EUA-UMA ANÁLISE IMPORTANTE. O PETRÓLEO BARATO ACABOU.E AGORA SENHOR BUSH?
ANÁLISE
Crise petrolífera
O mês do choque psicológico na América
Três factos provocaram um primeiro safanão no cidadão americano: o preço do galão de gasolina, um documentário dramático da CNN e um aviso sobre um relatório que só sairá em Novembro.
Bush veio de mãos a abanar
O mês de Maio de 2008 vai ficar na história do cidadão comum americano como o momento do choque psicológico. Finalmente, o americano da rua deu-se conta - na bomba da gasolina, no sofá em frente da TV e na primeira página do seu mais importante jornal - que a era do petróleo barato acabou mesmo.
Na bomba de gasolina, o automobilista americano surpreendeu-se com o galão (não confundir com o café com leite) a chegar aos 4 dólares e começou a entrar em pânico (apesar de, ao câmbio actual, ser, ainda, menos de metade do preço do litro em Portugal!). Pela primeira vez, começou a perceber que o impacto real do barril de crude acima dos 100 dólares (barreira que foi ultrapassada em Fevereiro deste ano) também lhe toca.CNN assusta com "Out of Gas"
A CNN passou um documentário de choque intitulado "Out of Gas" ficcionando uma crise dramática, económica, social e geopolítica, para o final de 2009, uma prenda envenenada para o próximo inquilino da Casa Branca. A poderosa estação televisiva abraçou o ponto de vista de que a alta do preço do barril tem razões estruturais (o famoso "pico da produção do petróleo" e a mudança na cena geopolítica com o fim provável do estatuto de "hegemonista sozinho" dos EUA) e não meramente conjunturais (sejam elas, acontecimentos fortuitos que sempre ocorrerão, como aconteceu agora com o terramoto na China, ou a "bolha" de especulação financeira nas "commodities").
O diário 'Wall Street Journal' divulgou que a Agência Internacional de Energia irá rever, em Novembro, os seus prognósticos sobre a oferta futura de petróleo, especulando que a revisão será em baixa - o aumento progressivo de produção estimado estará muito abaixo de atingir o patamar dos 116 milhões de barris diários em 2030 (actualmente está nos 87). Ou seja, a agência embarcou, também, na corrente "pessimista", comenta o jornal. Apesar do "rascunho" do relatório ainda estar a ser teclado nos computadores com base na investigação nos 400 campos petrolíferos existentes, o efeito das suas prováveis conclusões estatísticas fez já tremer tanto os "traders" como o leitor mais ligado a estes temas.Mercado de futuros atacado pelo vírus do "contango"
O mês de Maio tem visto os noticiários televisivos e as manchetes "online" repetir diariamente que os "máximos históricos" foram ultrapassados, o que, de tanto ser repetido, já é uma banalidade.
O acaso, ainda por cima, resolveu dar um empurrão negativo - o terramoto na China ocorreu numa região (Sichuan) que produz 22% do gás natural e que detém imensas barragens e estações eléctricas (396) e minas de carvão (no conjunto de Sichuan, Chongquing e Gansu há 22 minas importantes). Tudo está paralisado.
Estima-se que, para além dos Jogos Olímpicos de Beijing, o efeito acumulado com esta paragem forçada provocada pelo terramoto naquelas regiões obrigará a um aumento excepcional da procura chinesa de crude. A situação é ainda mais dramática no campo dos destilados - o aumento da procura de gasóleo por parte da China deverá disparar justamente numa altura em que os "stocks" deste destilado são escassos face à procura, particularmente na Europa e na Ásia, alertou, esta semana, a Associação para o Estudo do Pico do Petróleo e do Gás (ASPO) dos Estados Unidos.
A questão fundamental é que o petróleo - como "commodity" não renovável que é - entrou desde 1999 numa nova fase da sua formação de preço, em que os constrangimentos estruturais da oferta determinarão que se comporte como um mercado liderado pelos vendedores (que poderão reforçar o seu papel de cartel) em que estes terão condições de impor os seus preços e as suas estratégias... até que a "commodity" em causa deixe de ser crítica em termos de consumo (nomeadamente para todo o sistema mundial de transportes).
Tudo indica que o preço do barril se consolidará no patamar dos 130 dólares durante o próximo mês e que a barreira dos 150 dólares poderá ser galgada no segundo semestre deste ano. A Goldman Sachs vaticinou, como média, 135 dólares no terceiro trimestre e 145 no último trimestre de 2008.
Convém, o leitor ter em conta que o comportamento do preço desta mercadoria é oscilante - sobe de um modo "não linear", ou seja parece-se com um io-iô. O facto de estar hoje nos 130 dólares não significa que nas próximas semanas não possa descer, para depois retomar o patamar anterior, e disparar para cima. Tendo triplicado de preço nos últimos cinco anos, o preço do barril poderá continuar a ter uma subida de longo prazo similar, com várias oscilações mais ou menos pronunciadas.
Provavelmente mais técnico - e por isso menos óbvio para o leitor comum - é o facto do preço no mercado de futuros do crude ter entrado numa dinâmica de "contango" (uma corrupção dos termos continuação e contingência, um palavrão técnico inventado no século XIX em Inglaterra), ou seja, apresenta preços progressivamente mais altos do que os no mercado de entrega imediata (chamado de "spot"). O que significa que os "traders" já interiorizaram que o disparo dos preços veio para ficar.O petróleo não vai nascer para todos
Don Ryan/AP
O americano da rua deu-se conta que a era do petróleo barato acabou mesmo.
Crise petrolífera
O mês do choque psicológico na América
Três factos provocaram um primeiro safanão no cidadão americano: o preço do galão de gasolina, um documentário dramático da CNN e um aviso sobre um relatório que só sairá em Novembro.
Bush veio de mãos a abanar
O mês de Maio de 2008 vai ficar na história do cidadão comum americano como o momento do choque psicológico. Finalmente, o americano da rua deu-se conta - na bomba da gasolina, no sofá em frente da TV e na primeira página do seu mais importante jornal - que a era do petróleo barato acabou mesmo.
Na bomba de gasolina, o automobilista americano surpreendeu-se com o galão (não confundir com o café com leite) a chegar aos 4 dólares e começou a entrar em pânico (apesar de, ao câmbio actual, ser, ainda, menos de metade do preço do litro em Portugal!). Pela primeira vez, começou a perceber que o impacto real do barril de crude acima dos 100 dólares (barreira que foi ultrapassada em Fevereiro deste ano) também lhe toca.CNN assusta com "Out of Gas"
A CNN passou um documentário de choque intitulado "Out of Gas" ficcionando uma crise dramática, económica, social e geopolítica, para o final de 2009, uma prenda envenenada para o próximo inquilino da Casa Branca. A poderosa estação televisiva abraçou o ponto de vista de que a alta do preço do barril tem razões estruturais (o famoso "pico da produção do petróleo" e a mudança na cena geopolítica com o fim provável do estatuto de "hegemonista sozinho" dos EUA) e não meramente conjunturais (sejam elas, acontecimentos fortuitos que sempre ocorrerão, como aconteceu agora com o terramoto na China, ou a "bolha" de especulação financeira nas "commodities").
O diário 'Wall Street Journal' divulgou que a Agência Internacional de Energia irá rever, em Novembro, os seus prognósticos sobre a oferta futura de petróleo, especulando que a revisão será em baixa - o aumento progressivo de produção estimado estará muito abaixo de atingir o patamar dos 116 milhões de barris diários em 2030 (actualmente está nos 87). Ou seja, a agência embarcou, também, na corrente "pessimista", comenta o jornal. Apesar do "rascunho" do relatório ainda estar a ser teclado nos computadores com base na investigação nos 400 campos petrolíferos existentes, o efeito das suas prováveis conclusões estatísticas fez já tremer tanto os "traders" como o leitor mais ligado a estes temas.Mercado de futuros atacado pelo vírus do "contango"
O mês de Maio tem visto os noticiários televisivos e as manchetes "online" repetir diariamente que os "máximos históricos" foram ultrapassados, o que, de tanto ser repetido, já é uma banalidade.
O acaso, ainda por cima, resolveu dar um empurrão negativo - o terramoto na China ocorreu numa região (Sichuan) que produz 22% do gás natural e que detém imensas barragens e estações eléctricas (396) e minas de carvão (no conjunto de Sichuan, Chongquing e Gansu há 22 minas importantes). Tudo está paralisado.
Estima-se que, para além dos Jogos Olímpicos de Beijing, o efeito acumulado com esta paragem forçada provocada pelo terramoto naquelas regiões obrigará a um aumento excepcional da procura chinesa de crude. A situação é ainda mais dramática no campo dos destilados - o aumento da procura de gasóleo por parte da China deverá disparar justamente numa altura em que os "stocks" deste destilado são escassos face à procura, particularmente na Europa e na Ásia, alertou, esta semana, a Associação para o Estudo do Pico do Petróleo e do Gás (ASPO) dos Estados Unidos.
A questão fundamental é que o petróleo - como "commodity" não renovável que é - entrou desde 1999 numa nova fase da sua formação de preço, em que os constrangimentos estruturais da oferta determinarão que se comporte como um mercado liderado pelos vendedores (que poderão reforçar o seu papel de cartel) em que estes terão condições de impor os seus preços e as suas estratégias... até que a "commodity" em causa deixe de ser crítica em termos de consumo (nomeadamente para todo o sistema mundial de transportes).
Tudo indica que o preço do barril se consolidará no patamar dos 130 dólares durante o próximo mês e que a barreira dos 150 dólares poderá ser galgada no segundo semestre deste ano. A Goldman Sachs vaticinou, como média, 135 dólares no terceiro trimestre e 145 no último trimestre de 2008.
Convém, o leitor ter em conta que o comportamento do preço desta mercadoria é oscilante - sobe de um modo "não linear", ou seja parece-se com um io-iô. O facto de estar hoje nos 130 dólares não significa que nas próximas semanas não possa descer, para depois retomar o patamar anterior, e disparar para cima. Tendo triplicado de preço nos últimos cinco anos, o preço do barril poderá continuar a ter uma subida de longo prazo similar, com várias oscilações mais ou menos pronunciadas.
Provavelmente mais técnico - e por isso menos óbvio para o leitor comum - é o facto do preço no mercado de futuros do crude ter entrado numa dinâmica de "contango" (uma corrupção dos termos continuação e contingência, um palavrão técnico inventado no século XIX em Inglaterra), ou seja, apresenta preços progressivamente mais altos do que os no mercado de entrega imediata (chamado de "spot"). O que significa que os "traders" já interiorizaram que o disparo dos preços veio para ficar.O petróleo não vai nascer para todos
Don Ryan/AP
O americano da rua deu-se conta que a era do petróleo barato acabou mesmo.
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1 comentário:
Estas notícias podem trazer-nos muitos dissabores…
Esta questão do Pico Petrolífero já vem de longe…desde a década de 70…
Lembram-se da Curva de Hubbert!!!???
Nos anos 50, um geólogo chamado Hubbert, reflectiu sobre este problema (o Pico Petrolífero) e apresentou um documento em que previa que a produção americana atingiria o máximo da sua de produção nos anos 70 e a partir daí haveria um declínio…a chamada Curva de Hubbert…
A partir daí a Industria Petrolífera tenta convencer-nos que o Petróleo é um recurso “finito” (embora eu pisque o olho e diga que sim…) e que dele ficaremos privados, mais tarde ou mais cedo…
Perguntarão TODOS sobre o porquê desta insistência!!!???
É fácil…a BUSCA…
Mas como a mentira tem pernas curtas…temos vindo a assistir a noticias que nos demonstram exactamente o contrário…o Brasil descobre um dos melhores poços de Petróleo do Mundo (a Galp que o diga…) a Venezuela tem Petróleo até dizer…Chega…a Arábia Saudita…é o que sabemos…a Nigéria nem vale a pena falar….Angola vai na mesma linha…a Rússia idem aspas…a Noruega…nem se fala…e por ai adiante…tantos… e muitos outros em estudo por esse mundo fora…
Por isso a declaração do “finito” pode trazer-nos grandes amargos de boca…pois só serve para aumentar a BUSCA…agravando os preços já altos e aumentar o preço das Acções das Petrolíferas nas Bolsas… …em quem os especuladores investem…
Uma Chantagem…seguida de enormes especulações, nas Bolsas de Futuros …
Nos anos 70, diziam, os Estados Unidos atingiram o seu Pico Petrolífero (!!!???), e nessa altura foi divulgado um estudo chamado “Os limites do crescimento”…
Tudo era muito grave…caótico…para o Futuro…
Foram então lançados vários cenários…embora considerassem…. que não conheciam muito bem a reservas naturais do Crude…(Claro, digo EU!!!…)
Para alguns o Petróleo já esgotava muito antes de 2000…
Outros já agoiraram o seu esgotamento em meados do século XXI…
Tudo isto para vos dizer, resumidamente, que estas teses entraram no léxico dos Políticos Norte Americanos…e pelos vistos…mantêm-se!!!...o TAL…(…) que o diga…
Por isso…Meus Amigos… o Pico Petrolífero...não é a altura (ou seja o fim…) em que ficaremos privados do Crude, mas sim a altura (O FIM…) em que pararmos com esta procura desenfreada…
A Procura do Crude deve, pois, ser normal, NORMALISSIMA…
Querem desviar as nossas atenções!!!!....
Tenham Consciência que cerca de 800 milhões têm fome, cerca de 3 mil milhões vivem com menos de 2 Dólares por dia…
Propalar que a estagnação da exploração do Petróleo, (Pico Petrolífero) coloca em causa, ou significa mesmo…. MEDO… pelo FIM dos modelos de desenvolvimento com base no crescimento económico… (quem sofre é o que está por baixo!!!…) e se consideremos o que as estatísticas nos demonstram sobre a produção do Petróleo desde há dois anos…dá-nos razão… a própria OPEP que afirma não haver justificação para tais preços do Barril, nem aumentar a produção… o FMI…que confirma a especulação, introduzindo o factor da crise imobiliária, isto para não me alongar mais noutras considerações de especialistas, que vou lendo…
ESTES SENHORES NEOLIBERALISTAS tentam esconder-nos a VERDADE…
O Mundo precisa de ser educado…concordo… mais do que nunca...a começar por mim ….também sou culpado…
É preciso “fingir” que o produto é “FINITO”…ok…vamos lá a essas energias alternativas…bons investimentos…controlados…é assim que o Estado deve agir…mas têm que estar muito atento…senão poderemos cair numa “BOLHA VERDE”…também havia muito para falar sobre isto…fica para depois…hoje estou azedo…aliás, já fui aos sais de fruto…
Uma Nota final:
Todos se lembram duma célebre expressão do “Eixo do Mal”…pois é…
Como decifrar esta expressão???
Simples…HÁ MUITO PETROLEO…mas as pessoas MÁS…querem afastá-lo de nós…GUERRA…
Isto para não referir que o resto do PETROLEO, ou a sua maior parte, pertence a Governos que não são NOSSOS AMIGOS ou de Politicas instáveis…
Claro que Todos adivinham quem diz Isto…eu diria definitivamente…
Por qué no te Callas???
Ainda falta tanto tempo para 4 de Novembro…Livra!!!
Meus Caros…A CARTA DO MEDO…É TERRIVEL!!!!
OBS: QUE SUBAM O DOLAR E VÃO VER COMO BAIXA O PETROLEO…
MAS VÃO CONTINUAR A “FEDER”!!!…
Saudações de esquerda
Olhar atento*militante de esquerda
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