE BARACK BAMA

PARA OS QUE DUVIDARAM, HOJE É UMA CERTEZA

EM OBAMA PODEMOS ACREDITAR - VOTE NA MUDANÇA

obama e michele já votaram - não se pode perder 1 voto


AVÓ DE OBAMA VOTOU ANTES DE MORRER. PAZ À SUA ALMA. CUMPRIU O ÚLTIMO DEVER

Obama entre os avós maternos, Stanley e Madelyn Dunham A avó de Barack Obama, Madelyn Dunham, morreu esta madrugada, no Havai.Antes de sucumbir, durante o sono, a um cancro, a senhora votou pela internet, antes ainda da abertura das mesas eleitorais. O voto vai contar. Kevin Cronin, que chefia as eleições no Havai, já garantiu que o voto de Madelyn Dunham vai ser contabilizado. A avó de Obama, acamada, votou por correspondência, informaram as autoridades. E, esse voto, singular e único, será contabilizado como todos os outros votos feitos por correspondência, dado que Madelyn Dunham está viva à altura em que o voto foi confirmado. Amanhã, cerca de seis horas após o fecho das urnas em território continental americano, quando fecharem as mesas de voto no Havai, o voto de Madelyn Dunham simbolizará mais do que apenas um voto em Obama.

OS PRIMEIROS RESULTADOS DEFINITIVOS - VOTE OBAMA

Obama assegura duas vitóriasO candidato democrata à presidência dos Estados Unidos da América, Barack Obama, assegurou vitórias nas duas primeiras mesas de voto que já encerraram em Dixville Notch e Hart's Location, duas pequenas localidades do estado de New Hampshire, na costa Leste.
Estas duas localidades mantêm desde 1948 a tradição de serem as primeiras a votar. Em Dixville Notch, Obama venceu o seu rival republicano, John McCain, por 15 votos contra seis, enquanto em Hart's Location o senador democrata conseguiu 17 votos contra 10 de McCain.
Nas eleições presidenciais de 2000 e 2004, George W. Bush venceu as votações realizadas nestas duas localidades, sendo que em Dixville Notch é a primeira vez desde 1968 que ali ganha um candidato democrata.

UM BOM SINAL.NÃO SE PODE PARAR

UM BOM SINAL.NÃO SE PODE PARAR
que deus te guarde até ao fim barack obama

PROJECÇÕES E SONDAGENS DO PROF. CARLOS SANTOS DA UN. CATÓLICA DO PORTO

PROJECÇÕES E SONDAGENS DO PROF. CARLOS SANTOS DA UN. CATÓLICA DO PORTO
os estados e as tendências com Obama a vencedor

MAIS DE 170 JORNAIS DÃO APOIO A OBAMA

Liderança de Bush foi “falhada”
“The New York Times” apoia Obama e diz que a escolha é fácil

24.10.2008 - 10h12 PÚBLICO
O diário norte-americano “The New York Times” apoia o candidato democrata, Barack Obama, para Presidente dos Estados Unidos, num editorial publicado ontem “on-line” e hoje na edição impressa.O jornal considera em editorial que, apesar de os tempos serem difíceis para o país, “a escolha de um novo Presidente é fácil”, porque, ao fim de dois anos de “uma campanha extenuante e feia, o senador Barack Obama do Illinois provou que é a escolha certa para ser o 44º Presidente dos Estados Unidos”.E diz também que o próximo Presidente vai receber um país “à deriva” depois de oito anos de “liderança falhada do Presidente Bush”, que deixa ao seu sucessor uma herança de duas guerras, “uma imagem global manchada e um Governo sistematicamente destituído da sua capacidade para ajudar os cidadãos”.Para o jornal, referência da imprensa americana com projecção mundial, Obama mostrou “uma cabeça fria e discernimento sólido”, e acredita que “ele tem a capacidade de forjar um consenso político alargado que é essencial para encontrar as soluções para os problemas do país”.Quando a McCain, “The New York Times” diz que “retirou-se cada vez mais para as franjas da política americana, conduzindo uma campanha com base na divisão partidária, guerra de classes e até sugestões de racismo”, defendendo políticas e uma visão do mundo ancoradas no passado, oferecendo também “mais da ideologia republicana de cada um por si”.É também duramente criticada a escolha por McCain de Sarah Palin (actual governadora do Alasca) para sua vice-presidente.

OBAMA E MICHELLE A CAMINHO DA CASA BRANCA- VOTE

OBAMA E MICHELLE A CAMINHO DA CASA BRANCA- VOTE

BILL CLINTON EM ORLANDO-LUTAR ATÉ AO FIM. VAMOS GANHAR

BARACK OBAMA A CAMINHO DA CASA BRANCA

BARACK OBAMA A CAMINHO DA CASA BRANCA
UM IVRO ESPECTACULAR

MCCAINE JOGA BAIXO E ACUSA OBAMA DE EXTREMA-ESQUERDA- É O DESESPERO

OBAMA - NÃO SE PODE DESCANSAR. ATÉ DIA 4 SEMPRE EM LUTA. ELES, OS REPUBLICANOS, VÃO USAR TUDO.

PELA PAZ, PELO PROGRESSO E PELA DEMOCRACIA, VOTE OBAMA. PARA QUE A HISTORIA NÃO SE REPITA

AS CARETAS DE MCCAINN-"O VELHO, O RAPAZ E... FALTA BUSH

AS CARETAS DE MCCAINN-"O VELHO, O RAPAZ E... FALTA BUSH
FIM DO DEBATE

ELEIÇÕES NOS EUA-VOTE

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

CUBA, A ÚLTIMA DAS ILUSÕES

«Todas as promessas da revolução cubana se desvaneceram numa realidade sombria. O alinhamento com
o mundo comunista impôs aos cubanos uma ditadura sem concessões que normalmente não é apresentada
nos prospectos das agências de viagens.»


As ditaduras caracterizam-se pela encenação
do poder, promovendo uma adesão
simbólica aos valores do regime e uma
aparente unidade em torno da sua
direcção política. O fascínio militarista
que compôs a matriz de várias ditaduras, para além
de constituir uma força interna disciplinadora, inserese
justamente nessa teatralização do poder. Em 1989,
por exemplo, as cúpulas da República Democrática
Alemã (RDA) comemoravam o 40º aniversário do
Estado comunista com um espantoso desfile de força
bélica e Erich Honecker, o seu líder, celebrava a continuidade
da RDA por várias décadas. Na realidade, um
mês depois, caía o Muro de Berlim e com ele a RDA.
A encenação é um instável equilíbrio e os ditadores
sabem-no. Durante a década de 1990, as ditaduras
de inspiração comunista que não cederam com o
colapso da União Soviética foram substituindo as
gastas paradas militares pela farsa do voto. A simulação
controlada de um acto democrático transformouse
no guião de vários regimes autoritários e Cuba,
uma das mais longas ditaduras do mundo, não foi
excepção.
No passado dia 20 de Janeiro, cerca de oito milhões
de cubanos foram obrigados a ir às urnas para «votar
». Sem partidos, imprensa, ou pensamento livre, os
cubanos foram actores involuntários da ditadura que
os oprime e limitaram-se a confirmar os 614 candidatos
que se apresentaram para preencher justamente
614 vagas num Parlamento de sentido único. A
liberdade é um bem tão precioso que, aparentemente,
até as ditaduras investem em caricaturas eleitorais e
comentam a evolução da «votação» como se houvesse
de facto alguma possibilidade de baralhar as
pré-condições do resultado final. Como chegaram os
cubanos a este ponto?
Num mundo dividido pela Guerra Fria, Fidel
Castro e um conjunto de guerrilheiros
desceram da Sierra Maestra e entraram em
Havana há quase cinquenta anos, conquistando
logo aí o imaginário de parte
da esquerda radical que já então divergia
da linha soviética e teria um papel importante
nos protestos anti-disciplinares da
década de 1960. Contrariamente aos ortodoxos
dirigentes da URSS e dos partidos
comunistas que gravitavam na sua órbita,
Fidel Castro liderava uma revolução sem rugas
que substituía o vermelho marxista-leninista pelo
verde-azeitona dos trópicos. Para mais, a 90 milhas
de distância dos EUA e para derrubar um governo
corrupto e autoritário na ilha. A simbologia inicial
da revolução cubana, para a qual muito contribuiu o
mito esfíngico de Che Guevara, manteve-se como um
filtro duradouro que ainda hoje faz com que muitos
olhem para Cuba com relativa condescendência e
como fonte de utopia, calor e festa. Tudo ali soava diferente
do que então se conhecia na América Latina,
de Trujillo a Pinilla, e essa raiz da revolução cubana
permitiu um constante
relativismo perante o
Estado policial e de partido
único que entretanto
se consolidou.
Todas as promessas da
revolução cubana se
desvaneceram numa
realidade sombria. O
alinhamento com o
mundo comunista
impôs aos cubanos uma
ditadura sem concessões
que normalmente não é
apresentada nos prospectos
das agências de
viagens. Segundo dados
da Amnistia Internacional,
Human Rights Watch e
Repórteres sem Fronteiras,
o regime de Fidel Castro
já fuzilou mais de 17.000
pessoas nas suas quase
cinco décadas de poder absoluto e mais de 100.000
foram enviadas para prisões e campos de reeducação.
A perseguição abate-se sobre intelectuais, activistas
da democracia onde se incluem inúmeros socialistas,
sindicalistas, homossexuais e, de uma forma geral,
qualquer cubano que ouse pensar de forma diferente
do entendimento do mundo que tem o governo da
ilha desde a década de 1950 do século XX. É por isso
que muitos empreendem uma trágica viagem rumo
ao exílio, lançando-se a um mar infestado de tubarões
como a derradeira oportunidade de escaparem à
condenação arbitrária a que foram sujeitos.
A economia cubana sobrevive nos escombros do desmoronamento
do Muro de Berlim e da asfixia
autoritária. A pobreza é condição geral. O
salário mínimo é de aproximadamente dez
dólares. Um quilo de carne custa dois. Os
cubanos vivem numa ilha-prisão, com
muros de água e não cimento. Praias,
hotéis, restaurantes e táxis estatais com
ar condicionado são em dólares e para
os turistas, enquanto a Cuba dos pesos,
que raramente esbarra com os visitantes
estrangeiros, é para os cubanos. A escritora
cubana Karla Suaréz afirmou que em Cuba
se morre de nostalgia e não é difícil perceber porquê,
num lugar onde a normalização censória da vida
colectiva é significado de «igualdade» e de negação da
individualidade de cada um, das suas diferenças e da
pluralidade entre todos.
A degenerescência física de Fidel Castro ditará, muito
provavelmente, o fim do regime. Foi morrendo aos
poucos, como todos os revolucionários e todas as revoluções.
Cuba permanecerá como uma das últimas
ilusões do século XX a que a esquerda democrática
nunca deixou de resistir sem teorias de compensação:
de que vale um sistema de saúde sem um sistema
pluralista, sem a capacidade de cada um defender as
suas ideias e não ser preso por elas? De que vale um
sistema de ensino quando a educação reproduz os
princípios irrevogáveis da ditadura, quando não é
possível comprar os livros e os jornais que se entenda,
quando a Internet é controlada pela polícia política?
Tudo dúvidas retóricas, obviamente, que os cubanos
já têm há demasiado tempo.
Em 2003, quando muitos já acreditavam numa
evolução democrática da situação em Cuba com o
Partido Comunista no poder, assistimos à madrugada
da «Primavera Negra», quando Fidel Castro aproveitou
as atenções mundiais sobre o Iraque para lançar
uma ofensiva sobre a dissidência: prendeu 75 escritores,
activistas políticos e jornalistas. Vários foram
sentenciados sumariamente a penas até 30 anos de
prisão por «conspiração». Logo depois, três cubanos
que tentaram fugir do país foram colocados em frente
ao pelotão de fuzilamento. Cuba, para lá dos mitos, é
sobretudo essa tirania.
Em 1962, discursando na parte ocidental do Muro
construído pela Alemanha de Leste e que Erich
Honecker julgava indestrutível, John F. Kennedy teve
uma passagem notável e que serviu para sinalizar a
intervenção da esquerda democrática durante os anos
de chumbo da Guerra Fria: «Freedom has many
difficulties and democracy is not perfect. But we
have never had to put a wall up to keep our people
in - to prevent them from leaving us». Numa
altura em que o muro da ditadura cubana parece estar
a entrar no seu capítulo final, mantenhamos essa
defesa inegociável da democracia como a única possibilidade
de entender a intervenção política e o bem
comum. Mais cedo ou mais tarde, os cubanos estarão
aí para lembrá-lo e exigir o nosso exemplo.
«Todas as promessas da revolução cubana se desvaneceram numa realidade sombria. O alinhamento com
o mundo comunista impôs aos cubanos uma ditadura sem concessões que normalmente não é apresentada
nos prospectos das agências de viagens.»

por Tiago Barbosa Ribeiro t.b.ribeiro@sapo.pt IN jOVEM sOCIALISTA

1 comentário:

Anónimo disse...

CARO CARAMARA TIAGO BARBOSA RIBEIRO
TAMBÉM...LI ESTE ARTIGO que lhe transcrevo na integra!!!
medite!!!
eu já o fiz...

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Uma imensa tristeza
Rui Bebiano

Pré-publicação de artigo do número 5 da Periférica


“Silencio, que están durmiendo
los nardos y las azucenas.
No quiero que sepan mis penas
porque si me ven llorando morirán.”
(De Silencio, bolero de Rafael Hernández cantado por Ibrahim Ferrer)

Stalin Martínez, irmão de Lenin e Lenina Martínez, estomatologista no romance Conta-me coisas de Cuba, do exilado Jesus Díaz, viveu um drama que o levaria ao desespero e à fuga da ilha. Pepa, a velha ventoinha Westinghouse, avariara-se irremediavelmente, deixando-o, sem dinheiro ou influências para conseguir uma nova, confinado ao calor constante, insuportável, de um quarto solitário em La Habana.

Perturba a variedade de metáforas negativas usadas por muitos escritores cubanos para se referirem ao habitat que conformou as suas vidas, deslocando o mal-estar para relatos aparentemente laterais.
De forma estranha para o leitor mal habituado a documentários com trilha sonora de rumbas e som, à cor do rum Bacardi misturado com cola, às manifestações da Plaza de la Revolución, aos discursos XXL de Fidel, os exemplos sucedem-se.

Karla Suárez insiste no silêncio como veículo expressivo e como processo de compreensão do mundo em redor (Os Rostos do Silêncio).

Zoe Valdés aborda a sobrevivência esgotante, carente de horizontes visíveis, daqueles que não procuraram o exílio (O Nada Quotidiano).
Pedro Juan Gutiérrez transforma o sexo obsessivo numa cadência que exige grande concentração de energia, que esgota, não deixando espaço para o pensamento elaborado e para a vida social (na Trilogia Suja de Havana, sobretudo).

Daína Chaviano, ergue universos mágicos numa cidade arruinada, sobre vidas com senhas de racionamento, filas nos armazéns, polícia política, ininterrupta propaganda oficial (no ciclo La Habana Oculta).
Nem os mais obstinados na negação do evidente podem ignorar a forma como o relato ficcional da Cuba contemporânea – o relato do dissídio, naturalmente – descarta a vivência colectiva de praças e reuniões, a confiança no próximo, a presença no quotidiano das metas revolucionárias visíveis em outdoors de propaganda do regime e folhetos turísticos.

Diferente é Cuba: Imagens & Testemunhos (2002), álbum ilustrado dos portugueses João Vilar e Alfredo Duarte Costa.

Alinham-se fotografias e relatos do que da ilha, da sua vida e do seu futuro pensam (ou dizem) figuras como Maria Barroso, Jorge Sampaio, Luís Represas, Rui Veloso, Américo Amorim, Pedro Lamy, Miguel Urbano Rodrigues, Edite Estrela, Eusébio, entre outros nacionais e alguns estrangeiros inseridos na conexão cubana (como o cardeal D. Jaime Ortega ou a inevitável Aleida Guevara).
As imagens são belas, revelando tipos únicos na paisagem luminosa em cinemascope, numa espécie de pobreza limpa e honrada, numa decadência de charme que concebo simpática para as agências de viagens.
Mas, se excluirmos o riso das crianças, pressente-se a tristeza nos rostos tensos, na ausência de multidões, na falha de diversidade cultural, no eclipse dessa “juventude rebelde” à qual o regime associa ainda as efígies, com quatro décadas de exposição, dos três C matriciais: Cienfuegos, Che, Castro...

Os textos escolhidos resvalam para o lugar-comum, para o elogio em papel de cenário, numa espécie de justificação pela negativa – a crítica do bloqueio americano, a capacidade de resistência do regime, o bricolage como arma dos necessitados – daquilo que, fora dos meios de comunicação controlados, é visivelmente um país sem marca de projectos mobilizadores.
Vivendo um quotidiano que apenas para os estrangeiros, e mais moderadamente para alguns naturais sitiados pela propaganda, parece marcado ainda pelo júbilo.
Pedro Lamy, o piloto de automóveis, absolutamente fascinado, como seria de prever, pelos Pontiac e Chevrolet “que se mantêm como novos”, fala dessa gente que aos seus olhos “vive num constante momento de alegria e boa disposição”, lembrando aos menos benévolos o elogio, presente na fraseologia salazarista, de um povo “contente, a dançar e a cantar, dando lições de optimismo”.
Miguel Urbano Rodrigues, um dos históricos da mais impoluta ortodoxia comunista lusitana, adensa a ideia, tratando os cubanos como semi-heróis homéricos, capazes, na paisagem devastadora de uma “crise global da civilização” – O tempora! O mores! O perestroika! – de afirmarem uma inigualável “atmosfera marcada por intensa alegria de viver”.

Olhando à distância, numa perspectiva estritamente materialista, limitativa do humano, que outro sentimento deveríamos presumir num povo que conhece a inflação próxima do zero, a quase completa literacia, um sistema de saúde gratuito e razoavelmente avançado?

Que outra sensação poderia legar ao turista o perfume adocicado dos charutos, o contacto caloroso das pessoas, a sensualidade imediata dos corpos?

E que impressão nos deixa a omnipresente música, tão característica da pátria caribenha comum, esquecida do exterior depois da gloriosa fase dos anos 50?

A mesma música que nos anos mais recentes, como resultado da bem-sucedida cruzada ressurrecta de Ry Cooder na companhia dos anciãos catitas do Buena Vista Social Club, passou a dar a volta ao mundo todos os dias.

Elementos dispersos de uma mitografia da felicidade erguida ainda sobre uma outra fonte.

Esta deriva, de forma remanescente, do lugar cimeiro que a Cuba revolucionária ocupou, em particular na Europa e América Latina, no imaginário e na iconografia da esquerda ocidental.

Depois da tomada do poder pelos insurrectos verde-oliva da Sierra Maestra, na noite de S. Silvestre de 58, tropos que integravam a sua gramática fundadora – revolução, rebeldia, anti-imperialismo, colectivização, socialismo – foram afixados nas paredes, proclamados diariamente, ampliando uma simpatia mais imediata do que aquela que se poderia sentir pelos distantes, previsíveis e nada modelares aparatchiks de Moscovo.

E ainda que Cuba tenha rapidamente começado a copiar o modelo centralista das "democracias populares", tal não fez diminuir, mesmo na área da social-democracia, sobretudo entre os intelectuais e uma certa juventude, a simpatia por um regime apresentado como dotado de um fulgor impossível de vislumbrar nos desfiles rituais diante da tribuna do Kremlin.

Imagem ampliada ainda pelo efeito carismático de políticos sem rugas, possuidores de um estilo novo, directo, rebeldes com causa desprovidos dos maneirismos e da linguagem estereotipada dos estadistas da época.

Foi essa a atraente Cuba que, entre muitos outros jovens e menos jovens (Sartre, Beauvoir, e alguns mais) de todo o mundo, procurou Annie, a romântica única filha do major Silva Pais, último director da PIDE, “portuguesa na revolução cubana” recordada recentemente no romance-livro de memórias de José Fernandes Fafe.

No entanto, nada disto transparece na palavra dos actuais escritores e exilados, para os quais a expressão da tristeza é inevitável.

Guillermo Cabrera Infante, ex-companheiro de Fidel, do qual após o derrube de Batista rapidamente se distanciará, experimentou, por isso, a necessidade de escrever a crónica pessoal de uma cidade aberta, sonora, plural, que fora a da sua infância, adolescência e parte da idade madura (Havana para um Infante Defunto).

A descrição da opressão, feita pelos numerosos dissidentes – nem todos iguais, nem todos criaturas da CIA – já fazia notar esse distanciamento.

Lê-se Antes que Anoiteça, autobiografia impressionante, indesmentível e indesmentida, do suicidado Reynaldo Arenas, guerrilheiro castrista aos quinze anos de idade, homossexual assumido, e percebe-se como o regime procurou conter, normalizar, cito da introdução de António Mega Ferreira à edição lusa, “a criatividade sem limites, o sentido do risco e a paixão da desordem, a busca da beleza e o frisson da perdição”, tudo fazendo para submeter os comportamentos culturais e o comum viver às “metas da Revolução” definidas, sem recurso algum, em estreitíssimo conclave.

No conto “Delito de dançar o Chá-Chá-Chá” (incluído na colectânea É Tudo um Jogo de Espelhos), é ainda Cabrera Infante que coloca uma poderosa interrogação à volta de uma futilidade:
que fazer socialmente com esta dança que teve “a desgraça de o seu nascimento coincidir com a ditadura de Batista” e, por isso, foi culpada de uma alegria ilegítima e decadente, “como a poesia hermética, como o jazz”?

A revolução distinguirá por tempo demais – aproxima-se agora do meio século de sentido único – o bom do mau, o justo do injusto, o conforme do disforme, e, também por isso, toda a diferença em relação ao padrão de perfeição designado será condenada.

Principalmente se esta remeter para algo que tenha ver com o mundo capitalista em redor, embora também, por um acaso, com o território do humano.

Não surpreende assim o considerável número de intelectuais – jornalistas, escritores, professores, artistas plásticos, cineastas, fotógrafos, músicos, estudantes – que se têm envolvido com o universo da oposição.

Ou que fazem por viver a sua vida à margem dos favores e das sugestões do regime.

A grande vaga repressiva que avançou agora, enquanto o mundo inteiro virava o olhar para o Iraque, acompanhada, do habitual e lúgubre cortejo de delatores e de arrependidos, acaba de empurrar para a proscrição, o cárcere ou o paredão um conjunto de pessoas, por certo diferentes, por certo com diferentes motivações e maneiras de agir, unidas pela recusa do único, fonte dessa imensa tristeza produzida pela ausência de espaço para o exercício da diversidade.

E nem mesmo um escritor em relativa paz com o governo, como Lisandro Otero, Prémio Nacional da Literatura de Cuba de 2003, se eximiu, no discurso pronunciado quando da entrega do galardão, de deixar implícita essa carência, essa insatisfação:
“Se não se tomam medidas restauradoras a paixão converte-se em rancor, o entusiasmo torna-se indiferença, a fé é destruída pelo cepticismo. Não obstante, há que continuar alentando sonhos”. Falava de quê, Otero?

“Morre-se de nostalgia em Cuba”, afirmou Karla Suárez há pouco mais de um ano, em entrevista publicada pelo Diário de Notícias.

É provável que sim.
Não a nostalgia do passado pré-revolucionário, sobrevivente na memória da geração que o conheceu ou nos manuais de história concebidos como hagiografias.
Mas, é legítimo suspeitá-lo, a dessa alegria perdida que apenas a liberdade sem adjectivos, incandescente, pode redimir.


26-04-2003
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